a alemanha, a islândia e o cromo da burrolândia
Aposto que não conhece a figura, bem apessoada por sinal, da fotografia, nem nunca ouviu o seu nome sequer. Chama-se Bruno Maçães e é o até agora escondido (deviam ter vergonha dele) secretário de Estado dos Assuntos Europeus.
Se agora ouvimos finalmente falar dele, é pelas piores razões: na Grécia, onde foi em visita oficial, recusou liminarmente a ideia de uma frente comum, do Sul da Europa, contra os interesses e os caprichos hegemónicos alemães. Fez de tal forma a defesa da sua dama que, por lá, ficou conhecido por "o alemão".
Por cá ficou conhecido também, mais um a juntar a tantos que nos indignam e repugnam. E porque lhe falta em vergonha o que lhe sobra em subserviência, tendo mais a mais desprezado a sobriedade que se exige a um membro do governo, mesmo que clandestino como o foi até hoje, vem Maçães escrever no twitter, para deleite dos seus comparsas: "A esquerda grega chama-me 'alemão'. Oh não!"
Mas, enquanto os nossos governantes baixam as calcinhas e mostram o rabo a Merkel, quiçá para lhe mostrar como o trazem lavadinho e enxuto, como novo, os islandeses vêm provar, mais uma vez, que outros caminhos são possíveis e que a subjugação aos ditames alemães nos envergonha a todos nós, portugueses, tratados como seres menores de uma burrolândia cheia de bestas de carga, daquelas que morrem a trabalhar por um fardo de palha. O governo islandês aprovou um perdão de dívida a todos os habitantes do país, traduzido num corte de 24 mil euros nos créditos à habitação de cada família.
Claro que, em Portugal, vozes de Césares e Camilos se ergueriam vociferantes, porque uma medida dessas representaria o aumento da dívida externa portuguesa, um escândalo, uma insanidade!
Puro logro: o estado islandês não gasta um tostão do erário público, esse valor será totalmente financiado por impostos a aplicar aos bancos e fundos de gestão que faliram com a crise.
Ai, diriam os Césares e Camilos, ai que isto é um roubo, um atentado à propriedade privada, uma medida digna de bolchevistas, uma vergonha, uma tragédia!
Passos, Portas e quejandos concordam. Até hoje, não beliscaram os bancos nem as grandes empresas. Têm sido financiados pelo povo através de "generosos descontos" nos salários e pensões e em "colossais aumentos de impostos".
Por aqui se vê a força do PC (leia-se, claro, Passos Coelho)!
As agências de notação e o FMI já vieram, a exemplo dos Césares e Camilos da burrolândia, declarar a sua indignação e discordância com a decisão islandesa.
Os burros de Miranda ainda não se pronunciaram. Quanto a Maçães, aguardamos a todo o momento um zurro no twitter.
ouropel.blogspot.pt
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