Governo
Passagem de testemunho de Gaspar acertada há semanas
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, havia já acertado a data de saída do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, há semanas, bem como decidido o nome da secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, para herdar a pasta, avança a edição desta terça-feira do Diário de Notícias. Aliás, tanto o Eurogrupo como o Ecofin estavam já a par da remodelação governamental.
DR
POLÍTICA
A demissão do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, formalizada ontem, a muitos terá surpreendido. À semelhança da sua substituição no cargo pela até aqui secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque.
No entanto, há semanas que esta dança de cadeiras estava decidida, com o devido conhecimento das partes envolvidas, sendo que, inclusivamente, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, informara já os ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) e da zona euro (Eurogrupo) acerca da passagem de testemunho de Gaspar a Albuquerque, adianta a edição de hoje do Diário de Notícias.
Refira-se que o nome do ministro da Saúde, Paulo Macedo, chegou a ser avançado como provável substituto do responsável pela pasta das Finanças. Mas essa informação não circulou mais do que cerca de meia hora, uma vez que a Presidência da República tornaria oficial através do seu site que, afinal, seria a agora ex-secretária de Estado a desempenhar as funções deixadas orfãs por Gaspar.
Não obstante, Macedo terá sido efectivamente sondado, porém, recusou a missão que Passos gostaria de lhe ver imputada.
Ao mesmo tempo, segundo o Diário de Notícias, o facto de Gaspar ter aprovado, por assim dizer, a divulgação da notícia, na passada sexta-feira, que dava conta da desconfiança da troika face à capacidade do Governo de levar a bom porto os cortes de 4,7 mil milhões na despesa do Estado, constituiu já um sinal de que o seu adeus estaria para muito breve.
Saliente-se ainda que o acordo com os professores por parte do ministro da Educação, Nuno Crato, o desconforto em relação ao ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do CDS, Paulo Portas, ou o escândalo dos ‘swaps’ terão sido as gotas de água para que a saída do governante adquirisse um carácter “inadiável”, como o próprio classificou numa carta enviada ao primeiro-ministro, por sinal, também ontem divulgada.
Aliás, será caso para dizer que à terceira foi mesmo de vez, tendo em conta que o agora ex-ministro tinha solicitado já a sua exoneração por outras duas ocasiões, tendo-lhe sido pedido que ficasse por forma a assegurar o Orçamento Rectificativo e a concluir a sétima avaliação da troika ao programa de ajustamento português.
Por outro lado, quase todas as opiniões auscultadas convergem num ponto: Portas será aquele que mais lucrará com a demissão de Gaspar. Além de ter sido ‘promovido’ a número dois do Executivo, sagra-se vencedor de um já longo braço-de-ferro, e isto, em vésperas do congresso do partido que dirige.
Resta acrescentar que as reacções à saída do polémico ministro não se fizeram esperar: Se o PS exige eleições antecipadas, em uníssono com toda a oposição, os parceiros internacionais não poupam elogios à performance de Gaspar ao longo destes dois anos.
A nova ministra das Finanças será empossada esta tarde pelo Presidente da República, Cavaco Silva, no Palácio de Belém, numa cerimónia que está agendada para as 17h00.
No entanto, há semanas que esta dança de cadeiras estava decidida, com o devido conhecimento das partes envolvidas, sendo que, inclusivamente, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, informara já os ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) e da zona euro (Eurogrupo) acerca da passagem de testemunho de Gaspar a Albuquerque, adianta a edição de hoje do Diário de Notícias.
Refira-se que o nome do ministro da Saúde, Paulo Macedo, chegou a ser avançado como provável substituto do responsável pela pasta das Finanças. Mas essa informação não circulou mais do que cerca de meia hora, uma vez que a Presidência da República tornaria oficial através do seu site que, afinal, seria a agora ex-secretária de Estado a desempenhar as funções deixadas orfãs por Gaspar.
Não obstante, Macedo terá sido efectivamente sondado, porém, recusou a missão que Passos gostaria de lhe ver imputada.
Ao mesmo tempo, segundo o Diário de Notícias, o facto de Gaspar ter aprovado, por assim dizer, a divulgação da notícia, na passada sexta-feira, que dava conta da desconfiança da troika face à capacidade do Governo de levar a bom porto os cortes de 4,7 mil milhões na despesa do Estado, constituiu já um sinal de que o seu adeus estaria para muito breve.
Saliente-se ainda que o acordo com os professores por parte do ministro da Educação, Nuno Crato, o desconforto em relação ao ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do CDS, Paulo Portas, ou o escândalo dos ‘swaps’ terão sido as gotas de água para que a saída do governante adquirisse um carácter “inadiável”, como o próprio classificou numa carta enviada ao primeiro-ministro, por sinal, também ontem divulgada.
Aliás, será caso para dizer que à terceira foi mesmo de vez, tendo em conta que o agora ex-ministro tinha solicitado já a sua exoneração por outras duas ocasiões, tendo-lhe sido pedido que ficasse por forma a assegurar o Orçamento Rectificativo e a concluir a sétima avaliação da troika ao programa de ajustamento português.
Por outro lado, quase todas as opiniões auscultadas convergem num ponto: Portas será aquele que mais lucrará com a demissão de Gaspar. Além de ter sido ‘promovido’ a número dois do Executivo, sagra-se vencedor de um já longo braço-de-ferro, e isto, em vésperas do congresso do partido que dirige.
Resta acrescentar que as reacções à saída do polémico ministro não se fizeram esperar: Se o PS exige eleições antecipadas, em uníssono com toda a oposição, os parceiros internacionais não poupam elogios à performance de Gaspar ao longo destes dois anos.
A nova ministra das Finanças será empossada esta tarde pelo Presidente da República, Cavaco Silva, no Palácio de Belém, numa cerimónia que está agendada para as 17h00.
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