CDS diz que já há "plenas condições" para comissão de inquérito a Camarate
O líder parlamentar do CDS afirmou, esta terça-feira, que a Assembleia da República tem "plenas condições" para avançar com a nova comissão de inquérito a Camarate e que suscitará a questão na conferência de líderes parlamentares de quarta-feira.
Adelino Amaro da Costa e Sá Carneiro |
Nuno Magalhães falava aos jornalistas em Lisboa, no final da missa com que PSD e CDS assinalaram os 32 anos da morte de Francisco Sá Carneiro e de Adelino Amaro da Costa, na sequência da queda do avião em que seguiam, em Camarate.
A constituição da décima comissão parlamentar de inquérito ao caso Camarate, uma iniciativa conjunta do PSD e do CDS, já foi aprovada, mas, por acordo de todos os partidos, os trabalhos não poderiam avançar enquanto estivessem a decorrer outras duas comissões de inquérito, ao caso BPN e às Parcerias Público Privadas (PPP).
"Amanhã [quarta-feira] é a primeira conferência de lideres após a conclusão dos trabalhos da comissão do caso BPN e, portanto, a maioria não deixará de suscitar e recordar aquilo que foi um consenso entre todos os outros grupos parlamentares", disse Nuno Magalhães, acrescentando que espera que os trabalhos da comissão de Camarate avancem "brevemente".
"Uma vez concluída a comissão [do BPN], agora estamos em plenas condições para -- obviamente que com maleabilidade, podemos atender a um caso excecional de um grupo parlamentar que suscite a questão amanha na conferencia de lideres -, mas com a brevidade possível podemos finalmente dar execução a esse acordo consensual e unânime de toda a Assembleia da República", acrescentou.
A tragédia de Camarate já motivou nove comissões de inquérito parlamentares, que têm tido conclusões divergentes, entre as teses de atentado e acidente.
A última, que terminou em abril de 2011, na sequência da dissolução da Assembleia da República, assumiu as conclusões do inquérito anterior: que a queda do Cessna foi provocada por um engenho explosivo a bordo, admitindo um ato de natureza criminosa.
Na missa que esta terça-feira se realizou na Basílica da Estrela, em Lisboa, estiveram várias personalidades do Governo, do PSD e do CDS, incluindo o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que não quis prestar declarações.
Ausente esteve o líder do CDS, Paulo Portas, por estar a representar Portugal na cimeira da NATO de Bruxelas.
O ministro da Solidariedade Social e dirigente do CDS, Pedro Mota Soares, falando em nome do partido, considerou "muito importante" recordar e evocar Adelino Amaro da Costa e Sá Carneiro, que em 1980, quando morreram, eram respetivamente o ministro da Defesa e o primeiro-ministro de um Governo de aliança CDS/PSD.
"Amaro da Costa e Sá Carneiro marcaram o século XX, foram fundamentais na construção do Estado democrático", afirmou.
Em relação a Amaro da Costa, o ministro Mota Soares destacou ainda que era um "político ímpar, com enorme sentido de Estado, com uma enorme convicção, um homem que lutava acima de tudo por causas".
"Penso que esses valores são muito importantes, especialmente num tempo difícil para Portugal. Adelino Amaro da Costa hoje continua a marcar decisivamente os militantes do CDS e os democratas- cristãos de Portugal", acrescentou.
Na Basílica da Estrela estiveram ainda o ex-primeiro ministro Pedro Santana Lopes, o vice-presidente do PSD Pedro Pinto e o antigo presidente do Governo Regional dos Açores e ex-presidente da Assembleia da República Mota Amaral.
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