VIOLÊNCIA POLICIAL NO PORTO
Confrontos entre polícia e elementos da Es.Col.A, PSP confirma duas pessoas na esquadra
Lusa 19 Abr, 2012, 12:01
Duas pessoas foram hoje "intercetadas" pela PSP na zona da Fontinha, no Porto, e verificaram-se confrontos entre a força policial e elementos do movimento Es.Col.A, alvo de despejo da escola da Fontinha.
A PSP do Porto confirmou à Lusa que duas pessoas "foram intercetadas já fora do perímetro de segurança" da ação de despejo do movimento Es.Col.A, devido a "injúrias e agressões" a agentes daquela força policial.
Estas duas pessoas serão agora "retiradas do local, transportadas para o departamento policial, identificadas e, tendo em conta o que fizeram, poderão ser detidas ou não", esclareceu à Lusa fonte da PSP do Porto.
A situação complicou-se no bairro da Fontinha, com confrontos entre os ativistas do movimento e a polícia, constatou a Lusa no local.
Ana Afonso, do coletivo Es.Col.A, disse à Lusa que foram detidos "pelo menos três elementos do coletivo" e que dois deles "foram agredidos pela polícia".
Para além disso, acrescentou, "um elemento do movimento foi atingido com uma pedra".
O coletivo Es.Col.A, que ocupou a antiga escola primária da Fontinha em abril de 2011 e tinha com a Câmara do Porto um contrato de cedência do espaço até dezembro, está hoje de manhã a ser despejado.
"A primeira coisa que a polícia fez, quando chegou, foi deitar abaixo o mastro" construído pelo coletivo Es.Col.A para identificar o movimento, lamentou Ana Afonso em declarações à Lusa.
No local estão elementos da Polícia Municipal, da PSP e da empresa municipal Domus Social, para além de cerca de 40 a 50 pessoas, entre elementos do coletivo e moradores do bairro.
Ana Afonso disse à Lusa que "o bairro está todo cercado", que o despejo estava a ser feito "de forma violenta" e que "uma moradora" lhe disse "que estavam a bater nas pessoas".
O espaço da escola da Fontinha foi cedido ao movimento Es.Col.A pela Câmara do Porto até dezembro.
A cedência temporária feita em julho de 2011 foi justificada pela autarquia pelo facto de ainda estar "em fase de negociação" o projeto municipal para aquele edifício, abandonado há cerca de cinco anos.
O movimento revelou em fevereiro ter recebido uma carta da Câmara do Porto "a comunicar o término da cedência".
Fonte oficial da autarquia revelou, então, ter autorizado o movimento Es.Col.A a continuar na escola até ao final de março, enquanto decorriam negociações para ocupação do espaço.
A 10 de abril, o movimento alertou para a possibilidade de ser despejado a 12 de abril, na sequência de uma ordem nesse sentido por parte da autarquia, mas a ação não se concretizou naquela data.
O movimento Es.Col.A ocupou a escola do Alto da Fontinha em abril de 2011 e dinamiza diversas atividades no local, desde hortas a teatro, passando por ioga e cinema.
Em maio de 2011, o coletivo foi despejado, levando alguns moradores da Rua da Fábrica a solidarizarem-se com o grupo de "ocupas" e a manifestaram-se contra a ordem camarária.
A 05 de julho, a autarquia informou o movimento ES.COL.A do Alto da Fontinha da disponibilidade para lhe "ceder" o espaço da antiga escola primária local, através de um "contrato de cedência temporária" até ao final do ano.
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