Saques em Bissau descrevem caos após levante golpista
Guiné-Bissau - Prensa Latina - Grupos de soldados saqueando instalações governamentais nesta capital e denúncias de seus responsáveis descreviam hoje um cenário de caos na Guiné Bissau após o golpe de estado do último dia 12 de abril. Ao menos dois edifícios estatais foram assaltados nas últimas horas por militares que levaram dinheiro em numerário e equipamentos, declararam diretores dessas dependências. "Cerca de 10 homens uniformizados e armados entraram nesta manhã nos escritórios da Administração de Tráfico e levaram oito milhões de francos guineanos (17 mil dólares)", informou a diretora dessa dependência, Lucinda Barbosa Ahukarie. Entre os organismos oficiais assaltados por militares em meio do desespero pós golpe figura o Ministério de Agricultura, de onde foram roubados produtos químicos, segundo um comunicado do organismo. Outras ações similares ocorreram em diferentes localidades, entre elas o roubo de gado e de mantimentos em regiões do interior do país, de acordo com os meios de imprensa locais. A confusão entre empregados de instituições governamentais acentuava-se com a decisão de atrasar o pagamento dos salários públicos por parte do comando militar que assumiu o poder após dissolver o Executivo e suspender as eleições. Essa facção das Forças Armadas tomou o controle do país após prender o presidente interino, Raimundo Pereira, e o premiê e candidato presidencial favorito, Carlos Gomes Junior. A ação golpista, condenada internacionalmente, produziu-se em torno do processo eleitoral para substituir o presidente Malam Bacai Sanhá, morto em janeiro em um hospital de Paris por conte de uma doença. Os militares fecharam o espaço aéreo e marítimo, advertiram que qualquer infração receberá uma "resposta militar" e anunciaram a proibição de entrada no território guineano de aviões e barcos sem autorização prévia. A Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental anunciou ontem o envio de forças militares a Guiné-Bissau para supervisionar o processo de transição de poderes após o golpe de Estado e um alerta sobre possíveis sanções. Fonte: Diário Liberdade
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