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O que dizer perante isto? Sempre que os ouvir não me vou esquecer de que eles são daqueles que gostam de dar os restinhos da costeleta e do bife do lombo aos pobrezinhos e fazem ainda canções sobre isso. Pelo menos agora já lhes podemos perguntar quando vão fazer uma canção, sei lá, contra a redução do subsídio de desemprego, a proibição de reformas antecipadas, o corte dos subsídios de natal e de férias dos funcionários públicos, a redução do preço das horas extraordinárias, os bancos de horas, o fim dos feriados, o aumento da carga fiscal, os cortes no sector da saúde ou nas bolsas de estudo para o ensino superior, o aumento das taxas moderadoras, a redução de comparticipações nos medicamentos, o encerramento de maternidades, o aumento da eletricidade e dos combustíveis…
Que desilusão com o Tim, a Ana Bacalhau, o Represas, o João Gil, o Carlos Mendes. O melhor que poderiam fazer era retirar já esta desgraça de circulação e reconhecer que fizeram disparate. A beneficência é importante e deve ser praticada, em especial na ausência irresponsável do Estado, como acontece hoje. Mas ser erigida a hino desta forma ultrapassa todos os limites do aceitável.
Aqui fica a canção para que se perceba a magnitude do disparate. Espero que a reneguem rapidamente para que a possa também tirar daqui.
PS 1: O Boss AC, pelo menos, não assume nenhum engajamento político, mas fez uma canção que diz mais sobre o que vivemos hoje do que esta desgraça destes meninos de coro.
PS 2: Como pôde o Sérgio Godinho, o autor de “Liberdade“, tema que serve de objecto de estudo em cadeiras de ciência política na Universidade, partidipar nisto?