Nossa cultura costuma ver o corpo exclusivamente como uma escultura.
Nossa cultura costuma ver o corpo exclusivamente como uma escultura. O nosso corpo não é de mármore. Não é essa a sua finalidade. Sua finalidade é a de proteger, conter, apoiar e atiçar o espírito e a alma em seu interior, a de ser um repositório para as nossas recordações, a d nos encher de sensações – ou seja, o nosso corpo é o supremo alimento de nossa psique.
Ele tem a finalidade de nos elevar, e de nos impulsionar, de nos impregnar de sensações pra provar que existimos que estamos aqui , para nos dar uma ligação com a terra, para nos dar volume, peso. É o nosso corpo o detonador de todas essas experiências.
Os nossos seios, o nosso ventre, ou qualquer outra parte onde haja pele, qualquer parte onde haja neurônios para transmitir sensações, nos dá todo um espectro fabuloso de sentimentos.
Nosso corpo tem medo, fica paralisado pela dor, ou pelo receio, anestesiado por traumas antigos. É incrível o poder do corpo de uma mulher quando é animado de dentro para fora.
O poder cultural do corpo é sua beleza, mas o poder do corpo é raro, pois a maioria de nós o expulsamos com torturas ou com nossa vergonha de nossa própria carne. Como se nosso corpo fosse um peso morto que temos que carregar por toda a nossa vida. Esquecemos que nosso corpo é a porta que abrem outras series de portas, sonhos, poemas, e toda a aprendizagem que as sensações pode nos oferecer.
Temos que compreender o corpo por seus próprios méritos, ele nos ama, depende de nós. Nosso corpo é como um planeta, ele é a terra por si só. Como qualquer paisagem ele é vulnerável ao excesso de construções, a ser retalhado em lotes, a se ver isolada, esgotado e alijado do seu poder.
blog. Uma mulher na luta da violência contra a mulher
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