QUEM SEGURA ESSE ROJÃO?
(Para Santiago Andrade e para o que resta de esperança)
Sabia-se e sentia-se
Que o rojão cairia
Na cabeça dos inocentes
Mais dia menos dia.
O rojão da impunidade,
Da corrupção,
Do desgoverno,
Das omissas autoridades.
E caiu em um cinegrafista,
Olho livre da sociedade.
A gota d’água
Em nosso pote
Já tão cheio de revolta e mágoa.
Quem não é bandido
Chora,
Só a bandidagem comemora.
Paz, antes que seja tarde demais.
Vem mais rojão por aí, a mil,
Acesso pelo lado podre do Brasil
Quem segura essa gente ruim
Essa tralha?
Justiça porque tarda e falha?
Quem somos, de onde viemos, para onde vamos?
Somos o povo brasileiro,
Aquele que é capaz de comemorar
As vitórias todos juntos.
Mas, na hora da derrota,
Viramos defuntos.
Zumbis vorazes e arteiros
Da máxima: farinha pouca
Meu pirão primeiro.
Viemos de séculos
De sangue, lutas e sacanagens:
Meia dúzia de sacanas
Espertos e milhões de sacaneados.
Até agradecemos ao feno ofertado,
Melhor que chicotadas,
Ponham mais impostos e corrupção
Na carroça,
Perto do que já passamos
Isso não é nada.
Vamos para o outro tempo
Onde o pacífico burro
Reclama e dá o coice.
Aquela foice pasmaceira foi-se.
Talvez, essa esperança,
Deixemos de ser pirralho.
Sai da frente, paspalho,
Finalmente crescemos,
Caralho!
voarforadaasa.blogspot.com
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