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Estive a ver o último episódio do programa Linha da Frente, na RTP3, que aconselho vivamente. Acho até – correndo aqui o risco de ser acusado de totalitarismo por algumas almas mais coniventes com este tipo de práticas – que devia ser de visualização obrigatória. Se em algum momento se sentir envergonhado, caro leitor, é normal. Até porque a culpa pelo estado a que isto chegou é um pouco de todos nós.
Enquanto as seitas maçónicas e mafiosas que controlam o bloco central de interesses se vão lambuzando com a coisa pública, à cara podre para toda a gente ver, porque não têm nada a temer, ou não fosse a justiça deste país absolutamente incapaz perante tais figurões, 18 mil milhões de euros são anualmente subtraídos aos portugueses para alimentar a grande máquina da corrupção.
Do compadrio feito de avenças para jotinhas e familiares de autarcas vigaristas, passando por milhares de concurso públicos viciados através do suborno e do pagamento de favores eleitorais, até ao topo da hierarquia política onde se corrompe à grande e à portuguesa, Portugal é um país entregue a gatunos de fato e gravata. Os saques sucedem-se, os criminosos passam entre os pingos da chuva e os danos, que se acumulam, são irreparáveis. Como é irreparável a quebra de confiança na classe política, pagando os poucos justos pela multidão de pecadores.
Como se o divórcio entre a população e os seus representantes não fosse, por si só, gravíssimo e preocupante, o estado a que isto chegou é o combustível que melhor faz carburar o motor da nova-velha extrema-direita, branqueada por jornais e programas de TV que optam por ocultar o seu passado criminoso, e que, à falta de refugiados para demonizar e incutir o medo na população, instrumentaliza o fenómeno da corrupção para oferecer a solução messiânica do fim da democracia, feita de discriminação, violência e autoritarismo.
Somos demasiadamente brandos com os níveis inaceitáveis da corrupção que corrói este país. E ao sê-lo, somo-lo também com os saudosistas do fascismo. E se nada fizermos, se não formos capazes de nos mobilizar para exigir legislação implacável e retroactiva para punir os abusos da elite política corrupta, outros o farão. Outros que trarão consigo o lápis azul, a polícia política e o partido único.
aventar.eu
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