AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

25 de Janeiro de 1882: Nasce a escritora inglesa Virginia Woolf, autora de "Mrs Dalloway" e "As Ondas"

estoriasdahistoria12.blogspot.com



Retrato de Virginia Woolf, pelo fotógrafo George Charles Beresford, em agosto de 190
Lytton Strachey e Virginia  Woolf em Garsington, 1923





Escritora inglesa nascida a 25 de  Janeiro de 1882, no seio de uma família da alta sociedade londrina,e falecida a 28 de  Março de 1941. O pai, Sir Leslie Stephen, era crítico literário. Virginia Stephen,nome de solteira, passou a infância numa mansão londrina com os três irmãos e tratada por sete criados, convivendo com 

personalidades como Henry James e Thomas Hardy. 
Virginia tinha 13 anos quando a mãe morreu e 22 quando chegou a vez do pai falecer. Os quatro irmãos foram 
então viver para Bloomsbury, um bairro londrino da classe média alta. A irmã mais velha, Vanessa, de 25 anos,tomou conta dos restantes três.

Em sua casa foi formado o Grupo de Bloomsbury, onde se  reuniam regularmente personalidades como os poetas T. S. Elliot e Clive Bell, o escritor E.M. Forster entre outros artistas e intelectuais. Os quatro irmãos, entretanto, viajaram pela Grécia e Turquia, mas pouco depois do regresso morreu Tholby,em  Novembro de 1906. Virginia sofreu a primeira de muitas grandes depressões. Casou em 1912 como crítico literário Leonard Woolf, que viria a ser o seu companheiro de toda a vida.


The Voyage Out, de 1915, marca o início da sua carreira de romancista, mas só dez anos depois, com Mrs Dalloway, considerado o seu primeiro grande romance modernista, chegou o reconhecimento como escritora reputada. Orlando, obra de 1928, confirmou as qualidades de Virgina Woolf. Esta obra tem um protagonista andrógino, inspirado na sua amiga Vita Sackville-West, com quem manteve uma longa relação íntima. 


Após obras como A Room of One's Own (Um Quarto Que Seja Seu), onde defende a independência das mulheres, The Waves (As Ondas) e The Years (Os Anos), em 1938lançou um romance polémico, Three Guineas (Os Três Guineus), na sequência da morte de um sobrinho na Guerra Civil espanhola.   


Neste livro, Virginia Woolf defende que a guerra é a expressão do instinto sexual masculino. A 28 de  Março de 1941, pouco depois de ter lançado Between the Acts,Virginia Woolf suicidou-se, atirando-se a um rio com os bolsos cheios de pedras. Foi a segunda tentativa em poucos dias, interrompendo assim uma carreira marcada pela obtenção de diversos prémios literários, dos quais, contudo, só aceitou um, o Fémina, de França.


Paralelamente à  actividade de escritora, Virginia, em conjunto com o marido, fundou e manteve uma editora, destinada a publicar textos experimentais, textos de amigos e traduções de russo. Intitulada Hobart Press, a editora funcionava em moldes caseiros, depois de em 1917 Leonard ter oferecido à esposa uma pequena tipografia. 


Virginia Woolf. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.


wikipedia (Imagens)



File:StracheyWoolf.jpg

A carta que Virgínia Woolf deixou ao seu marido antes do suicídio
Meu Querido:

Tenho a certeza de que estou novamente a enlouquecer: sinto que não posso suportar outro desses terríveis períodos. E desta vez não me restabelecerei. Estou a começar a ouvir vozes e não me consigo concentrar. Por isso vou fazer o que me parece ser o melhor. Deste-me a maior felicidade possível.
Foste em todos os sentidos tudo o que qualquer pessoa podia ser. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes até surgir esta terrível doença. Não consigo lutar mais contra ela, sei que estou a destruir a tua vida, que sem mim poderias trabalhar. E trabalharás, eu sei. Como vês, nem isto consigo escrever como deve ser.Não consigo ler.
O que quero dizer é que te devo toda a felicidade da minha vida. Foste inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom.
Quero dizer isso — toda a gente o sabe. Se alguém me pudesse ter salvo, esse alguém terias sido tu. Perdi tudo menos a certeza da tua bondade. Não posso continuar a estragar a tua vida. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes do que nós fomos.

V.

Sem comentários: