Portugal é dos países da OCDE com as taxas de mortalidade mais elevadas por infeções resistentes aos antibióticos, revela um estudo divulgado esta quarta-feira. Até 2050 podem morrer perto de 50 mil pessoas.
As infeções serão responsáveis pela morte de 2,4 milhões de pessoas na Europa, América do Norte e Austrália nos próximos 30 anos, a não ser que sejam tomadas medidas para travar as resistências aos antibióticos, refere a OCDE num estudo que conclui que tais medidas representam um investimento de apenas dois dólares (cerca de 1,75 euros) por pessoa por ano.
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Os autores de estudo, com o título "Stemming the Superbug Tide: Just a Few Dollars More", concluem que os países do sul da Europa, como a Itália, Grécia e Portugal arriscam ser particularmente afetados por este problema.
Itália tem a mais alta taxa de mortalidade por resistência aos tratamentos com antibióticos - 18,1 mortes por cada 100 mil habitantes por ano - seguido da Grécia (14,8 por 100 mil), e por Portugal com 11,3 mortes por 100 mil habitantes.
Em 2015, estima-se que em Portugal tenham morrido 1158 pessoas com infeções. Em 2050, poderá haver 49.443 mortes, prevê a OCDE.
A organização alerta para a necessidade de um investimento nesta área para salvar vidas e poupar dinheiro no futuro. Entre outras medidas, é essencial promover a higiene e a lavagem das mãos, acabar com os exageros na prescrição de antibióticos, optar mesmo por retardar a prescrição, usar testes rápidos para determinar se uma infeção é vírica ou bacteriana e realizar campanhas mediáticas para melhor informar os cidadãos.
As crianças até aos 12 meses e os idosos (mais de 70 anos) são os mais vulneráveis às infeções resistentes aos antibióticos. Os homens também são mais suscetíveis do que as mulheres, revela o estudo da OCDE.
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