Catarina Martins encerrou três dias de «rentrée» política, em Leiria, com críticas ao PS e propostas para o Orçamento de 2019, apropriando-se da recuperação alcançada nos últimos três anos.
A meia hora de intervenção da coordenadora do BE foi distribuída pelo ataque ao Governo do PS, pelo elogio às conquistas alcançadas nos últimos três anos, que o BE parece apropriar, e pelo Orçamento do Estado para o próximo ano.
Mas foi marcada também pela ironia. Admitindo que «o primeiro-ministo pode agora anunciar a poupança em impostos das famílias portuguesas», e que essa prosperidade teria no BE o papel principal, Catarina Martins rematou: «Não tem de quê, senhor primeiro-ministro».
A coordenadora do BE pediu «coragem» a António Costa e pôs a tónica na necessidade de investimento, designadamente na Educação, Saúde e Ciência, dando eco à reinvidicação, já avançada pelo PCP ao longo dos últimos anos, de 1% para a Cultura.
No elenco de medidas que os bloquistas defendem para o próximo Orçamento também não há medidas originais. Baixar o IVA da electricidade e gás para 6%, acautelar as longas carreiras contributivas e aumentar em dez euros as pensões mais baixas, já em Janeiro, são algumas das elencadas esta tarde.
O discurso de Catarina Martins encerrou o «Fórum Socialismo», realizado em Leiria, que juntou figuras do partido e outras como José Mário Branco, Pedro Delgado Alves (PS) e André Silva (PAN).
Foram três dias de debates dedicados à saúde, educação, justiça, redes sociais e, entre outros temas, a gentrificação e as lutas pela habitação.
Antes do período de férias, o BE viveu um momento conturbado com a demissão do ex-vereador bloquista na Câmara de Lisboa, Ricardo Robles, na sequência de uma notícia segundo a qual, em 2014, o autarca adquiriu um prédio em Alfama por 347 mil euros, que foi reabilitado e posto à venda em 2017, avaliado em 5,7 milhões de euros.
Em entrevista à SIC, a 31 de Julho, Catarina Martins assumiu que «houve um erro de análise da direcção política do BE» sobre o caso de Ricardo Robles, uma vez que a contradição criaria um «entrave quotidiano» ao trabalho como vereador em Lisboa.
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