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sexta-feira, 21 de abril de 2017

PS e BE aprovam voto de condenação do CDS-PP visando as autoridades da Venezuela


Violência em crescendo sob a batuta da direita venezuelana

Enquanto na Venezuela se repetem ataques da oposição a lojas, ao metro de Caracas e a uma maternidade, o Parlamento português aprovou um voto que ignora a realidade.
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Manifestante prepara-se para lançar um cocktail Molotov contra a polícia durante o protesto promovido pela direita venezuela, em Caracas. 19 de Abril de 2017
Manifestante prepara-se para lançar um cocktail Molotov contra a polícia durante o protesto promovido pela direita venezuela, em Caracas. 19 de Abril de 2017Créditos
A iniciativa, apresentada pelo CDS-PP e votada pelo PSD, pelo PS, pelo BE e pelo PAN, acusa as autoridades venezuelanas de «repressão brutal» sobre a oposição ao mesmo tempo que lhes pede para «contar a violência».
Na sequência dos protestos oposicionistas de quarta-feira, três venezuelanos perderam a vida: dois jovens que passavam perto de manifestações organizadas pela direita e um guarda nacional em serviço noutra, todos baleados. No caso da mulher de 24 anos assassinada no estado de Táchira, foi capturado um suspeito que é membro de um partido, o Vente Venezuela, que integra a chamada Mesa de Unidade Democrática.
A ministra dos Negócios Estrangeiros venezuelana, Delcy Rodríguez denunciou, ontem, um ataque a um hospital materno-infantil, na região de Caracas, através da sua conta de Twitter. A directora do hospital, ouvida pela Telesur, relata que «grupos violentos lançaram uma chuva de pedras e outros objectos. Depois, queimaram uma grande quantidade de lixo e o fumo entrou nas instalações». As 54 crianças internadas na unidade de saúde, assim como os profissionais que lá trabalhavam, foram evacuados.




No metro de Caracas, os vidros de uma composição foram partidos por «grupos de pessoas violentas», de acordo com o presidente da empresa, Gerardo Quintero, em declarações telefónicas à televisão pública venezuelana. No estado Portuguesa, há danos calculados em 260 milhões de bolívares (25 milhões de euros), após as manifestações de quarta-feira.

Apesar dos repetidos apelos ao diálogo feitos nos últimos dias pelo presidente Nicolás Maduro, os protestos violentos promovidos pela direita venezuelana repetem-se. Henrique Capriles, um dos principais dirigentes e último candidato presidencial da Mesa de Unidade Democrática, tem pedido aos seus apoiantes para se manterem nas ruas através de uma retórica inflamada contra as forças de segurança.

Um apelo a ataques sobre as forças de segurança por parte dos manifestantes oposicionistas tem circulado em espaços ligados à direita venezuelana, como na conta do Facebook ou do Instagram de Capriles e de Lilian Tintori (esposa de Leopoldo López, o responsável pelos protestos violentos de 2014).

No texto, intitulado «conselhos de um ex-militar», é dito que «só faz falta que o povo os ataque [aos soldados, guardas nacionais e polícias] e logo se verá o que acontece». O texto termina com um apelo directo, com indicações sobre como proceder para concretizar ataques sobre elementos das forças de segurança.


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