Em causa, comentários do juiz durante um interrogatório a um inspetor da PJ suspeito de corrupção e detido na Operação Aquiles
Almeida Rodrigues, diretor da Polícia Judiciária, vai fazer queixa do juiz Carlos Alexandre junto do Conselho Superior da Magistratura. A notícia é avançada esta quinta-feira pelo jornal Público, que cita fontes próximas do responsável máximo da PJ.
Em causa, estarão comentários feitos pelo juiz Carlos Alexandre no decurso do interrogatório de um inspetor da PJ, Ricardo Macedo, que tal como um colega já reformado, Dias Santos, terá recebido somas de dinheiro a troco de informações que passava a traficantes para conseguirem escapar às autoridades. Ricardo Macedo e Dias Santos foram detidos no âmbito da Operação Aquiles, que ao todo tem 29 arguidos.
Segundo o Público, durante o interrogatório a Ricardo Macedo, em abril de 2016, o inspetor contou a Carlos Alexandre que um informador da Polícia Judiciária, que era traficante e tinha ligações a organizações terroristas, tinha pedido em troca da colaboração com a PJ a legalização da situação da namorada, uma cidadã brasileira de 23 anos, em vez de dinheiro.
Carlos Alexandre reagiu, escreve o jornal, de forma intempestiva, garantindo que, se dependesse dele, a questão seria "escalpelizada até onde fosse preciso". Terá dito: "O Dr. Almeida Rodrigues a assinar um pedido para que uma brasileira ficasse como cidadã nacional por compensação de ter sido prestado um bom serviço à polícia? Não me revejo em nada disso e vou reponderar essa parte gaga".
Estas declarações de Carlos Alexandre, que foram divulgadas pelo semanário Sol, não caíram bem na direção nacional da Judiciária. O diretor da PJ é citado pelo Público dizendo: "O juiz não sabe o que está a dizer. Desconhece a lei e faz comentários completamente desajustados". Fonte próxima de Almeida Rodrigues disse ao Público que este irá mesmo apresentar queixa do magistrado ao Conselho Superior da Magistratura por violação dos deveres de correção, imparcialidade e reserva.
O pedido de legalização da cidadã brasileira, que era namorada do narcotraficante, foi feito em 2012 por Almeida Rodrigues ao então diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Jarmela Palos - que está a ser julgado por corrupção no âmbito do processos dos vistos gold. O Público acrescenta que foi um superior hierárquico de Ricardo Macedo quem sugeriu ao diretor da PJ a melhor forma de resolver o assunto, depois de se ter aconselhado com Jarmela Palos. A PJ decidiu então invocar uma disposição legal que permite atribuir autorização de residência, de forma excecional, a cidadãos cuja permanência em Portugal seja do interesse nacional.
Almeida Rodrigues, que assinou o ofício enviado ao SEF, garante não conhecer o informador nem a pessoa em questão, alegando agora que a sua reputação foi posta em causa por ter recorrido a um procedimento legal.
1 comentário:
é melhor esperar sentado porque o manhoso juiz Carlos Alexandre não responde a nada, acusou o Sócrates de pedir dinheiro ao amigo poderoso, mas ler também pediu dinheiro ao procurador e certamente e certamente era dinheiro da corrupção e ninguém, investiga apalaçada a em MAÇAO E QUAL O BANCO QUE LHE E EMPRESTOU Dinheiro E QUANTO, pagou e quanto deve.
Enviar um comentário