Em algumas partes do mundo o futebol possui uma forte conotação política. Podemos citar como exemplo o glorioso clube St. Pauli na Alemanha, onde a maioria de seus torcedores são comunistas, anarquistas e libertários. Do mesmo modo temos o Rayo Vallecano na Espanha, West Ham United na Inglaterra, o Celtic na Escócia etc. E, claro, não podemos deixar de citar o Livorno na Itália, que faz encher os nossos olhos d’água de emoção.
Na Europa, apesar dos nazistas se infiltrarem nos estádios e fazerem seu merchandising rotineiro, há um outro lado que a imprensa não divulga: a participação e organização dos antifascistas nos estádios de futebol, que muitas vezes terminam em batalha campal contra os fascistas.
FUTEBOL E POLÍTICA
De um lado, o futebol operário, ou comunista, como o Livorno é chamado na Itália. Esta equipe não chegava à Série A faz 55 anos e seus integrantes e torcedores reclamam de discriminação dos árbitros, que não os querem na primeira divisão só porque são todos de esquerda. Do outro lado, o clube que congrega torcedores ligados a organizações de extrema-direita ligadas ao nazi-fascismo, o Lazio, que era a equipe de coração de Benito Mussolini. Seu filho, Bruno, chegou até a ser presidente. Ainda hoje a Lazio é considerada uma das equipes mais racistas do mundo. Assim se resumem estes dois times do futebol italiano, que ultimamente vêm chamando a atenção do cenário futebolístico (e político) internacional.
“A política está em todas as coisas, inclusive na minha camiseta”, disse à BBC Brasil o atacante do Livorno, Cristiano Lucarelli, um comunista assumido, que já rejeitou convites de clubes maiores por causa de suas convicções políticas. “Claramente (a política) se apresenta no futebol e tudo indica que possa influenciá-lo”. Segundo o deputado livornense Marco Susini, Lucarelli está certo: “Ele diz o que pensa 80% da cidade”.
“Estamos sendo prejudicados porque nossos torcedores foram a Milão provocar o primeiro-ministro”, diz ao referir-se ao jogo do ano passado contra o Milan, quando a maioria dos 10 mil torcedores do Livorno cantaram músicas comunistas e usaram lenços brancos na cabeça, imitando o primeiro-ministro — e proprietário do Milan — Silvio Berlusconi, que usou um destes lenços logo depois de ter feito um implante capilar. O prefeito Alessandro Cosimi evita falar em complô, mas reclama dos gols invalidados e das faltas não dadas a favor do time.
“A política está em todas as coisas, inclusive na minha camiseta”, disse à BBC Brasil o atacante do Livorno, Cristiano Lucarelli, um comunista assumido, que já rejeitou convites de clubes maiores por causa de suas convicções políticas. “Claramente (a política) se apresenta no futebol e tudo indica que possa influenciá-lo”. Segundo o deputado livornense Marco Susini, Lucarelli está certo: “Ele diz o que pensa 80% da cidade”.
“Estamos sendo prejudicados porque nossos torcedores foram a Milão provocar o primeiro-ministro”, diz ao referir-se ao jogo do ano passado contra o Milan, quando a maioria dos 10 mil torcedores do Livorno cantaram músicas comunistas e usaram lenços brancos na cabeça, imitando o primeiro-ministro — e proprietário do Milan — Silvio Berlusconi, que usou um destes lenços logo depois de ter feito um implante capilar. O prefeito Alessandro Cosimi evita falar em complô, mas reclama dos gols invalidados e das faltas não dadas a favor do time.
A BATALHA POLÍTICA ENTRE O LIVORNO E A LAZIO
A batalha política contra a torcida fascista da Lazio poderia muito bem ser creditada aos dois outros times que ficam na mesma região: Roma. Temos, de um lado, o Roma, que é o time do proletariado romano, e do outro, o Milan, o time do antifascismo milanês, que em 1968 inspirou as “Brigadas Rubro-Negras”, as tropas de assalto da torcida milanista. Entretanto, o Milan foi comprado por Silvio Berlusconi (que torce pelo Milan), primeiro-ministro da Itália e político neo-liberal da direita italiana, sendo agora “propriedade privada” dele. Enquanto o Roma, que é chamado o “time do povo”, continua na sua luta, mas não tanto quanto o Livorno, cuja torcida é assumidamente comunista e seu time um exemplo a ser seguido.
“Agora temos um jogador brasileiro”, disse o jovem Ricardo Nocci, empunhando uma bandeira do Brasil, refererindo-se a recente contratação do atacante Paulinho, ex-jogador do Juventude. “É uma homenagem a ele e também ao povo brasileiro”. No último encontro do Livorno contra o Cagliari, em meio a centenas de bandeiras vermelhas, duas brasileiras se destacavam. Na ocasião, Paulinho, que ainda não estreou na equipe, ficou surpreso ao ver que a quantidade de bandeiras comunistas nas arquibancadas era maior que a do time. “Não sei de nada. Só estou ouvindo falar disso agora”, afirmou o jogador de 19 anos. “Nos próximos dias vou procurar entender melhor o que representa tudo isso”.
Em Livorno, na região da Toscana, a 86 km de Florença, onde Antonio Gramsci fundou o Partido Comunista Italiano em 1921, a maioria da população de 175 mil habitantes torce pelo time. Entre os jogadores, grande parte é comunista, anarquista ou progressista. “Não há torcedor do Livorno que não seja de esquerda”, afirma o estudante Christian Biasci, um entusiasmado torcedor, que usava uma camiseta com a inscrição CCCP, da antiga União Soviética. “Aqui somos todos comunistas”.
Se o Livorno conta com seus integrantes e torcedores de esquerda, a Lazio é conhecida pelo entusiasmo de simpatizantes de direita. Muitos de seus adeptos não aceitam a contratação de jogadores negros e latinos. Em 1998, a torcida da Lazio escandalizou o mundo quando exibiram uma faixa anti-semita dirigida aos judeus com os dizeres: “Auschwitz vossa pátria, os fornos vossas casas!”. Já em 2001, durante um jogo contra o Roma, a torcida da Lazio entoou cantos racistas contra os jogadores negros do Roma (entre os quais estavam jogadores brasileiros) e exibiram cartazes com os dizeres: “Equipe de
negros, fundo de judeus!”. Depois da partida houve confrontos nas arquibancadas que resultaram em nove feridos e sete detidos.
Essa atitude racista dos adeptos da Lazio rendeu um protesto virtual da torcida corinthiana no mesmo ano. Hackers corinthianos invadiram o site da Lazio como forma de protesto e de acordo com a empresa responsável pela manutenção da página “as habituais notícias e links foram substituídas pelo logotipo do Corinthians, um clube brasileiro. Foram também colocadas palavras defendendo os jogadores brasileiros que atuam no Roma, entre os quais estão Cafú, Emerson e Antônio Carlos. A mensagem da torcida corinthiana dizia: “como vocês permitem outros italianos insultar os jogadores de cor, também vão sofrer a ira dos torcedores negros!”.
Entre os jogadores da Lazio a figura mais destacada é o atacante Paolo Di Canio, recentemente multado em 10 mil euros (US$ 13.410) pela Liga de Futebol Italiana, por ter celebrado a vitória contra o Roma, em janeiro, fazendo a saudação fascista, com o braço direito estendido para frente e a mão esticada. Di Canio, que tem tatuado no braço a palavra “Dux” (em referência ao título de Duce, usado pelo líder fascista Benito Mussolini) e foi um torcedor radical da equipe antes de se tornar jogador, nunca fez segredo de suas posições políticas. Fascinado por Mussolini, diz que o ditador “tem sido profundamente incompreendido”. Para tentar escapar da multa, negou que sua comemoração tivesse sido de conotação política, afirmando que se tratava de uma mera saudação “romana”. A neta do Duce, a deputada Alessandra Mussolini, elogiou o ato do jogador: “Foi uma linda saudação romana”, disse ela na ocasião. “Me deixou muito emocionada”.
Por outro lado, o comunista Cristiano Lucarelli do Livorno costuma comemorar seus gols com o braço esquerdo erguido e com o pulso fechado, como fazem os comunistas do mundo inteiro. Por causa disso, ele tem sido prejudicado. Em 1997, num jogo da seleção italiana sub-20, ao celebrar um gol, ele comemorou com a saudação comunista e mostrou que vestia embaixo do uniforme uma camiseta com a figura de Che Guevara. Recebeu um duro puxão de orelhas do treinador e nunca mais foi convocado.
Ultimamente a Liga de Futebol Italiana tem perseguido também os comunistas, aplicando uma multa de 10 mil euros a Riccardo Zampagna, do Messina, por ter feito a saudação comunista em uma partida contra o Livorno no dia 16 de janeiro. A Liga disse que os jogadores “não devem fazer nenhum gesto indicando algum tipo de ideologia política que possa potencialmente provocar uma reação violenta dos torcedores”. O comunista italiano Marco Rizzi levou a questão em tom de brincadeira e assinalou diferenças entre o gesto de Di Canio e o de Zampagna: “a saudação fascista está proibida pela constituição nacional. Há uma diferença de mérito: em 1945 os comunistas ganharam a guerra e é também graças a eles que Berlusconi pode dizer as porcarias que diz. Se tivesse ganhado os pais de seus aliados no governo, isso não seria possível”, assinalou.
Tanto Lucarelli como Di Canio, vêm de famílias pobres. Apesar do dinheiro ganho com o futebol, renunciaram a muito dinheiro para jogar nos times de seus corações. Di Canio abriu mão dos 900 mil euros, que ganhava com o Charlton Athletic, da Inglaterra, pelos 250 mil pagos pela Lazio. Já Lucarelli deu adeus ao 1,2 milhão de euros do Torino pelos 700 mil oferecidos pelo Livorno e segue recusando propostas mais tentadoras.
“Agora temos um jogador brasileiro”, disse o jovem Ricardo Nocci, empunhando uma bandeira do Brasil, refererindo-se a recente contratação do atacante Paulinho, ex-jogador do Juventude. “É uma homenagem a ele e também ao povo brasileiro”. No último encontro do Livorno contra o Cagliari, em meio a centenas de bandeiras vermelhas, duas brasileiras se destacavam. Na ocasião, Paulinho, que ainda não estreou na equipe, ficou surpreso ao ver que a quantidade de bandeiras comunistas nas arquibancadas era maior que a do time. “Não sei de nada. Só estou ouvindo falar disso agora”, afirmou o jogador de 19 anos. “Nos próximos dias vou procurar entender melhor o que representa tudo isso”.
Em Livorno, na região da Toscana, a 86 km de Florença, onde Antonio Gramsci fundou o Partido Comunista Italiano em 1921, a maioria da população de 175 mil habitantes torce pelo time. Entre os jogadores, grande parte é comunista, anarquista ou progressista. “Não há torcedor do Livorno que não seja de esquerda”, afirma o estudante Christian Biasci, um entusiasmado torcedor, que usava uma camiseta com a inscrição CCCP, da antiga União Soviética. “Aqui somos todos comunistas”.
Se o Livorno conta com seus integrantes e torcedores de esquerda, a Lazio é conhecida pelo entusiasmo de simpatizantes de direita. Muitos de seus adeptos não aceitam a contratação de jogadores negros e latinos. Em 1998, a torcida da Lazio escandalizou o mundo quando exibiram uma faixa anti-semita dirigida aos judeus com os dizeres: “Auschwitz vossa pátria, os fornos vossas casas!”. Já em 2001, durante um jogo contra o Roma, a torcida da Lazio entoou cantos racistas contra os jogadores negros do Roma (entre os quais estavam jogadores brasileiros) e exibiram cartazes com os dizeres: “Equipe de
negros, fundo de judeus!”. Depois da partida houve confrontos nas arquibancadas que resultaram em nove feridos e sete detidos.
Essa atitude racista dos adeptos da Lazio rendeu um protesto virtual da torcida corinthiana no mesmo ano. Hackers corinthianos invadiram o site da Lazio como forma de protesto e de acordo com a empresa responsável pela manutenção da página “as habituais notícias e links foram substituídas pelo logotipo do Corinthians, um clube brasileiro. Foram também colocadas palavras defendendo os jogadores brasileiros que atuam no Roma, entre os quais estão Cafú, Emerson e Antônio Carlos. A mensagem da torcida corinthiana dizia: “como vocês permitem outros italianos insultar os jogadores de cor, também vão sofrer a ira dos torcedores negros!”.
Entre os jogadores da Lazio a figura mais destacada é o atacante Paolo Di Canio, recentemente multado em 10 mil euros (US$ 13.410) pela Liga de Futebol Italiana, por ter celebrado a vitória contra o Roma, em janeiro, fazendo a saudação fascista, com o braço direito estendido para frente e a mão esticada. Di Canio, que tem tatuado no braço a palavra “Dux” (em referência ao título de Duce, usado pelo líder fascista Benito Mussolini) e foi um torcedor radical da equipe antes de se tornar jogador, nunca fez segredo de suas posições políticas. Fascinado por Mussolini, diz que o ditador “tem sido profundamente incompreendido”. Para tentar escapar da multa, negou que sua comemoração tivesse sido de conotação política, afirmando que se tratava de uma mera saudação “romana”. A neta do Duce, a deputada Alessandra Mussolini, elogiou o ato do jogador: “Foi uma linda saudação romana”, disse ela na ocasião. “Me deixou muito emocionada”.
Por outro lado, o comunista Cristiano Lucarelli do Livorno costuma comemorar seus gols com o braço esquerdo erguido e com o pulso fechado, como fazem os comunistas do mundo inteiro. Por causa disso, ele tem sido prejudicado. Em 1997, num jogo da seleção italiana sub-20, ao celebrar um gol, ele comemorou com a saudação comunista e mostrou que vestia embaixo do uniforme uma camiseta com a figura de Che Guevara. Recebeu um duro puxão de orelhas do treinador e nunca mais foi convocado.
Ultimamente a Liga de Futebol Italiana tem perseguido também os comunistas, aplicando uma multa de 10 mil euros a Riccardo Zampagna, do Messina, por ter feito a saudação comunista em uma partida contra o Livorno no dia 16 de janeiro. A Liga disse que os jogadores “não devem fazer nenhum gesto indicando algum tipo de ideologia política que possa potencialmente provocar uma reação violenta dos torcedores”. O comunista italiano Marco Rizzi levou a questão em tom de brincadeira e assinalou diferenças entre o gesto de Di Canio e o de Zampagna: “a saudação fascista está proibida pela constituição nacional. Há uma diferença de mérito: em 1945 os comunistas ganharam a guerra e é também graças a eles que Berlusconi pode dizer as porcarias que diz. Se tivesse ganhado os pais de seus aliados no governo, isso não seria possível”, assinalou.
Tanto Lucarelli como Di Canio, vêm de famílias pobres. Apesar do dinheiro ganho com o futebol, renunciaram a muito dinheiro para jogar nos times de seus corações. Di Canio abriu mão dos 900 mil euros, que ganhava com o Charlton Athletic, da Inglaterra, pelos 250 mil pagos pela Lazio. Já Lucarelli deu adeus ao 1,2 milhão de euros do Torino pelos 700 mil oferecidos pelo Livorno e segue recusando propostas mais tentadoras.
O CONFRONTO POLÍTICO ENTRE AS DUAS TORCIDAS
Segundo o “Observatório Europeu contra o Racismo de Viena” o site da torcida “Irriducibili Lazio” é considerado como uma das mais “racistas da Europa”: “O site da torcida organizada da Lazio é particularmente perigoso, esta recheado de simbologia xenófoba, racista e fascista, e contém mensagens desse teor”, descreve o informe. Há pouco mais de um mês, no site da torcida da Lazio foram lançadas ameaças contra os seus adversários.
No Livorno, uma de suas torcidas organizadas, a “Brigada Autônoma Livornense”, conta com metade de seus 500 integrantes proibidos de entrar em estádios. Tudo porque no dia em que comemoravam o retorno à Série A decidiram destruir a sede de um partido de direita na cidade.
Quando os dois times se enfrentaram no estádio Olímpico de Roma no dia 10 de abril deste ano (2005), as torcidas se digladiaram política e fisicamente. Durante o jogo, foram exibidas, do lado da Lazio, bandeiras negras com o rosto de Mussolini, símbolos nazi-fascistas (suásticas e cruz celtas) e frases do tipo “ROMA É FASCISTA!” e outras contra o Livorno, tais como: “A Itália é Nossa, Livorno é Fossa Vermelha”, “Livornense Verme Vermelho, Teu Lugar é no
Esgoto”. A torcida da Lazio ainda entoou palavras de ordem anti-semitas e coros de “Faccetta Nera” (Faceta Negra, hino do fascismo) e “Duce! Duce!”, em homenagem a Benito Mussolini. A estas provocações, cerca de 200 livornenses responderam agitando bandeiras vermelhas com a foice e o martelo e imagens de Che Guevara enquanto cantavam “Bandiera Rossa” (Bandeira Vermelha) e “Bella Ciao”, hinos comunistas italianos, e gritaram palavras de ordem antifascistas.
Na saída, a polícia agiu para evitar confrontos entre as duas torcidas (já que no ano passado havia acabado em confronto físico). Mas quando um grupo de torcedores do Livorno dirigia-se à estação ferroviária de São Pedro foram interceptados de forma provocadora pela polícia e responderam a esta provocação atirando
pedras nos policiais. Em poucos minutos desencadeou-se uma verdadeira batalha na estação, com vagões danificados e vidros quebrados. A polícia deteve seis torcedores do Livorno. Aproximadamente dez policiais e outros dez torcedores ficaram feridos nos incidentes. Presos, os torcedores do Livorno foram levados à delegacia e trancados em uma sala, sem água e comida por mais de 12 horas, até a manhã de segunda-feira.
A TENTATIVA DE SUBVERTER A LAZIO
No Livorno, uma de suas torcidas organizadas, a “Brigada Autônoma Livornense”, conta com metade de seus 500 integrantes proibidos de entrar em estádios. Tudo porque no dia em que comemoravam o retorno à Série A decidiram destruir a sede de um partido de direita na cidade.
Quando os dois times se enfrentaram no estádio Olímpico de Roma no dia 10 de abril deste ano (2005), as torcidas se digladiaram política e fisicamente. Durante o jogo, foram exibidas, do lado da Lazio, bandeiras negras com o rosto de Mussolini, símbolos nazi-fascistas (suásticas e cruz celtas) e frases do tipo “ROMA É FASCISTA!” e outras contra o Livorno, tais como: “A Itália é Nossa, Livorno é Fossa Vermelha”, “Livornense Verme Vermelho, Teu Lugar é no
Esgoto”. A torcida da Lazio ainda entoou palavras de ordem anti-semitas e coros de “Faccetta Nera” (Faceta Negra, hino do fascismo) e “Duce! Duce!”, em homenagem a Benito Mussolini. A estas provocações, cerca de 200 livornenses responderam agitando bandeiras vermelhas com a foice e o martelo e imagens de Che Guevara enquanto cantavam “Bandiera Rossa” (Bandeira Vermelha) e “Bella Ciao”, hinos comunistas italianos, e gritaram palavras de ordem antifascistas.
Na saída, a polícia agiu para evitar confrontos entre as duas torcidas (já que no ano passado havia acabado em confronto físico). Mas quando um grupo de torcedores do Livorno dirigia-se à estação ferroviária de São Pedro foram interceptados de forma provocadora pela polícia e responderam a esta provocação atirando
pedras nos policiais. Em poucos minutos desencadeou-se uma verdadeira batalha na estação, com vagões danificados e vidros quebrados. A polícia deteve seis torcedores do Livorno. Aproximadamente dez policiais e outros dez torcedores ficaram feridos nos incidentes. Presos, os torcedores do Livorno foram levados à delegacia e trancados em uma sala, sem água e comida por mais de 12 horas, até a manhã de segunda-feira.
A TENTATIVA DE SUBVERTER A LAZIO
Há uma torcida organizada antifascista da Lazio chamada “Dissidenti”, o nome já diz tudo. São torcedores apaixonados pelo seu time de coração que resolveram se organizar para combater o fascismo que ronda sua equipe. A Dissidenti tenta subverter o time que é hoje considerado o mais racista da Europa. É realmente uma luta dura e difícil, já que grande parte dos torcedores da Lazio é de tendência fascista. A Dissidenti ainda é uma minoria, entretanto, não deixa de ser perseverante quanto à subversão de seu time. São declaradamente antifascistas e se orgulham em serem dissidentes. Torcemos para que um dia essa torcida colha bons frutos, mas, até lá, teremos que agüentar os adeptos da Lazio entoarem loas ao fascismo.
vailateral.wordpress.com
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