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terça-feira, 2 de setembro de 2014

Elina Fraga "A muitos restará fazer justiça pelas próprias mãos"

Elina Fraga "A muitos restará fazer justiça pelas próprias mãos"

A bastonária da Ordem dos Advogados disse esta segunda-feira no Primeiro Jornal, da SIC, que o novo Mapa Judiciário que entrou hoje em vigor, somado à excessiva carga fiscal levará a que muitas pessoas optem por “fazer justiça pelas próprias mãos”. Num tom bastante crítico, Elina Fraga disse ainda que a aplicação do novo mapa lhe faz lembrar a “guerra no Iraque”.
PAÍS
A muitos restará fazer justiça pelas próprias mãos
Para a bastonária da Ordem dos Advogados é uma situação de verdadeiro “caos”.Por um lado, a plataforma Citius, onde é possível, entre outras coisas, consultar processos, está indisponível desde a semana passada. Por outro lado, devido às obras, várias sessões judiciais terão lugar em contentores.
“Quando falo em caos, falo, por exemplo, na plataforma Citius que está indisponível. Isto determina que um advogado não possa consultar um processo com a agravante que não consegue consultá-lo no tribunal porque grande parte dos processos ainda está em caixotes”, acusou.
Elina Fraga disse, por isso, que esta reforma do Mapa Judiciário lhe lembra a Guerra no Iraque.
“Lembra-me quando começou a guerra no Iraque. Ouviam-se as bombas rebentar e o ministro da Propaganda continuava a dizer que estava tudo bem”, atirou, referindo-se ao facto de a ministra ter decidido avançar com esta reforma apesar de todos os contras apresentados pela Ordem.
A bastonária que sucedeu a Marinho e Pinto sublinhou que “o que se está a promover em Portugal é uma Justiça para ricos e outra para pobres”. Algo que, frisou, a “Ordem não pode aceitar”.
Sobre os tribunais que vão fechar, obrigando os cidadãos a percorrer, em alguns casos, cerca de 140 quilómetros para ter acesso à Justiça, Elina Fraga não poupou críticas à atuação da ministra Paula Teixeira da Cruz, garantindo que desta forma “é evidente que vai desistir da Justiça”.
E mais. Na opinião da responsável pelos advogados portugueses “é evidente que se as pessoas estão esmagadas por impostos” não têm dinheiro para custear um processo judicial e muito menos dinheiro para suportar as deslocações aos tribunais, que estão cada vez mais longe das populações e, por isso, assegura: “A muitos restará fazer justiça pelas próprias mãos”.

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