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terça-feira, 2 de setembro de 2014

À sombra da azinheira. Passos Perdidos no Alentejo…



À sombra da azinheira.

Passos Perdidos no Alentejo…
- Compadre Falências. Isto aqui debaixo da azinheira às vezes inté me parece a Assembleia da República.
- Na me diga que os deputados que aqui estão também têm a fama de trabalhar pouco e ganharem muito.
- Nada disso. É mais pela conversa. O compadre, ou anda a ver muito debate político, ou inscreveu-se p’raí nas Novas Oportunidades. É que muitas vezes nã chego a entender o que mecêa quer dezer.
- Atão diga lá onde é que se perdeu, compadre Jacinto. Tamém podemos montar aqui os Passos Perdidos…
- Pronto. Tá a ver? Que moenga é essa dos Passos Perdidos?
- Parece que têm por lá uma sala a que chamam dos Passos Perdidos. Histórias antigas. Também me parece que é por onde temos andado a maior parte do tempo; … perdidos.
- Nã anda muito longe da verdade, compadre. Mas a minha barafunda tem a ver com as últimas eleições e com as confusões que se vêm armando.
- Conte lá a ver se a gente desbarafunda isso.
- Atão; o Pi S ganhou. Os do governo levaram uma valente porrada; atão e agora vem o compadre Costa e quer mandar o Segurito da cadêra abaixo…? Atão quer dizer: se o homem perdia as eleições ela dava-lhe era um soco nas orelhas…
- É a plítica, compadre. O que o compadre Costa diz é que ganhou por poucos e que assim nã vamos lá.
- Nã vamos, quem? Os do Pi S, tá claro…?!
- Pois atão.
- Mas vamos lá a acertar isto melhor, compadre João Falências. O homem esperneia por todo o lado e diz que ganhou as eleições no partido, ganhou o Congresso dos socialistas e que, sendo assim, o polêro é dele.
- E foi. Até aqui, foi. E nã se pode queixar do Costa se lhe ter atravessado no caminho. O homem esteve quêto e quando foi altura até o apoiou. Mas dêxou-lhe o recado: “Ou te portas bem, ou eu (com sua licença agora, compadre, que o homem nã disse bem assim..) ou eu “CA**” na Câmara e venho por aí com os ditos em baixo e vai tudo à frente…!”
- Atão e tá-se mesmo a ver que agora picou-lhe mesmo a mosca na barriga…?!
- Se calhando… Mas o que o homem diz é que, com esta votação, mais coisa menos coisa, o Passos Coelho até se ri de folgado. E in chegando as eleições, com meia dúzia de tostanitos assim atirados como milho às galinhas,  inté é capaz de as ganhar outra vez e lá continua na governação.
- O que é uma porra, compadre. Tamém nã venho gostando do que vou vendo. Atão e mudando do Segurito pró Costa chega?
- Nã sei. Ninguém sabe. Mas olhe. Quem parece que nã tá gostando da conversa do Costa, além do Segurito, tá bem de ver, são os do governo. A gente ouve as notícias e o que agente ouve é eles dezerem que o Segurito é que é bom e que é uma vergonha o Costa querer deitar o homem abaixo.
- Essa tem graça, compadre Falências. Atão se se estão borrando, alguma coisa lhes chêra mal no Costa, salvo seja.
- Pois aí é que está a graça. Quando os do outro lado dizem que o que está é que é bom, nã sendo parvos, é de desconfiar.
- E já agora, que o compadre parece uma pessoa informada, o que acha do Costa? O homem tem jêto, ou na dança só mudam os sapatos…?
- Compadre Jacinto; tenho aqui um melanito pra si que trôxe lá do meu quintal.
- Mas atão pergunte-lhe pelo Costa e mecêa dá-me um melão…? E é bom o melão?
- Pois, cá está. Abra lá esse “Costa” pra ver se tá bom…
- Agora vou abrir o Costa… Entrou na mangação comigo o compadre…?
- Nada disso; faça de contas que esse melão é o Costa. Abra lá a ver se tá bom…
- ÃÃhh… Tou vendo, compadre João Falências. Temos que abri-lo pra ver se tá bom… É o que eu digo. Mecêa anda perdido aqui debaxo da aznhêra. Mecêa dava era cá um 1º mnistro…
- Mas olhe. Voltando ao melão sempre lhe digo: se os da governação nem podem ouvir falar no melão, quanto mais abri-lo para provar, ou muito me engano, ou é capaz de estar mesmo maduro.
- Assim sendo, tudo indica que vamos ter um ano bom pró melão.
- Agora sou eu que nã estou a apanhar o compadre Jacinto.
- Atão o compadre Segurito tamém nã vai ficar com um melão de todo o tamanho…?
- Ah grande malha, compadre Jacinto… Tá convidado pra meu adjunto…
- Primêro vamos lá atão ao melão… Depois ainda vou pensar nisso…
- Já se tá a pôr difícil e ainda nem o convidei. Isto é que vai um sequêro aqui no Alentejo…



in – Diálogos à sombra

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