AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

HISTÓRIA DA GUERRA COLONIAL - 58ª PARTE - O EXÉRCITO DO PAIGC - SELECÇÃO DE VÍDEOS -

GUINÉ - BISSAU E MANSOA













PAIGC

O exercito do PAIGC

Em 23 de Janeiro de 1963 o PAIGC inicia a luta armada com o ataque ao quartel de Tite, no Sul da Guiné, a partir de bases na Guiné - Conakry.


1970 - Comandante de guerrilheiros do PAIGC (1)1970 - Bara István, hungaro, guerrilheiro e fotografo, autor das fotos do PAIGC, apresentadas nesta página (1)

1970 - Guerrilheiros descansando (1)1970 - A mata cerrada é a protecção da guerrilha (1)1970 - A guerrilha cria estreitos caminhos na mata, para permitir a sua deslocação (1)

1970 - Guerrilheiros limpando a PPSH, designada de "costureirinha" pelas NT (1)1970 - Guerrilheiro inserindo a granada de RPG na arma (1)1970 - Guerrilheiro transportando granadas de RPG (1)

Treino de guerrilheiras do PAIGCAmílcar Cabral com guerrilheiras

De acordo com o livro "Guerra Colonial", da autoria de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, e com base em estimativa do comando militar português, em 1971, os efectivos do PAIGC empenhados na luta pela independência eram de 7.500, conforme a seguir se descreve.

Além destes combatentes o PAIGC, tem o apoio de cubanos, os quais desempenham algumas especialidades mais exigentes (médicos, especialistas em foguetões, etc.).

Os combatentes do PAIG, são adultos do sexo masculino, apesar das fotos apresentarem guerrilheiras, estas não são vistas em combate.

Os combatentes do PAIGC, em  1971 tinham que enfrentar 44.505 soldados, para além de meios navais e aéreos, destacamos estes últimos: 
  • T-6  11 aviões
  • DO-27  14 aviões
  • C-47 (Dakota) 2 aviões
  • G-91 (Fiat)  10 aviões
  • AL-III  18 helicópteros
  • Nord-Atlas  2 aviões
As forças do PAIGC em 1971, segundo a fonte que referimos anteriormente, era a seguinte:

Efectivos por unidade:

- bigrupo: 38/44 unidades
- bigrupo reforçado: 70 unidades
- grupo de artilharia: 50 unidades
- grupo de canhões/morteiros: 23 unidades
- grupo de foguetões/antiaéreos: 16 unidades


Efectivos por regiões:

Inter-Região Norte:

- Frente S. Domingos/Sambuiá: 630 unidades
- Frente CanchungoBiambe: 760 unidades
- Frente Morés/Nhacra: 680 unidades
- Frente Bafatá/Gabu Norte: 730 unidades

Inter-Região Sul:

- Frente Bafatá/Gabu Sul: 200 unidades
- Frente Bafatá/Xitole: 160 unidades
- Frente Buba/ Quitafine: 1230 unidades
- Frente do Quínara: 560 unidades
- Frente de Catió: 370 unidades.


Além destes efectivos, que totalizavam 5500 elementos para o Exército Popular, há que acrescentar cerca de 2000 milícias, 900 a 1000 em cada inter-região, ou seja, o PAIGC não teria mais do que 7500 homens em armas.
 

1970 - Guerrilheiro Preparando uma emboscada (1)1970 - Guerrilheiro, esperando o confronto eminente (1)1970 - Guerrilheiro morto em combate (1)


1970 - É dia de festa, e os guerrilheiros, assistem ao evento, juntamente com a população com quem vivem (1)

1970 - Bombardeamentos com napalm, destroem, culturas e acampamentos do PAIGC  (1)1970 - Em hospitais improvisados do PAIGC, alguns médicos cubanos, e alguns enfermeiros, tentam tratar os feridos  (1)1970 - Ferido com napalm (1)


1970 - Assistência médica a população pelo PAIGC, neste caso um parto, num hospital improvisado (1)1966 - Domingo Díaz Delgado (3º da esqª para a dtª) médico cubano, esteve na Guiné em 1966 e 67, nas zonas de São Domingos, Morés, Madina do Boé, e Guileje, ao serviço do PAIGC (3)
1965 Congo - Victor Dreke (Moja), doutor Rafael Zerquera (Kumi) e Che Guevara.
O cubanoVictor Dreke era o 2º Comandante do Congo, sob as ordens de Che,
mas após o falhanço da revolução no Congo, Victor de 1966 a 68, esteve na Guiné como Comandante das forças cubanas (4)

  
Espingarda semi-automática Simonov, pelo PAIGC, tem
calibre 7,62, com capacidade para 10 munições

PPSH-41, calibre 7,62, tambor 71 munições, 900 tiros por minuto,
baptizada pelas nossas tropas como "costureirinha", devido ao seu som ao disparar
AK-47(Avtomat Kalashnikova 1947)
A AK-47 criada pelo russo Mikhail Kalashnikov,
foi unanimemente considerada a melhor arma de assalto do mundo





Publicado no site em 09/09/2006 por Carlos Fortunato
Crónica do ex-furriel Carlos Fortunato
Fotos:
paigc.com.sapo.pt


Documentos a luta pela Independência da GUINÉ-BISSAU



Para ver carregue no Link em Baixo
http://www.facebook.com/media/set/?set=a.357692034250147.88651.100000280601562&type=1


NOS 50 ANOS DO INÍCIO DA GUERRA COLONIAL
A LUTA DE LIBERTAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU
Por Armando Teixeira
Barreiro

A fundação na clandestinidade rigorosa do Movimento de Libertação da Guiné e Cabo Verde, em 18 de Setembro de 1956, foi o culminar de um processo de tomada de consciência nacionalista e revolucionária, por uma vanguarda política onde pontificava o líder carismático, dotado de natural simpatia, que congregou à sua volta muitos apoios e foi dos mais representativos chefes da guerrilha africana nos países de domínio colonial português - Amílcar Cabral.

NOS 50 ANOS DO INÍCIO DA GUERRA
COLONIAL

[ PARA A HISTÓRIA DO COLONIALISMO
PORTUGUÊS]

13. A LUTA DE LIBERTAÇÃO NA GUINÉ-BISSAU


INTRODUÇÃO

Quando se assinalam os 48 anos do início da luta de libertação nacional na Guiné-Bissau ( em Janeiro de 1963 foi atacado o quartel de Tite), desaparece um dos últimos lideres históricos da guerrilha guineense, companheiro de Amílcar Cabral na fundação do PAIGC ( Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde ), Aristides Pereira. 
Associamo-nos à homenagem à memória do combatente da liberdade agora desaparecido, publicando mais um capítulo sobre a Guiné-Bissau, que fará parte do livro em preparação com o título e subtítulo em epígrafe.
*
Apesar de se tratar do primeiro território africano onde os navegadores portugueses acederam ( Gil Eanes em 1445 ), a Guiné-Bissau sempre constituiu, desde o século XV até à época contemporânea, a possessão portuguesa mais desprezada.
Se do ponto de vista económico a situação era muito frágil quando o PAIGC iniciou a luta armada em 1963, do ponto de vista do ensino e da religião, a realidade mostrava o carácter irrisório da “missão civilizadora” de Portugal em África, como gostavam de evocar os próceres do regime. No respeitante á acção missionária, apenas 2% da população estava convertida ao cristianismo, e a língua portuguesa jamais teve significado no meio rural, com múltiplos dialectos próprios, nem sequer no meio urbano, onde se encontrava generalizado o crioulo, uma espécie de português africanizado.
Tímidas acções no campo da educação só foram iniciadas depois de 1936,mas os resultados eram confrangedores : 1% da população tinha a instrução elementar portuguesa e até 1960 sé cerca de 0,5% dos nativos atingira o estatuto de “assimilado”. Apenas 11 guineenses tinham obtido uma licenciatura no exterior!
Entre eles estava Amílcar Cabral, que nos princípios da década de 50, estudou no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, participando nas lutas estudantis da época, uma “escola onde muitos futuros revolucionários aprenderam o a, b, c, da luta política organizada. Quando se formou em engenharia agronómica e foi trabalhar para a junta de Investigação do Ultramar, teve a oportunidade de fazer viagens à Guiné natal, a Angola e a Moçambique, onde percepcionou a realidade terrível em que viviam os povos coloniais. Entrementes entreteceu as ligações e estabeleceu os contactos que levariam à emergência do movimento nacionalista guineense.
Enquanto estudante, esteve ligado às actividades da Casa dos Estudantes do império, no Arco do cego, onde se desenvolvia, ao arrepio de uma comissão administrativa imposta pelo governo, uma programação associativa de carácter progressista, com estudantes vindos de todas as colónias. As suas intervenções nas assembleias gerais mostravam o homem caloroso, sorridente e de maneira de ser contagiante, que viria a colaborar secretamente com agostinho Neto na criação do MPLA, ao mesmo tempo que preparava a constituição do PAIGC.
A fundação na clandestinidade rigorosa do Movimento de Libertação da Guiné e Cabo Verde, em 18 de Setembro de 1956, foi o culminar de um processo de tomada de consciência nacionalista e revolucionária, por uma vanguarda política onde pontificava o líder carismático, dotado de natural simpatia, que congregou à sua volta muitos apoios e foi dos mais representativos chefes da guerrilha africana nos países de domínio colonial português - Amílcar Cabral.
Um acontecimento terrível viria a acelerar o processo de consciência independentista dos povos da Guiné, quando a 3 de Agosto de 1959, as tropas coloniais massacraram estivadores em greve no porto de Pidjiguiti, em Bissau, assalariados da CUF, em luta pelo aumento dos salários miseráveis, inspirada pelo PAIGC. Contaram-se cerca de 50 vitimas mortais!
Outros acontecimentos marcaram este período fundamental para o arranque da luta armada na Guiné-Bissau : a independência de vários países vizinhos da África Ocidental ( Guiné-Konakri em 1958, Senegal em 1960) ; a 1º Conferência das Organizações Nacionalistas das Colónias Portuguesas ( CONCP), em Rabat, Marrocos , em1961, dando um forte contributo para a unidade e acção dos movimentos de libertação de Angola, Moçambique e Guiné Cabo Verde, e para a sua popularidade na Europa (também estiveram presentes os independentistas de Goa e observadores do CLSTP - Comité de Libertação de São Tomé e Príncipe) ; em Agosto de 1961, o Daomé ocupa o forte de S. João Baptista de Ajudá, completamente degredado e abandonado, num acto simbólico bem perto da Guiné/ Cabo Verde ;invasão pela União Indiana de Goa, Damão e Diu, em 19/12/1961, pondo fim à soberania colonial portuguesa de quatro séculos, que ignorava a realidade histórica em transformação e o coro internacional de protestos quase unânimes nas Nações Unidas.
Pressionado, Salazar ensaia uma medida dilatória e nomeia em Abril de 1961, Adriano Moreira como ministro do Ultramar. O professor universitário de orientação pró-neocolonialismo, acabará por desentender-se com o caudilho e sairá em Dezembro de 1962.
Salazar entretanto não responde à carta aberta que Amílcar Cabral dirige ao governo português, em 13 de Outubro de 1961, onde , numa missiva de boa vontade, reclama a independência a prazo, da Guiné e de Cabo Verde, e reafirma o desejo de cooperação com Portugal.
Não restou a Cabral e ao movimento nacionalista outra alternativa senão a luta armada de libertação nacional, desencadeada no dia 23 de Janeiro de 1963, com um ataque ao quartel de Tite. 





Armando Teixeira




retrouver ce média sur www.ina.fr


SELECÇÃO DE VÍDEOS






























Sem comentários: