Apesar de não se verem, os insultos também deixam marca. É a ideia que este projecto fotográfico quer difundir. A SÁBADO falou com um dos autores
O projecto é bastante recente - começou no mês de Maio. O ‘Weapon of Choice’ (arma à escolha) é da autoria do fotógrafo Richard Johnson, em conjunto com um pequeno grupo que ajudou na produção das fotografias. A SÁBADO falou com Shawn Vincent, um dos autores.
“Richard estava a ouvir as notícias na rádio sobre a violência verbal e de não ser tão levada a sério como a agressão física, quando nasceu a ideia para fazer estas fotografias”, explicou Shawn à SÁBADO. E aí surgiu a pergunta: e se as palavras deixassem marcas como acontece quando se é agredido fisicamente? A resposta a essa pergunta está simulada nestas fotografias.
Tal como o nome do projecto indica ‘Weapon of Choice’, os autores quiseram mostrar que as palavras são uma das armas que o agressor tem à escolha.
Os modelos fotografados é que escolheram as palavras que queriam ver “marcadas” no corpo. A cada modelo foi-lhe apresentado uma lista de nomes insultuosos, e eles tinham que escolher aquela que tivesse mais significado para eles. Depois, uma equipa de maquilhadores simulou um ferimento, onde incorporaram os insultos escolhidos.
“Alguns dos participantes é que sugeriram outras palavras que não constassem na lista. Ou porque lhes dizia alguma coisa ou mesmo porque sabiam que tinha afectado um amigo ou familiar”, explicou Shawn à SÁBADO.
A palavra com que as crianças do projecto mais se identificaram, foi “estúpido”. Isto surpreendeu os autores, já que dentro de uma lista com insultos tão poderosos, esta era a que mais os envergonhava dizer.
No site do projecto, os autores dizem que a intenção não era que as fotografias se tornassem numa campanha contra o bullying. Porém, muitas das crianças que participaram já sofreram mesmo deste mal social. Muitas das histórias que contaram à equipa de autores surpreenderam até os próprios pais que as desconheciam.
“A reacção do público tem sido impressionante. As pessoas reagem de foram bastante emotiva”, diz Shawn que confessa que estavam com medo que existissem comentários negativos em relação às palavras mais fortes. “Mas parece que as pessoas percebem o objectivo”.
Shawn adianta, até, que algumas pessoas só perceberam o abuso verbal por que costumam passar, depois de ver estas fotografias. “Várias pessoas agradeceram-nos por termos dado relevo a esta forma de agressão”.
Nem um mês passado da divulgação das fotografias, a resposta do público tem vindo de todo o mundo. Várias pessoas estão a voluntariar-se para fazer parte e outras sugerem novas palavras.
FONTE: SÁBADO - 30/05/14
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