Os pobres, os ricos e os fingidos
Para um conhecido e devoto economista em Portugal há quatro classes sociais, os pobres, os fingidos, os ricos e os qualificados. Estes últimos não fazem parte da equação nacional, é uma alegria velos partir e resta ao devoto economista rezar uns terços no seu gabinete para lhes desejar sorte.
Os ricos são uma classe à parte, o caviar, os carros de luxo, as estadias em hotéis de 7 estrelas, as vivendas de luxo são capital e enquanto tal nem vale a pena questionar a possibilidade de lhes aumentar a carga fiscal. Quantos mais ricos houverem melhor, é bom que não fujam e quanto mais a distribuição de rendimentos for injusta melhor, mais ricos irão aparecer.
Não são os ricos nem os pobres que estão a mais no país, são os quadros qualificados e os reformados. Quanto aos primeiros o problema está resolvido, o país não precisa de gente inteligente e qualificada a protestar, estão partindo e quanto mais depressa se forem embora melhor. Os segundos é que são uma praga, gente riquíssima, que leva uma vida luxuosa e ainda têm o descaramento de andarem armados em pobres. Os pensionistas são os parasitas do sistema como não há forma de o país se livrar deles o melhor é reduzi-los à subsistência, são eles e os funcionários públicos, mas destes a boa alma não falou.
Depois temos os pobres, gente que nasceu para trabalhar, que aguenta o que for necessário, ai aguentam, aguentam, e que não há nada a fazer. É um erro tirar aos ricos para dar aos pobres, até porque não foi por acaso que Deus inventou a pobreza, foi para que os pobres fossem o símbolo da virtude e até os marxistas-leninistas concordaram com este princípio e escolheram-nos para líderes do proletariado.
Aumentar o salário mínimo é uma aberração até porque se os pobres ganharem mais o resultado é ficarem mais pobres. O economistas só se esqueceu de que se os pobres ficam ainda mais pobres é porque os seus amigos ricos ficam ainda mais ricos.
É isto que andam a ensinar na Universidade Católica?
jumento.blogspot.pt
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