Os Deputados do PSD, eleitos pelo Distrito de Setúbal, nos tempos livres, enquanto não estão a elaborar ou aprovar legislação que produz miséria, que destrói serviços públicos, que acaba com direitos, que rouba salários e pensões, que mata a actividade económica, que nos afoga em impostos, que reduz o financiamento das autarquias ou põe em causa a sua autonomia e a sua dignidade democrática, dedicam-se à trafulhice política, apresentando-se como gente séria, preocupada com as economias locais e com as autarquias.
A última actividade de tempos livres que desenvolveram foi perguntarem às Câmaras Municipais da região qual o montante das suas dívidas e depois acusarem alguns Municípios de esconderem o valor das dívidas, como se pode ver na notícia.
Ora, estes indivíduos, como toda a gente sabe, são extremamente protectores das pequenas e médias empresas e estão muito preocupados, porque as autarquias não cumprindo os seus compromissos estão a impedir “as pequenas e médias empresas de subsistir em tempo de crise”. 
A carga fiscal e as obrigações tributárias que recaem sobre estas empresas, a diminuição do poder de compra dos portugueses, a liberalização do mercado dos combustíveis e energia, o aumento do IVA, a inexistência de crédito, a asfixia financeira imposta às autarquias locais por via de sucessivas reduções nas transferências do OE, é todo um conjunto de medidas que contaram com a criatividade, o empenho, a aprovação destes Deputados, mas aparentemente nada disso põe em causa a subsistência das empresas em tempo de crise, o que verdadeiramente as mata são atrasos nos pagamentos das autarquias.
Acrescendo a isto o facto de as contas das autarquias serem publicas e publicadas, aliás, mensalmente as dívidas são reportadas à Administração Central, através da Direcção Geral das Autarquias Locais, e compreende-se bem quais os objectivos dos distintos Srs. Deputados.
Autores de um dos maiores crimes da história deste País, colocam Portugal no caminho do desastre, do retrocesso, do empobrecimento, provocam a falência de empresas e famílias, geram desemprego e fome e depois têm a distinta lata de fazer conferências de imprensa a falar nos atrasos de pagamento das Câmaras Municipais, como se esse fosse o principal problema da Região.
Se tivessem um mínimo de honestidade intelectual e de vergonha, se estivessem realmente interessados nas finanças municipais e na subsistência das empresas em tempo de crise, podiam começar por votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2013 que agrava de forma significativa as dificuldades das micro, pequenas e médias empresas e continua a reduzir a participação dos Municípios nas receitas do Estado (designadamente através de um conjunto de retenções absurdas).
E depois, pediam desculpas pelo que andam a fazer e demitiam-se!

Praça do Bocage