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segunda-feira, 19 de novembro de 2012


DEMOCRACIA DA TRETA

O grande embuste “democrático” de uma sociedade desumana e cruel como a norte-americana, só poderia levar ao funcionamento perverso e ilusoriamente “libertador” de ter cidadãos a quem se recusa o direito inalienável de votar, de escolher, de ter voz, enfim, de participar civicamente no que o sistema anti-democrático da burguesia diz serem eleições livres. E não são. Nunca são.

Cerca de seis (6) milhões da população norte-americana estão privados de votar

 em virtude de estarem a cumprir pena prisional, pelos mais variados delitos, mesmo nos casos (pasme-se) em que já pagaram a sua dívida à sociedade e se encontram em absoluta liberdade.

O injustamente incensado sistema de um “melting pot” apenas para Hollywood ver, não passa de pura propaganda. Edificam manicómios que fazem habitar de gente concreta que crê em abundantes torrentes de mel que nascem de um chão embutido em mármore e onde, das árvores em flor brotam pérolas. Com efeito, a realidade é bem outra. Cada um dos 50 estados das estrelinhas têm leis próprias e todos eles consagram, do ponto de vista jurídico, atentados inconstitucionais de maior ou menor relevância para a vida democrática e colectiva do seu povo. Os motivos elementares desta discriminização supostamente racial (recordemos que só há uma raça: a humana), é de gritante e arrepiante desmoralização humanista. Reparemos que os pretos são 12% da população do país e destes, 40% estão encarcerados. Os hispânicos somam 14% do povo norte-americano e a sua população a cumprir pena de prisão é de 21%.

A perspectiva de uma vida condigna, de direito adquirido à superior determinação do respeito devido à condição melhorada do homem, que já vem marcado constitucionalmente desde os “Founding Fathers”, é uma mera teia fatal onde se deixam acorrentar milhões de norte-americanos absolutamente despolitizados, culturalmente analfabetos e que ostentam com garbo, um fanatismo religioso que roça a mais absoluta indigência intelectual. Poder-se-á contra-argumentar que, também, na melhor plantação mental do discorrer filosófico que se conhece planetariamente (a Escola alemã), se fabricou um sistema de extermínio que muitos se recusaram a ver, que outros se recusaram a analisar, que tantos se recusaram a arriscar a própria vida na denúncia honrada e combativa que se lhes exigia. O horror é o que todos conhecemos. Gostaria, assim, que não nos ficássemos sonolentos e cobardes desta vez. A capacidade mortal do belicismo financeiro globalizado é inacreditavelmente mais destruidor.

Desta nova guerra que começou imediatamente após a queda da URSS e do bloco socialista, o mar de sangue desenvolvido pela ganância do capital financeiro (que hoje nada produz) é uma realidade imensa e em grande parte, de novo, pela melancolia incompreensível dos que preferem não “ver”, mais uma vez, uma exterminação populacional radicalmente diferente, embora mais profunda, mais sofisticada, em que as correntes de aço apostas nos pulsos dos novos escravos manter-se-ão (se o conseguirem levar avante) por muito mais tempo que os seus antepassados da demência organizada.

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