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A leitura da rúbrica Sociedade e Saúde da Visão de hoje, fez-me pensar, uma vez mais, naquela máxima que a Thatcher alardeou nos seus bons tempos de bruxa –mor do neoliberalismo:
 A economia é o método, mas o objectivo é mudar-lhes a alma»!
 Que importa que morram um aqui e outro ali? Que importa que passem fome além e acolá? Que importa que emigram para longe ou para perto?
As suas almas neoliberais deixam-se tranquilamente dormir sem pesadelos nem remorsos. Ofuscados pelo poder e pela riqueza que vão acumulando, lá fazem o que lhes dizem para ser feito. «Ora, ora, se não for eu, outros o farão!» A eles a quem não irão dizer: «hoje não temos remédios ou só há remédios para dois, mas não para três».
E quase tudo foi legitimado por cientistas impantes por poderem ter os seus minutos de glória! 
Estamos a regressar em velocidade da mais veloz banda larga para anos de fome, de miséria, de desemprego, de trabalho mal pago,de falta de assistência médica, de velhices pobres e penosas, de crianças com raquitismo, sem educação e sem futuro. Aos meninos de Soeiro Pereira Gomes que nunca tiveram infância!
Onde o progresso? Para que serve o enorme desenvolvimento cientifico e tecnológico que deveria estar ao serviço dos seres humanos? 
Medicamentos inovadores? Oh, meus caros, isso é coisa de ricos! Utilização de técnicas menos invasivas e, por isso, com menores custos de sofrimento? Isso é para quem pode pagar! Hospitais limpos? Que esquisitos que estais! Material médico bom? Mas que ideia estranha!
E vão repetindo a letra ao ritmo da música da UE! Até conseguiram convencer gente que vive do esforço do seu trabalho!
Do Brasil, chega-me a voz do grande Josué de Castro da minha juventude: «Cuidado, que a fome é negra».
Acrescento eu: «E capaz de todas as violências como resposta à violência de um Estado e de governantes frios, arrogantes e insensíveis que nos olham farisaicamente! Eles, afinal, não são mais do que lacaios ao serviço dos verdadeiros predadores mundiais aqueles que acumulam dinheiro, destroem o Estado Social, destroem seres humanos, devastam a natureza e apodrecem pela corrupção os agentes que colocam no poder para que melhor possam dominar os povos.

Vão ser derrotados uns e outros, porque os povos começam a contestar o império dos predadores, organizam resistências e combatem com a certeza de que só a luta lhes poderá devolver a imensa esperança num mundo melhor.
Porque a esperança, o sonho, a liberdade estão profundamente enraizados nos povos.

Praça do Bocage