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segunda-feira, 10 de setembro de 2012



Jerónimo de Sousa, um discurso que vem a ser truncado no essencial do que foi dito. Pelo sim, pelo não, a imprensa (escrita, vista e falada) limita-se a difundir pequenos extractos apenas para que se não diga que nada tenha dito...

As propostas apresentadas, nomeadamente a nacionalização da banca,
têm, no caso da Islândia, um exemplo que deve ser  discutido...
(...)
"Há condições e é possível ir mais longe na convergência e acção comum dos sectores e personalidades democráticas na base de um diálogo sério e leal, aceitando e respeitando naturais diferenças, mas denunciando e recusando as falsas alternativas, sejam as da “austeridade inteligente” que falando de crescimento e de emprego, visam dar uma aparência diferente à mesma política, ou das que omitindo causas e responsáveis navegam nas águas da ambiguidade de objectivos e propostas, e do preconceito anti-comunista.
(...) 
É possível realizar uma outra política na base de um governo patriótico e de esquerda que reúna as forças, sectores e personalidades dispostas a apoiar uma política de recuperação da dignidade nacional e de respeito pela dignidade dos trabalhadores e do povo.

Uma política e um governo que empreenda um programa assente num novo rumo para o país com :
- A inscrição imediata de um processo de renegociação da dívida pública, rejeitando o Pacto de Agressão. Os protagonistas do actual Pacto e os que dele beneficiam estigmatizam esta solução como inaceitável e impraticável. Mas a renegociação da dívida não só é uma proposta séria, como uma solução exequível. Não seria a primeira, nem será a última na vida de qualquer nação, incluindo da própria Alemanha. É a solução de quem quer pagar apenas o que é justo, reavaliando prazos, juros e montantes, para salvar o país e defender as condições de vida do povo. Uma renegociação da dívida realizada com o objectivo de salvaguardar os interesses nacionais, garantindo a canalização de recursos para a promoção do investimento produtivo, a criação de emprego e outras necessidades do país.
- A nacionalização da banca recuperando para as mãos do Estado um instrumento essencial para a dinamização económica e o apoio às pequenas e médias empresas. Dizem que esta é outra impossibilidade. Não é. Os 6 000 milhões de dinheiros públicos entregues à banca para sua recapitalização, chegariam para adquirir o capital social de toda a banca comercial.
- O apoio à produção nacional e a defesa efectiva do aparelho produtivo, com a valorização dos nossos recursos naturais e relançando designadamente um programa público de reindustrialização do país e que tenha como objectivo o pleno emprego. Uma política de combate ao défice agro-alimentar e de apoio à produção agrícola e que potencie o mar e as suas múltiplas actividades. Dizem que somos um país pobre e de parcos recursos. Não é verdade. O nosso país tem recursos e potencialidades que há muito estão desaproveitadas. Importantes recursos naturais no subsolo, no mar, na floresta, nos solos agrícolas. O que é preciso é uma política de Estado dirigida ao seu integral aproveitamento!
- Um novo rumo com a reposição dos direitos e rendimentos extorquidos e a valorização dos salários e das pensões de reforma, indispensável à dinamização do mercado interno e à elevação da procura interna; uma política que coloque no centro das suas prioridades, uma mais justa repartição da riqueza, a valorização do trabalho, a protecção social e a justiça social.
- Uma política que concretize a efectiva taxação da banca, a especulação financeira, o património de luxo e ponha fim ao escândalo dos paraísos fiscais para onde vão milhões de euros da riqueza produzida no nosso país.
- Uma política de reforço dos serviços públicos e das funções sociais do Estado.
- A defesa e respeito pela Constituição da República. (...)
Passagens do discurso de Jerónimo de Sousa, ontem, na Festa do Avante 
(Leitura integral, aqui)

conversa avinagrada

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