Diretor da Biblioteca Nacional rejeita ser "cúmplice" de Passos Coelho
Biblioteca Nacional
Depois de Maria Teresa Horta ter esta terça-feira recusado receber um prémio literário das mãos do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, sabe-se, menos de 24 horas depois, do teor da carta de demissão do diretor da Biblioteca Nacional de Portugal, Pedro Dias. Na missiva enviada a 11 de setembro ao gabinete do secretário de Estado da Cultura, explicando que terminou uma ligação de quatro décadas com o PSD por ter deixado de se rever neste partido, Pedro Dias sublinha que estar “completamente contra a política” de um Governo ao qual não reconhece legitimidade para se manter em funções depois de “ter renegado todas as promessas feitas ao eleitorado” e do qual não aceita “ser cúmplice”.
Pedro Dias conta no currículo a direcção do Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, do Instituto de História da Arte da Universidade de Coimbra e do Museu Nacional de Machado de Castro. Foi condecorado em 2005 com o Grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.Pedro Dias, investigador e professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, terá sido uma das primeiras nomeações do Executivo de Passos, logo a 30 de Junho de 2011, escassas semanas após a vitória eleitoral do PSD nas legislativas do dia 5. Na altura, o secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas Francisco afirmava numa nota à Agência Lusa “a confiança na vasta experiência curricular e na grande capacidade de trabalho” de Pedro Dias.
De acordo com o diretor da BNP, menos de seis meses depois era para ele claro o desconforto com as políticas do Governo que o nomeara para a direção da instituição. A renúncia ao lugar foi formalizada em Dezembro, ao que se seguiram “sucessivos adiamentos”.
São pormenores que emergem num contexto de forte contestação à governação de Pedro Passos Coelho, depois de meio milhão de portugueses terem tomado a rua para dizer “Basta!” e em vésperas de o Presidente Cavaco Silva reunir um Conselho de Estado onde deverá comparecer o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, para explicar o último capítulo da austeridade.“Com os roubos sucessivos que tenho sido alvo, nada me move para auxiliar aqueles que, paulatinamente, arruínam Portugal”, acusa o diretor demissionário da Biblioteca Nacional num texto publicado no seu Facebook com o cabeçalho "ACABOU A COLABORAÇÃO COM O GOVERNO. ENVIEI HOJE ESTA CARTA AO SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA. SER CÚMPLICE DE PASSOS COELHO E DO SEU GOVERNO, NÃO".
Na carta enviada a Rui Pereira, chefe de gabinete do secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas, o diretor da BPN sublinhou o desconforto pela situação: “Não só não me revejo na política do Senhor Primeiro Ministro, como estou completamente contra ela, e não reconheço legitimidade ao Governo para se manter em funções, por ter renegado todas as promessas feitas ao eleitorado, e que constituem a base da sua legitimidade democrática”.
“É assim absolutamente inaceitável ser cúmplice destas acções, enquanto Director-Geral, participando na delapidação de Portugal e dos seus recursos, em benefícios de grupos económicos, com o esmagamento das classes trabalhadoras e do domínio, no campo político, da Maçonaria, entidade que sempre combati. Já me desvinculei do PSD, de que já não sou militante, e não desejo voltar a ter qualquer colaboração com esta instituição, que nada tem a ver com a que, a partir de Maio de 1974, ajudei a desenvolver e a afirmar-se”, explica Pedro Dias.
De acordo com o diretor da BNP, menos de seis meses depois era para ele claro o desconforto com as políticas do Governo que o nomeara para a direção da instituição. A renúncia ao lugar foi formalizada em Dezembro, ao que se seguiram “sucessivos adiamentos”.
São pormenores que emergem num contexto de forte contestação à governação de Pedro Passos Coelho, depois de meio milhão de portugueses terem tomado a rua para dizer “Basta!” e em vésperas de o Presidente Cavaco Silva reunir um Conselho de Estado onde deverá comparecer o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, para explicar o último capítulo da austeridade.“Com os roubos sucessivos que tenho sido alvo, nada me move para auxiliar aqueles que, paulatinamente, arruínam Portugal”, acusa o diretor demissionário da Biblioteca Nacional num texto publicado no seu Facebook com o cabeçalho "ACABOU A COLABORAÇÃO COM O GOVERNO. ENVIEI HOJE ESTA CARTA AO SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA. SER CÚMPLICE DE PASSOS COELHO E DO SEU GOVERNO, NÃO".
Na carta enviada a Rui Pereira, chefe de gabinete do secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas, o diretor da BPN sublinhou o desconforto pela situação: “Não só não me revejo na política do Senhor Primeiro Ministro, como estou completamente contra ela, e não reconheço legitimidade ao Governo para se manter em funções, por ter renegado todas as promessas feitas ao eleitorado, e que constituem a base da sua legitimidade democrática”.
“É assim absolutamente inaceitável ser cúmplice destas acções, enquanto Director-Geral, participando na delapidação de Portugal e dos seus recursos, em benefícios de grupos económicos, com o esmagamento das classes trabalhadoras e do domínio, no campo político, da Maçonaria, entidade que sempre combati. Já me desvinculei do PSD, de que já não sou militante, e não desejo voltar a ter qualquer colaboração com esta instituição, que nada tem a ver com a que, a partir de Maio de 1974, ajudei a desenvolver e a afirmar-se”, explica Pedro Dias.
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