AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

PEDRO DIAS DIRETOR DA BIBLIOTECA NACIONAL ABANDONA PSD


Diretor da Biblioteca Nacional rejeita ser "cúmplice" de Passos Coelho


Diretor da Biblioteca Nacional rejeita ser cúmplice de Passos Coelho
Biblioteca Nacional

Depois de Maria Teresa Horta ter esta terça-feira recusado receber um prémio literário das mãos do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, sabe-se, menos de 24 horas depois, do teor da carta de demissão do diretor da Biblioteca Nacional de Portugal, Pedro Dias. Na missiva enviada a 11 de setembro ao gabinete do secretário de Estado da Cultura, explicando que terminou uma ligação de quatro décadas com o PSD por ter deixado de se rever neste partido, Pedro Dias sublinha que estar “completamente contra a política” de um Governo ao qual não reconhece legitimidade para se manter em funções depois de “ter renegado todas as promessas feitas ao eleitorado” e do qual não aceita “ser cúmplice”.

Pedro Dias conta no currículo a direcção do Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, do Instituto de História da Arte da Universidade de Coimbra e do Museu Nacional de Machado de Castro. Foi condecorado em 2005 com o Grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.Pedro Dias, investigador e professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, terá sido uma das primeiras nomeações do Executivo de Passos, logo a 30 de Junho de 2011, escassas semanas após a vitória eleitoral do PSD nas legislativas do dia 5. Na altura, o secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas Francisco afirmava numa nota à Agência Lusa “a confiança na vasta experiência curricular e na grande capacidade de trabalho” de Pedro Dias.

De acordo com o diretor da BNP, menos de seis meses depois era para ele claro o desconforto com as políticas do Governo que o nomeara para a direção da instituição. A renúncia ao lugar foi formalizada em Dezembro, ao que se seguiram “sucessivos adiamentos”.

São pormenores que emergem num contexto de forte contestação à governação de Pedro Passos Coelho, depois de meio milhão de portugueses terem tomado a rua para dizer “Basta!” e em vésperas de o Presidente Cavaco Silva reunir um Conselho de Estado onde deverá comparecer o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, para explicar o último capítulo da austeridade.“Com os roubos sucessivos que tenho sido alvo, nada me move para auxiliar aqueles que, paulatinamente, arruínam Portugal”, acusa o diretor demissionário da Biblioteca Nacional num texto publicado no seu Facebook com o cabeçalho "ACABOU A COLABORAÇÃO COM O GOVERNO. ENVIEI HOJE ESTA CARTA AO SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA. SER CÚMPLICE DE PASSOS COELHO E DO SEU GOVERNO, NÃO".

Na carta enviada a Rui Pereira, chefe de gabinete do secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas, o diretor da BPN sublinhou o desconforto pela situação: “Não só não me revejo na política do Senhor Primeiro Ministro, como estou completamente contra ela, e não reconheço legitimidade ao Governo para se manter em funções, por ter renegado todas as promessas feitas ao eleitorado, e que constituem a base da sua legitimidade democrática”.

“É assim absolutamente inaceitável ser cúmplice destas acções, enquanto Director-Geral, participando na delapidação de Portugal e dos seus recursos, em benefícios de grupos económicos, com o esmagamento das classes trabalhadoras e do domínio, no campo político, da Maçonaria, entidade que sempre combati. Já me desvinculei do PSD, de que já não sou militante, e não desejo voltar a ter qualquer colaboração com esta instituição, que nada tem a ver com a que, a partir de Maio de 1974, ajudei a desenvolver e a afirmar-se”, explica Pedro Dias.

Sem comentários: