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quarta-feira, 4 de abril de 2012


Ser social-democrata no PS

Não deve ser fácil.

Compreendo, e às vezes até admiro, os sociais-democratas que se mantêm no PS. [Falo de sociais-democratas, não de PSDs]. Acho que estão enganados, mas compreendo.

Acho que estão enganados porque a coisa já não é reformável. Mas compreendo, porque não sendo a coisa reformável também se não vê outra, social-democrata ou socialista, que possa ocupar o seu lugar.

Os sociais-democratas do PS, sobretudo os que são deputados, têm estado e estarão no futuro próximo sujeitos a duríssimos dilemas morais. A legislação do trabalho, o tratado europeu, o programa da tróica que se prefigura depois deste…

É certo que a disciplina de voto pode ser evocada como lenitivo da consciência. “Voto, mas voto contrariado (e até posso fazer uma declaração)”. No entanto, nós sabemos, e sabemos que eles sabem, que o lenitivo da disciplina é fraca mezinha. No fundo, a existência de disciplina de voto apenas desloca o dilema. Dada a existência de disciplina o que passa a ser objecto de escolha é “respeitar ou não respeitar a disciplina”.

Deve haver circunstâncias em que é justificável respeitar a disciplina em nome de coisas mais importantes do que a dor de estômago que se sente quando se vota contra a consciência. Mas haverá outras em que não há justificação possível. Nalgum sítio tem de estar o limite. E se o limite não fosse a alteração da legislação do trabalho ou o tratado europeu, quer-me bem parecer que não haveria limites.

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