ALFABETO
"Os areais são leitos de amor do mar com a terra. Prenhes de rituais de paixão, neles observamos sedução, aproximação, ímpeto, reboliço, ternura, serenidade. É essa partitura de amor – ou andamentos" - que vos deixo neste álbum de fotos minhas.Teresa Sá Couto
Correspondendo a um desafio antigo - dar voz a uma foto da Teresa Sá Couto - surge, finalmente, um texto que peca por tardio... A ver se não perdemos o jeito após tanto tempo de ausência...
- Fizeste o mundo bonito hoje!
E todos os dias em que te senti o cheiro nu da pele, o abraço, o olhar aceso e o rosto a transpirar ternura em maiúsculas...
Queria saber que alfabeto era aquele com que escrevia amor a gemer baixinho, que caminho levava a curva suave do perfil e a respiração melosa a acalmar o peito.
– Gosto de ti com todas as letras, sem pressas, pausas ou cobranças,assim do jeito simples com que pões o meu corpo a chamar por ti!
E só o tempo, avaro nas horas, a impedia de ver de que tamanho era aquele gostar.
Ele acabou por se vestir à pressa, de olhos postos no seu corpo à espera de um sinal, distendido de forma lânguida, sobre a cama, apenas interrompido pelo barulho das ondas, lá fora, galgando o areal e da chuva que batia forte nas vidraças pela força do vento. Caindo mais de um lado que do outro, variando de ritmo e intensidade, mas molhando o mundo inteiro por igual…
Tempo, ainda, para um beijo, um sorriso e um silêncio…
A vida era mais bonita assim… sem explicações…
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