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vídeo com dança e canção de homenagem
Mata Hari
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Mata Hari | |
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Nome completo | Margaretha Gertruida Zelle |
Nascimento | 7 de agosto de 1876 Leeuwarden |
Morte | 15 de outubro de 1917 (41 anos) Vincennes |
Nacionalidade | Países Baixos |
Cônjuge | Rudolf John MacLeod (1895-1902) |
Filho(s) | Norman-John (1897-1899) Jeanne-Louise (1898-1919) |
Ocupação | Dançarina e cortesã |
Margaretha Gertruida Zelle(Leeuwarden, 7 de agosto de 1876 — Vincennes, 15 de outubro de 1917), conhecida mundialmente como Mata Hari, foi uma dançarina exótica dos Países Baixos acusada de espionagem que foi condenada à morte porfuzilamento, durante a Primeira Guerra Mundial. Em diferentes ocasiões sua vida foi alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas. Ao longo do tempo, Mata Hari transformou-se em uma espécie de símbolo da ousadia feminina.[1]
Mata Hari era filha de um empresário, Adam Zelle, com uma descendente dejavaneses, Antje van der Meulen. Dos pais, herdou a beleza exótica da mãe de origem asiática e o espírito aventureiro de um pai em franca decadência financeira. A situação delicada de sua família piorou quando, aos 15 anos de idade, Mata perdeu sua mãe.[1][editar]Biografia
No início do século XX, depois de uma tentativa fracassada de se tornar professora, um casamento igualmente fracassado com Rudolf John MacLeod e de ter dois filhos, Norman-John MacLeod e Jeanne-Louise MacLeod, ela se mudou para Paris.
Ela posava como uma princesa javanesa e se tornou uma dançarina exótica. Seu pseudônimo Mata Hari quer dizer sol (mas literalmente "olho da manhã") em malaio elíngua indonésia. Ela também foi uma cortesã que teve casos amorosos com vários militares e políticos.
[editar]Participação na Primeira Guerra
Durante a guerra, Mata Hari dormiu com inúmeros oficiais, tanto franceses quanto alemães e se tornou um peão da intriga internacional, apesar dos historiadores nunca terem esclarecido com exatidão se ela fora realmente uma espiã, e se sim, quais eram as suas atividades como tal. Em 1917 ela foi a julgamento na França acusada de atuar como espiã e também como agente dupla para a Alemanha e França. Foi considerada culpada e no dia 15 de outubro do mesmo ano fuzilada.
[editar]Execução
Existem vários rumores em torno de sua execução. Um dos mais fantasiosos diz que os soldados do pelotão de fuzilamento tiveram de ser vendados para não sucumbir a seu charme. Outra história cita que Mata Hari jogou um beijo aos seus executores antes que começassem a disparar. Uma terceira versão diz que ela não só jogou um beijo, mas também abriu a túnica que vestia e morreu expondo o corpo completamente nu.
[editar]Cultura popular
O filme de 1931, "Mata Hari", descreve seus últimos dias de vida. Greta Garbo interpretou o papel principal. Existe uma outra versão do filme Mata Hari de 1985 com a atriz holandesa Sylvia Kristel.
Mata também é mencionada na comédia Casino Royale (1967), quando é dito que, ela e James Bond tiveram uma filha, chamada Mata Bond, e Mata Hari foi o grande amor da vida de James. No seriado Charmed, no episódio 13 da sexta temporada, Phoebe Halliwell (Alyssa Milano) incorpora o karma de Mata Hari. É citada também como um "quase" caso de Dimitri Borja Korosek, personagem principal no livro "O Homem que matou Getúlio Vargas" de Jô Soares.
[editar]Galeria
Mata Hari. Seu pecado: amar demais
Mata Hari entrou para a história como uma superespiã condenada à morte. Nada disso: a holandesa foi mesmo bode expiatório e liberal demais para sua época
Fernando Eichenberg | 01/06/2008 00h00
Margaretha Geertruida Zelle McLeod vestiu-se com elegância para sua morte, naquela manhã de outono de 15 de outubro de 1917. Saia longa, corselete de renda, chapéu de feltro, botinas, casaco e luvas até os cotovelos. O terror de momentos atrás, quando soube que sua pena capital seria executada na penitenciária francesa de Saint-Lazare, transformara-se em calma.
Frente aos 12 soldados do pelotão de execução que apontavam seus fuzis para ela, ouviu a sentença em que era “condenada à morte por unanimidade por espionagem”. Enviou um beijo aos carrascos e sorriu para as freiras que a acompanhavam. Às 6h12, a ordem de execução foi dada por um brusco movimento descendente de sabre. Um dos soldados desmaiou. Onze tiros ecoaram, certeiros. O marechal Petey caminhou até o corpo estendido e disparou na têmpora o tiro de misericórdia.
Em seus 41 anos, Margaretha foi falsa bailarina oriental e espiã fracassada. Colecionou amantes e mentiras e acabou vítima de seu próprio personagem e do espírito de sua época. Julgada em um processo repleto de falhas, a vedete foi ingênua a ponto de ser transformada, contra sua vontade, em perigosa inimiga da segurança nacional. Durante seu julgamento, o procurador Henri Mornet declarou para um júri já adepto de sua causa: “Vocês têm diante de si talvez a maior espiã do século”. Margaretha já havia se defendido: “Uma cortesã, eu admito. Uma espiã, jamais!”. Mas era tarde: a lenda de Mata Hari já estava há muito criada.
Margaretha nasceu em 7 de agosto de 1876, em Leeuwarden, cidade de 27 mil habitantes no norte da Holanda, filha do chapeleiro Adam Zelle e de Antje van der Meulen. De seu pai, herdara a personalidade pretensiosa e ambiciosa e a facilidade de esbanjar dinheiro. Da mãe, o aspecto exótico – ela era descendente de uma antiga tribo da Ásia que migrara para a Escócia e a Irlanda. A infância de sonhos ruiu com a falência dos negócios da família. A crise provocou a separação dos pais. Às vésperas de completar 15 anos, em 1891, a mãe morreu. O pai já vivia com outra mulher, em Amsterdã, e Margaretha foi acolhida por um casal de tios e enviada para estudar na cidade universitária de Leyden, para se tornar professora de escola maternal.
Com mais de 1,70 metro de altura, ombros largos e seios pequenos, a jovem Margaretha não era exatamente bonita. Mas os cabelos negros, o olhar e os lábios sensuais e a pele escura faziam-na sexy. Aos 19 anos incompletos, casou-se com o capitão Rudolph McLeod, 39.
Em maio de 1897, já com seu primeiro filho, Norman, a família mudou-se para a Indonésia, para onde a empresa em que o capitão trabalhava, a Companhia das Índias Orientais, o transferira. Em Toempoeng, perto de Bali, nasceu Juana-Luisa, apelidada de Non, abreviação de nonah (“menina” no idioma malaio). Na Ásia, por diversão, Margaretha começou a vestir trajes malaios e a imitar danças locais para oficiais, o que era malvisto pelas esposas dos funcionários holandeses. O casamento não ia bem: ela e o marido discutiam muito e, quando bebia, ele costumava ser violento.
Em Medan, uma tragédia. A babá, amante do capitão, tentou matar seus dois filhos, colocando veneno no molho do arroz. Non sobreviveu, mas Norman não. O casamento se degradava a cada dia e, em março de 1902, a família voltou para a Europa. O casal se separou em agosto do mesmo ano. Contra a decisão judicial, o capitão John se recusou a pagar pensão alimentar e seqüestrou Non da mãe, que tinha sua guarda. Abalada, Margaretha partiu para Paris em 1903, aos 27 anos.
Instalada em uma modesta pensão familiar, saiu em busca de trabalho como modelo para artistas. Só arrumou serviço para posar nua. Não conseguiu o dinheiro que achou que obteria e voltou para a Holanda, onde conheceu e tornou-se amante de um ricaço, o barão Henri de Marguerie. Em 1904, resolveu tentar de novo a vida em Paris. Com apenas 50 centavos na bolsa, Margaretha desembarcou no Grand Hôtel, com vista para a Opera, e enviou uma mensagem para o barão, que se encarregou de pagar suas diárias e também novos vestidos.
Hábito de fantasiar
Com o orientalismo em moda na Europa, Margaretha decidiu dançar para ganhar a vida. Sua primeira performance de strip-tease, na casa de uma cantora, já foi um sucesso. Fascinados pelo espetáculo, os diretores do Museu Guimet colocaram o cenário do prestigioso local à disposição de Margaretha e insistiram para que ela adotasse um nome artístico, como era comum na época. Ela optou pelo mesmo nome que usara quando dançava para oficiais na Indonésia: Mata Hari, expressão malaia que significa “olho da manhã”, mas pode também ser traduzida por “luz do dia”.
Sua primeira apresentação no Museu Guimet, em 13 de março de 1905, marca a virada de sua carreira artística. Com quatro bailarinas, Mata Hari dançava em trajes emprestados da coleção do museu: um cinto indiano de pedras preciosas enlaçava seu translúcido sári. Para disfarçar seus seios pequenos, criou um sutiã metálico e adornado de bijuterias, que não tirava jamais. Contorcia-se em cena e despia-se de seus xales até o momento em que, de costas para a audiência, deixava o sári cair.
Bastante solicitada nos salões da elite parisiense, em pouco tempo Mata Hari passou a dançar para um público composto de príncipes, como Albert I de Mônaco, e membros da aristocracia. Conquistou também o povo ao apresentar-se no Olympia, primeira casa de shows de música de Paris. Mesmo com seu limitado talento, virou celebridade. E, enquanto seguia sua carreira pelos palcos da Europa, acumulava amantes ricos em seu leito. De 1910 a 1911, desapareceu de cena para viver como amante permanente do banqueiro francês Félix Rousseau. Após a clausura, tentou reemplacar a carreira de dançarina, mas não teve sucesso. Sem dinheiro, partiu para Berlim atrás de um ex-amante, o proprietário de terras Albert Kiepert. No país, em maio de 1914 conseguiu agendar uma temporada de duas semanas no music-hall Metropol. A deflagração da Primeira Guerra Mundial, porém, abortou o projeto.
Em 28 de julho de 1914, um mês após o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, o Império Áustro-Húngaro invadiu a Sérvia. O conflito generalizou-se rapidamente: de um lado a Tríplice Aliança (Alemanha, Itália e Áustria-Hungria), de outro, a Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia). Mata Hari queria voltar para Paris e, em 6 de agosto, embarcou no trem para a Suíça. Na fronteira, fizeram-na descer para interrogatório. O trem partiu sem ela, mas com suas bagagens. As autoridades alemãs exigiam um documento oficial atestando sua nacionalidade holandesa (poucas pessoas na época possuíam um passaporte) e um visto suíço. Acabou voltando para a Holanda.
Em 1916, tentou novamente ir para Paris, dessa vez por Londres. O cônsul britânico recusou-lhe um salvo-conduto. Equivocadamente, os ingleses já suspeitavam que a bailarina era espiã. O serviço de contra-espionagem italiano enviara para Paris, com cópia para Londres, uma mensagem dizendo que Mata Hari, então residente em Berlim e que falava com um “leve sotaque alemão” estava em um navio com destino ao Egito, que faria escala em Nápoles. A confusão deve-se, no fundo, ao hábito de Mata Hari de inventar histórias sobre a própria vida. Nove anos antes, fizera um cruzeiro pelo Egito e dera uma entrevista ao jornal Le Temps, dizendo que, no momento, era “berlinense”. O jornal afirmara que o alemão falado por Mata Hari tinha quase nenhum sotaque.
Foi nessa “prova” amadora e inconsistente – sem uma única linha sobre espionagem – que os ingleses sustentaram sua desconfiança. Depois desse episódio, ela passou a ser seguida por pessoas do serviço secreto inglês, que procuravam indícios para culpá-la de espionagem a serviço da Alemanha. Já em Paris, quando chegou em 16 de junho de 1916, foi seguida por policiais franceses, alertados pelos ingleses, até 15 de janeiro de 1917. Nada de realmente suspeito pôde ser notado.
Mata Hari continuou entretendo-se com seus amantes até encontrar o grande e talvez único amor de sua vida, o oficial russo de 21 anos Vladimir de Masloff, o Vadim. A paixão deflagrou as circunstâncias que terminaram por levá-la à morte.
Naquele mesmo ano, ferido no olho esquerdo, Vadim foi transferido para tratamento no hospital militar de Vittel, a 300 quilômetros de Paris. Para visitar o amado, Mata Hari precisava de uma autorização especial de acesso à zona militar. Pediu-a ao capitão Georges Ladoux, encarregado da organização da contra-espionagem. O oficial francês, já informado de que Mata Hari era suspeita de ser espiã alemã, disse à suposta inimiga que daria autorização para ir a Vittel caso ela trabalhasse como espiã para a França. Ela aceitou e foi clara: só o estava fazendo pelo dinheiro.
Mata Hari partiu como uma espiã amadora, sem qualquer missão específica, para a Espanha. Hospedada no Hotel Ritz em Madri e decidida a mostrar serviço, aproximou-se do capitão Hauptmann Kalle, adido militar da embaixada alemã. Mata Hari foi manipulada pelo oficial desde o primeiro encontro. Em conversas informais, Kalle lhe passou informações aparentemente importantes, mas na verdade falsas ou obsoletas. Por sua vez, além dos serviços na cama, ela forneceu impressões banais do que se passava na França, todas acessíveis em jornais ou ouvidas nas ruas, para convencer seu amante de que seu coração batia pela Alemanha. Em dezembro, enquanto ela esperava voltar para a França e receber a recompensa por seu trabalho, o capitão Ladoux interceptou mensagens enviadas por Kalle a Berlim. Referindo-se ao agente “H 21”, relatava as informações (superficiais) passadas por Mata Hari a ele.
Um detalhe indica que a correspondência entre Madri e Berlim fazia parte de uma estratégia dos alemães para incriminar Mata Hari como agente-duplo junto aos franceses. Em 1914, os ingleses já haviam conseguido decifrar o sistema codificado de mensagens alemão. Em 1916 os alemães perceberam isso e alteraram o código. O capitão Ladoux percebeu mais tarde – e escondeu do procurador e do júri que condenou Mata Hari – que as mensagens sobre o agente H 21 transmitidas por Kalle usavam o antigo código, aquele que os alemães sabiam que os franceses conheciam. Ou seja: eles faziam questão que seu conteúdo fosse lido pelas autoridades inimigas.
Em 4 de janeiro de 1917, Mata Hari voltou a Paris. O contexto na França era dos piores. A guerra se alastrava e o espírito de derrota imperava. O clima reinante era o de caça às bruxas e do uso de bodes expiatórios. O governo exigia a prisão do maior número possível de espiões estrangeiros para provar sua eficácia. Não prender Mata Hari seria reconhecer que o serviço de contra-espionagem perdera tempo e dinheiro ao investigar uma mera cortesã aspirante a espiã. Em 13 de fevereiro, por ordem do juiz de instrução Pierre Bouchardon, Mata Hari foi presa em Saint-Lazare.
Os sucessivos interrogatórios não revelaram nenhuma prova conclusiva de crime de espionagem contra a França. Só no fim de abril Ladoux revelou sobre as mensagens alemãs interceptadas. Fez isso, porém, sem revelar as verdadeiras intenções alemãs – o que não deixou dúvidas ao capitão Bouchardon de que a prisioneira era culpada. Foi então que Mata decidiu contar o que até então acobertara. Em uma noite de maio de 1916, segundo ela, recebera a inesperada visita em sua casa na Holanda do cônsul da Alemanha em Amsterdã, Karl Kroemer. O diplomata ofereceu 20 mil francos por informações confidenciais que ela obtivesse dos franceses. Ela deveria escrever seus relatórios e assinar com o código “H 21”. Mata Hari disse que concordara, mas só para pegar dinheiro dos alemães – e nunca teria dado informação alguma. O fato explicaria por que os alemães teriam usado o sistema de mensagens para “entregar” aos franceses a espiã que embolsou o dinheiro alemão sem ter feito espionagem para o kaiser. Mas, em seu julgamento, o júri composto de militares desconheceu ou ignorou as falhas e contradições do dossiê de acusação.
O FUZILAMENTO DE MATA HARI
“Mata Hari foi vítima de um erro judiciário”, diz o próprio bisneto de Pierre Bouchardon, o historiador Philippe Collas, em Mata Hari – Sa Véritable Histoire (“Mata Hari – Sua verdadeira história”, inédito em português). “Mata Hari é culpada porque era imoral. Uma mulher liberada, um símbolo sexual, uma mulher livre.” “Foi condenada não por espionagem, mas por sua falta de vergonha”, disse o acadêmico americano Pat Shipman em Femme Fatale: Love, Lies, and the Unknown Life of Mata Hari (“Mulher fatal: amores, mentiras e a desconhecida vida de Mata Hari, sem tradução). A frase definitiva de sua inocência veio, porém, de um de seus maiores carrascos. Cerca de 30 anos após tê-la proclamado “a maior espiã do século” diante dos jurados, o procurador Henri Mornet declarou em uma entrevista sobre o julgamento: “Il n’y avait pas de quoi fouetter un chat” (“não havia com o que fustigar um gato”), a versão francesa de “fazer tempestade em um copo d’água” – expressão, todos sabemos, usada para dizer que não havia nada de grave no episódio Mata Hari.Mata Hari real
Marthe Richard seduziu, espionou e se deu bem
A fama é de Mata Hari, mas foi uma outra jovem a verdadeira cortesã agente dupla que realmente trabalhou a serviço da França. Como boa espiã, no entanto, ela nunca foi pega. E ainda fez carreira política. Marthe Richard nasceu em 1889, em Bettenfeld, na Alemanha, mas adolescente já morava na França. Ficou viúva cedo, em 1916 – o marido morreu na Primeira Guerra. Como Mata Hari, tornou-se espiã por influência do capitão Georges Ladoux, amigo de um de seus amantes. A alemã e Mata Hari, inclusive, chegaram a estar hospedadas no mesmo hotel em Madri, em 1917. Marthe seduziu o septuagenário Hans van Krohn, um dos chefes da espionagem alemã na Espanha, que a recrutou como o agente “S 32”. Graças às suas informações, foram presos vários espiões alemães, foi descoberto o segredo da tinta invisível inimiga, destruído um submarino UB 52 e impedido o sucesso do bombardeamento da costa basca. Nos anos 1930, quando lançou suas memórias, Ma Vie d’Espionne au Service de la France (“Minha vida de espiã a serviço da França”, inédito em português), disse que como agente dupla poderia ter tido o mesmo destino de Mata Hari. “Mas eu tive direito à Legião de Honra e, ela, ao pelotão de execução”, afirmou. Sua carreira política começou em 1945, quando foi eleita para o conselho municipal de Paris. Mas ficou famosa por lutar pelo fechamento das casas de prostituição francesas. Marthe Richard morreu em 1982, aos 93 anos.
Saiba mais
Livros
Femme Fatale: Love, Lies, and the Unknown Life of Mata Hari, Pat Shipman, Harper Collins, 2007
No mais recente lançamento sobre Mata Hari, o autor faz um paralelo entre sua vida pessoal e profissional.
Mata Hari – Sa Véritable Histoire, Philippe Collas, Plon, 2003
Biografia escrita pelo historiador que é bisneto de um dos acusadores de Mata Hari.Mulher fatal
A lenda de Mata Hari, com seu erotismo exótico, inspirou várias histórias para o cinema e a TV
1922
O primeiro filme a ter a espiã como tema é o francês Ziska, La Denseuse Espionne (“Ziska, a dançarina espiã”), dirigido por Henri Andréani. As aventuras de Ziska como dançarina e espiã foram inspiradas na história de Mata Hari – ela também morre fuzilada (foto acima).
1931
Em Mata Hari, Greta Garbo interpretou a célebre espiã como uma bailarina que trabalhou para a Alemanha para obter documentos secretos russos. No filme, ela torna-se amante de um tenente-coronel e é executada por traição.
1931
O alemão Fatalidade traz Marlene Dietrich inspirada em Mata Hari para compor a sedutora viúva Marie Kolverer. Ela é uma cortesã solicitada pelos serviços secretos austríacos, que, como a agente X 27, tem como missão conseguir segredos dos russos.
1964
Em Mata Hari – A Agente 21, o papel foi de Jeanne Moreau. “Ela revela na cortesã uma heroína humana, sofrida em seus amores, vítima dos acontecimentos”, disse Pierre Cardin, estilista então namorado da atriz.
2003
Alain Tasma dirigiu o telefilme Mata Hari, a Verdadeira História, com roteiro do historiador Philippe Collas. Maruschka Detmers viveu a bailarina-espiã. “Ela não foi a espiã que julgaram, mas tinha comportamento de mulher livre, sem fronteiras”, disse a atriz.
2009
A próxima a interpretar a lenda Mata Hari, com filmagens programadas no decorrer deste ano, será a atriz rainha do burlesco Dita von Teese, ex-mulher do músico Marylin Manson, em uma produção dirigida por Martha Fiennes, irmã dos atores Ralph e Joseph Fienes.
Aventuras na História
PRISÃO DE MATA HARI
Margaretha Geertruida Zelle McLeod teve uma vida familiar difícil e após casar-se e ter dois filhos, teve de enfrentar a traição no casamento e a tentativa de assassinato de seus dois filhos pela babá, amante de seu marido. Infelizmente um deles faleceu, o outro fora seqüestrado pelo ex-marido. Abalada com os fatos ocorridos, Margaretha partiu para viver emParis em 1903 quando tinha vinte e sete anos.Sem dinheiro, Margaretha resolveu dançar para ganhar dinheiro para sobreviver. Logo no primeiro strip-tease fez sucesso o que atraiu o interesse dos diretores do Museu Guimet, os quais insistiram não só para que ela se apresentasse no local, como também adotasse um nome artístico. Diante disso Margaretha resolveu adotar o mesmo nome que utilizava quando dançava na Indonésia: Mata Hari – uma expressão malaia cujo significado é “olho da manhã”, mas pode ser traduzido como “luz do dia”. Depois da primeira apresentação no Museu Guimet Mata Hari sua carreira cresceu e em pouco tempo estava se apresentando para um público mais elitizado, composto por príncipes e aristocratas.
Mata Hari teve muitos amantes importantes, de príncipes a banqueiros, até militares. Foi numa dessas viagens, buscando um ex-amante, que Mata Hari não conseguiu provar nacionalidade e os ingleses começaram a desconfiar de sua carreira cmo espiã. Dizem que tal desconfiança se deve pela mania que ela tinha em inventar histórias sobre sua própria vida. Histórias que eram divulgadas em jornais, o que, para o serviço de inteligência dos ingleses, era prova suficiente da vida de espiã da artista. Quando, em 1916, estava em Paris, Mata Hari já era observada pelos policiais franceses – quehavima sido avisados pelos ingleses. A partir daí seguiu a vida com seus amantes até encontrar, em 1916, Vladimir de Masloff, oficial russo tido como o verdadeiro amor de Mata Hari.
No mesmo ano em que se conheceram, Vladimir foi ferido no olho e transferido para tratamento em hospital militar distante de Paris. Mata Hari, agora apaixonada, precisava de autorização para visitá-lo, fo então falar com capitão Georges Ladoux, responsável pelo serviço de contra-espionagem. O Capitão Ladoux informou Mata Hari da suspeita que os ingleses tinham sobre ela ser espiã alemã, disse que concederia a autorização caso aceitasse trabalhar como espiã francesa. Iludida e motivada pela recompensa financeira, aceitou. Logo em seu primeiro trabalho, sem ordem específica, tentou seduzir o capitão alemão Hauptmann Kalle, que a enganara desde o primeiro contato, passando à ela informações falsas. Mata Hari tentava convencer o capitão alemão de que sua pátria era a Alemanha. Essa tentativa foi descoberta por Ladoux, quando interceptou a conversa de Kalle com Berlim, quando este dizia que as informações trazidas por Mata Hari eram superficiais.
Mata Hari retornou para Paris em 1917, quando o governo exigia a prisão de espiões estrangeiros como forma de mostrar serviço. Mata Hari foi presa então no dia treze de fevereiro de 1917 e condenada a morte por fuzilamento.
Há quem diga que Mata Hari fora bode expiatório, para outros faltam informações sobre suas atuações como espiã, fato é que Mata Hari virou lenda como espiã e era liberal demais para sua época.
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