Pensamos…tão pouco
18DomingoDez 2011
Muitos dos poucos debates – monólogos… muitos deles, – radiofónicos ou televisivos em que participam comentadores, convidados ou representantes dos partidos políticos transformam-se, muitas vezes, numa insuportável, barulhenta e ensurdecedora discussão, que nada esclarece, acabando por deixar, quem ouve e quem vê, ainda mais confuso.
Falam, muitas das vezes, ao mesmo tempo, abordando temas diversos e em simultâneo, – que tempo é dinheiro e há que saber aproveitar a oportunidade – como se, de facto, ser-se ouvido e compreendido não tivesse importância nenhuma.
Mais. Nem todos os que representam as várias correntes e sensibilidades do pensamento político, – em particular as forças e os movimentos que representam e defendem os interesses de quem trabalha – têm o mesmo ensejo.
Há uns que têm mais vantagens que outros. Há uns que estão plantados no ecrã, que aparecem com toda a regularidade e que merecem, por parte de alguns dos mais importantes órgãos de comunicação social, o destaque que outras vozes, mais incómodas para o poder, nunca têm. E o problema é que muitos destes debates já não contêm qualquer mensagem. Há apenas ruído e espectáculo. Os temas são, com raras excepções, estapafúrdios e acontecem de modo contínuo e sistemático, tendo por base a especulação, transformando as “presunções em factos”, acrescidos de umas quantas promessas vãs, aliadas a uma grande dose de impunidade, assente num pensamento estruturado para revelar, de modo sintético e distorcido, as meras aparências em detrimento de uma visão integrada que defenda os interesses do país e dos portugueses.
Pensamos tão pouco.
Por isso acredito que falta diálogo, debate – “tudo deve estar em aberto e a discussão deve ser tão ampla quanto possível, sem a admissibilidade de quaisquer tipos de barreiras” – consubstanciado, não na visão pequenina, imediatista e redutora, que não ultrapassa as nossas fronteiras, a nossa região ou a nossa cidade, mas numa visão de liberdade, com tudo o que a palavra significa e implica.
Não venham obrigar os “pássaros” a mergulhar no mar dos tubarões nem me tirem o direito de querer o “impossível”.
Blog Praça do Bocage
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