Sábado, 2 de Abril de 2011
Agências de “rating”, gangsters e extorsão – Quem sai aos seus...
Basta dar uma vista de olhos aos chamados governos da europa comunitária, para perceber quem realmente governa. O alegado governo de Portugal, recheado de “funcionários” dos grandes grupos económicos e de jovens “políticos”, candidatos a lugares nesses grupos assim que cessarem funções no alegado governo... é um dos melhores exemplos.
Mesmo assim, os “mercados” tentam fazer passar a ideia de que entre os governos e o poder do capital existem apenas relações “institucionais” e não promiscuidade. Para isso, foi criada toda uma parafernália de máscaras e jogos de engano, truques que permitem aos capitalistas/governantes e aos governantes/capitalistas passarem por gente honesta. Uma dessas encenações são as chamadas “agências de notação”, com os seus já famosos “ratings”. Foram inventadas para criar a ilusão de que os trabalhadores não são roubados diretamente pelos governos e pelos patrões, mas sim por imposição destas “agências”, que decidem sobre a economia de países inteiros, fazendo de conta que são independentes e não o “braço armado” do patronato, dos bancos, dos “mercados”.
Já temos a nossa dose. Os trabalhadores e até os reformados portugueses têm uma longa experiência de sacrifícios decretados por estas agências, que fazem transitar milhares de milhões de euros dos seus bolsos, poupanças, salários e reformas, para as contas bancárias dos multimilionários que estão realmente por detrás destes “ratings”.
Até agora os canalhas limitavam-se a fingir subir ou descer as suas “classificações”, como reação a uma qualquer situação objectiva das economias... e foi ver a “Standard & Poor’s”, a “Moody”, a “Fitch”, a fazerem malabarismos com as classificações dos bancos e da dívida soberana e outra vez dos bancos... só que isso já não é suficiente. Os reais patrões destas “agências” acham que não estão a enriquecer à velocidade que pretendem e fazem tudo para recuperar de um dia para o outro os milhões que, por incompetência e excesso de ganância, alguns perderam na recente grande crise internacional. Assim, passaram a exigir dinheiro e sacrifícios, por conta de cenários futuros, realidades virtuais, factos que ainda não ocorreram e outros que só ocorrerão se eles os provocarem.
É aí que entra esta novidade: uma dessas agências, a FITCH, ameaçou, há um par de dias, descer a classificação da República Portuguesa se esta não fizesse a vontade aos seus patrões, pedindo os milhões da “ajuda” do FMI. Não foi “conversa”. Poucas horas depois da ameaça e dado a não satisfação da sua exigência, passaram da ameaça para a execução da dita. Desceram o “valor” do país para apenas um degrau acima da classificação de “lixo”.
Enquanto vou tentando imaginar o que poderei (poderemos) fazer para colocar à frende dos governos verdadeiros patriotas, que não se corrompam e que criem, com o empenhamento e o contributo dos povos, uma alternativa a esta canalha... ainda tenho tempo para duas perguntas/reflexões um pouco menos “sérias”:
1. Como é possível que tantos milhões de pessoas não tenham ainda descoberto que não existe diferença de qualquer espécie entre estes bandidos que nos ameaçam com cortes nos “ratings” e os outros bandidos (que pelo menos davam a cara), como Al Capone, ou John Dillinger, cujas organizações mafiosas também enriqueceram oferecendo “proteção” contra ameaças e perigos que eles próprios se encarregavam de fazer acontecer, caso os comerciantes não lhes pagassem essa “proteção”.
2. Como é possível que, segundo os jornais, Portugal tenha uma tão baixa taxa de fertilidade... apesar da cadência ininterrupta e diária com que todos somos tão completamente “fecundados”
blog Samuel - O cantigueiro
Sem comentários:
Enviar um comentário