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segunda-feira, 3 de setembro de 2018

O urgente combate à vigarice do Estado reduzido à sua mínima expressão



Tem sido despudorada a campanha de Assunção Cristas sobre as disfuncionalidades da CP, não só porque um dos mais altos quadros do CDS foi Presidente do Conselho da Administração da empresa nos últimos anos, mas também porque o governo que ela própria integrou fez tudo para que a situação se deteriorasse o suficiente para justificar a intenção de a privatizarem. Essa voltou, aliás, a ser proposta formulada pela «contestatária», quando veio avançar soluções para a situação coincidentemente empolada nos jornais e nas televisões nas semanas mais recentes.
No artigo de opinião hoje publicado no «Jornal de Notícias», Manuel Carvalho da Silva vem lembrar que esse afã das direitas enquadra-se na estratégia lançada a nível europeu pelos que têm na Comissão e no Parlamento europeu as convenientes marionetas dispostas a defenderem a abertura da concorrência privada à mobilidade ferroviária no continente, reservando para os privados as linhas e negócios passíveis de lhes garantirem avultados lucros, reservando para o Estado (ou seja os contribuintes!) tudo quanto representar prejuízo e não puder ser abandonado, mormente nas infraestruturas em causa.
Muito embora as direitas continuem a reclamar contra a fiscalidade excessiva - e é esse o mote dos partidos «liberais», que se aprestam a causar intensa poluição propagandística no espaço mediático! - as direitas continuam a apostar em espoliar o Estado de tudo quanto possa render receitas aos seus mandantes, reservando-lhe as incontornáveis despesas para que os «serviços mínimos» ainda sobrevivam, sejam eles na ferrovia, ou também na Educação, na Saúde ou na Segurança Social.
O crime que constituiu a destruição da Portugal Telecom ou, as experiências verificadas nos CTT, na REN, na EDP, na Galp ou na Banca, já foram mais do que elucidativas quanto às consequências de se privatizarem bens públicos rentáveis, condenando o Estado a ficar com o que só se aguenta com os impostos de quem trabalha.
No seu texto, Carvalho da Silva propõe a resposta a dar às falácias das Cristas, dos Rios e de todos os supostos defensores da enorme mentira que é a expressão «menos Estado, melhor Estado»: «impõe-se ampliar o poder social, exercer o poder político na sua plenitude e com propostas ofensivas. E fazer uma denúncia forte da estratégia da Direita, não se distraindo com pretensas contradições e fragilidades desta.»

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