Mosaico do Oceano
O Mosaico do Oceano é um magnífico exemplar de obra romana que pode ser visto no Museu Municipal de Faro.
Descoberta do Mosaico do Oceano
Foi encontrado na capital algarvia, junto à estação de caminhos de ferro, e conta com cerca de 27 metros quadrados. Na parte de baixo, em rodapé, encontra-se uma moldura que confirma tratar-se este quadro de uma oferenda. Deveria, à época (e falamos do século II ou III, havendo ainda quem o atribua a tempos mais recuados ou mais adiantados) fazer parte de um edifício eventualmente ligado aos banhos públicos da então Ossonoba, actual cidade de Faro.
A produção, acredita-se, veio das oficinas norte-africanas – provavelmente da actual Tunísia -, nessa altura também anexadas ao Império Romano.
Significado do Mosaico do Oceano
Lá está representado o Deus Oceano, na sua metade de cima, reconhecível pelas patas de caranguejo que saem da sua testa, conforme a visão mitológica saída de Roma.
Oceano era tido como Deus do rio que rodeava o mundo, aquele que abastecia todos os outros rios menores, numa altura em que se acreditava numa Terra plana. Talvez por isso é lá figurado dentro de um círculo. Acima de si, e ainda entre os dois rectângulos de padrões vegetalistas e geométricos que completam o mosaico, encontram-se dois rostos, Euro (vento do oriente) e Bóreas (vento do norte), parte dos Quatro Ventos, de resto intimamente ligados aos caprichos do mar. Faltam, assim, Zéfiro (do oeste) e Noto (do sul), que apenas não estão presentes porque a parte inferior deste quadro central foi levada com o desgaste a que qualquer matéria está submetida.
Independentemente de eventuais detalhes simbólicos, o que espanta é a complexidade de cores das tesselas usadas, e a tecnicamente irrepreensível execução das feições de um rosto que se mostra vincado nos traços mas perdulário na expressão, sobretudo se nos focarmos no olhar.
Uma outra curiosidade reside no facto de nos lembrar Cristo, isto se excluirmos, como é evidente, os elementos pagãos em causa, a começar pelas patas de caranguejo.
Sabendo da sua existência, não dá para escapar à importância que Faro, então Ossonoba, tinha enquanto cidade marítima, porto de influências díspares, vindas do norte de África e do Oriente mediterrâneo.
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