Sylvie Moreira, Paris
Israel, um Estado sem fronteiras registadas e que acaba de instaurar o apartheid racista e religioso por lei, é servido por um exército transnacional aberto a todas as pessoas que digam ter um pai ou avô judeu.
Mais de quatro mil cidadãos franceses – 4185, segundo uma declaração militar oficial – integram o exército de Israel. Não se trata apenas de indivíduos com dupla nacionalidade franco-israelita habitando em Israel, mas também de cidadãos franceses que desejam participar nas operações de uma força de agressão conhecida pela sua crueldade na Palestina e em nações vizinhas. Para tal, basta-lhes comprovar que têm um progenitor ou um avô judeu; ainda assim, como o rigor da avaliação das provas submetidas nem sempre é fiável – depende do rabino – verifica-se que o exército de Israel pode até aceitar simples mercenários que optem por este braço terrorista transnacional.
O contingente francês não é o mais numeroso do exército que teve o seu núcleo original em organizações terroristas sionistas que nem sempre se distanciaram do nazismo hitleriano, enquanto milhões de judeus sofriam os horrores dos campos de concentração do Terceiro Reich. Os oriundos dos Estados Unidos da América formam o corpo mais avultado do exército multinacional que serve o fundamentalismo judeu.
Israel tem, deste modo, várias particularidades que não são partilhadas por mais nenhum país do mundo: não tem fronteiras registadas na ONU; declara-se, por lei, como o Estado dos judeus de todo o mundo e que rejeita descendentes de comunidades que vivem há milénios na Palestina; e tem a servi-lo o único exército do mundo formado segundo critérios transnacionais étnico-religiosos. Constituído muito antes da lei racista aprovada recentemente, o Tsahal (Exército de Israel) é o braço de guerra do sistema de aparheid desde sempre latente nas mentes sionistas – até ser declarado agora como regime oficial da “nação judia”.
Meios de comunicação social franceses, designadamente o Libération, o Nouvel Observateur e L’Humanité, revelaram que o recrutamento de cidadãos franceses para o Exército de Israel é feito através das sinagogas do país e de vídeos publicitários difundidos com o patrocínio da Embaixada israelita. Sem que as autoridades nacionais reajam a esta intrusão na soberania e na segurança francesas.
No auge da crise gerada pelos atentados terroristas em França, atribuídos a “terroristas fundamentalistas islâmicos” sem que tal asserção tenha sido totalmente comprovada, foram tecidas muitas críticas e considerações sobre os cidadãos franceses que se alistam em grupos islamitas para combater na Síria e outros países muçulmanos.
Na generalidade das considerações e debates foi sistematicamente omitido o paralelismo entre esta filiação em legião mercenária e a que leva cidadãos igualmente franceses a integrarem um corpo transnacional conhecido pelas suas práticas terroristas, pelas violações ostensivas da legalidade internacional e de numerosas resoluções da ONU. Em relação às quais, aliás, a própria ONU raramente reage – e apenas verbalmente.
Sendo esta mais uma das singularidades que caracteriza a existência do Estado de Israel, a envolvente do fundamentalismo hebraico.
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