AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

sábado, 25 de novembro de 2017

O bêbado que roubou um avião para aterrar na rua de um bar de Manhattan (duas vezes)

Restam poucas pessoas em Nova York que recordem a épica história de Thomas Fitzpatrick, um piloto condecorado da Força Aérea Americana, que depois de beber umas e outras, fez uma aposta, roubou um AVIÃO em Nova Jersey para aterrar em uma rua incrivelmente estreita de Manhattan. Se já não fosse o bastante, ele não fez uma vez apenas, senão que duas vezes. 

O bêbado que roubou um teco-teco para aterrissar em um bar de Manhattan (duas vezes)
O avião monomotor do primeiro voo de Fitzpatrick com as asas desacopladas para seu transporte (1956). Via: John Muravcki
- "Dizem que ele apostou com uma pessoa no bar que regressaria até a Washington Heights vindo de Nova Jersey em 15 minutos", explicou um aposentado que vivia na comunidade, ao norte de Manhattan. Segundo o New York Times, Thomas fez daquela aposta uma milagrosa façanha da aeronáutica ao roubar um avião de um aeródromo de Nova Jersey e pousar na Avenida St. Nicholas, em frente ao bar onde estava bebendo aquela noite.

ideia temerária aconteceu em 30 de setembro de 1956, quando tinha 26 anos. Em torno das 3 da madrugada, Thomas, um bonitão de fala mansa, piloto condecorado -serviu com méritos na Segunda Guerra Mundial e na Guerra de Coréia- "pegou emprestado" um avião monomotor da Escola de Aeronáutica de Teterboro, em Nova Jersey, e descolou sem acender os faróis, sem contato por rádio e em verdadeiro estado de embriaguez. Seu objetivo era aterrar no campo de futebol da Escola Secundária George Washington, mas não estava iluminado pela noite. Então decidiu descer finalmente na avenida St. Nicholas, próximo do cruzamento com a rua 191.
O bêbado que roubou um teco-teco para aterrissar em um bar de Manhattan (duas vezes)
Um jovem Thomas Fitzpatrick (com óculos de sol aviador) de serviço.
Foi uma aterrAgem suave, aplaudida pelos curiosos e pela imprensa local, o que não evitou que a polícia o prendesse e processasse com acusações de roubo e perturbação da ordem pública. Curiosamente, o proprietário do avião negou-se a assinar a denúncia e Thomas só teve que pagar uma multa de 100 dólares por violar o código administrativo da cidade de Nova York -que proíbe aterrar um avião em plena rua-.

O castigo não impediu que, dois anos mais tarde, Thomas Fitzpatrick repetisse a façanha. O segundo voo aconteceu em 4 de outubro, recém-passada a meia-noite. Thomas voltou a roubar um monomotor, mais bêbado ainda que da primeira vez, em Teterboro e, sem brevê -ele perdeu o direito de uso em 1956-, aterrissou no cruzamento da avenida Amsterdam com a rua 187, em frente a um edifício da Universidade Yeshiva no mesmo bairro onde aterrou a primeira vez.
O bêbado que roubou um teco-teco para aterrissar em um bar de Manhattan (duas vezes)
O teco-teco do segundo voo (1958).
Os meios locais publicaram que Thomas saltou do avião com seu característico sorriso, um traje cinza e fugiu da cena sobre os apupos dos amigos de copo, mas acabou se entregando mais tarde. Segundo ele mesmo explicou à polícia, tinha voltado a fazer porque o dono de um bar que ele frequentava se negava a achar que a história do primeiro voo fosse verdadeira. A desculpa serviu de pouco e o juiz sentenciou-o a seis meses de prisão.

- "Se tivessem te dado uma boa sacudida à primeira vez, é possível que isto não tivesse ocorrido de novo", disse o magistrado. Thomas jogou a culpa nas doses a mais.

Evidentemente que nunca mais deixaram Thomas sentar em um cockpit novamente (pelo menos não legalmente). Ele trabalhou o resto de sua vida como instalador de calefetação em Nova Jersey. Morreu de câncer em 14 de setembro de 2009 quando tinha 79 anos. Deixou três filhos e sua mulher Helen, que desligava o telefone quando algum jornalista tentava saber mais sobre os voos noturnos de seu marido.

Na rua dos bares de Washington Heights onde aterrou duas vezes com um teco-teco roubado lhe dedicaram um cocktail: o Late Night Flight. Ninguém sabe quando dinheiro Thomas ganhou com a aposta daquela noite de 1956, mas alguns apostam que foi uma ou duas doses de rum.



www.mdig.com.br

Sem comentários: