Será que conhece tudo sobre Lisboa? Quer saber mais sobre a história da cidade? Reunimos vários factos curiosos e as tradições mais importantes da nossa capital.
Hoje, a cidade exibe orgulhosamente o resultado desta mescla, sendo uma cidade fervilhante, onde a modernidade e a inovação andam de braço dado com uma atmosfera pitoresca.
AS SETE COLINAS
Por certo já ouviu dizer que Lisboa é a “cidade das sete colinas”. Tal deve-se às suas características geográficas, como que em cascata em direção ao rio. Conta uma lenda que, no tempo em que ainda não existia a cidade, o território era dominado por uma rainha-serpente que se apaixonou por Ulisses quando este aqui atracou uma vez. Ulisses acabou por se ir embora e a rainha-serpente, com o desgosto, lançou-se ao rio.
A sua cauda fez com que tivesse de rastejar e serpentear até chegar à agua, deixando para trás as sete elevações, como prova do seu esforço. O nome das colinas vem referido pela primeira vez num livro do Século XVII: São Jorge, São Vicente, São Roque, Santa Catarina, Chagas e Sant’Ana.
O CORVO
O símbolo da cidade de Lisboa é um corvo. Sabe por quê? Reza a lenda que, no tempo da ocupação muçulmana da Península Ibérica, os cristãos de Valência quiseram levar o corpo de São Vicente, martirizado pelos mouros, para as Astúrias, na altura o único reduto cristão seguro da Península.
No entanto, não conseguiram passar além do Algarve, tendo aí sepultado o mártir e criado a aldeia de São Vicente. Anos mais tarde, D. Afonso Henriques conquista o Algarve, mas nos confrontos a aldeia é destruída. Não se sabia onde São Vicente estava enterrado.
É então avistado um bando de corvos a sobrevoar de forma insistente um local e são encontrados aí os restos mortais do santo. Em 1176, D. Afonso Henriques ordena que rumem a Lisboa, sendo que durante a viagem o barco é sempre acompanhado e protegido por dois corvos. É por isso que ainda hoje o corvo é considerado o guardião da cidade.
O TERMO “ALFACINHA”
Ouvimos muitas vezes chamar “alfacinhas” aos lisboetas, mas sabe a origem do termo? Ainda que não haja certezas absolutas, julga-se que se deve ao facto da alface sere cultivada de forma abundante em Lisboa, presumindo-se que tal já acontecia no tempo dos mouros, devido à palavra ‘alface’ ser de origem árabe.
No romance Viagens na minha Terra, de Almeida Garret, publicado pela primeira vez em 1846, pode ler-se: “Pois ficareis alfacinhas para sempre, cuidando que todas as praças deste mundo são como a do Terreiro do Paço…”.
O HÁBITO DO CAFÉ
Todo o português – ou quase todo! – gosta de café e “beber um café” é um ritual que não dispensa diariamente e até mais do que uma vez por dia, seja na rua ou no local de trabalho. Aliás, Portugal é um dos países de referência para os amantes do bom café e Lisboa ajuda a esta fama. Mas na hora de pedir um café, há muitas variantes possíveis, cujos nomes podem ser diferentes dos usados noutros pontos de país:
- Bica – café expresso ‘normal’. Reza a história que o nome é o acrónimo da recomendação “Beba Isto Com Açúcar” que A Brasileira, o famoso estabelecimento, fazia aos seus clientes.
- Garoto – café com um pouco de leite (“pingo” no norte do país)
- Café curto – o mesmo que “italiana”; café com pouca água.
- Café cheio – um café em que se deixa sair mais água da máquina, ainda que a forma correta de o fazer seja colocar água quente na chávena e de seguida tirar um café normal.
- Carioca – segundo café tirado com o mesmo pó.
- Abatanado – não é consensual, mas o mais comum é ser um café ao qual se acrescenta um pouco de água.
O FADO
É a música nacional e tem em Lisboa o seu berço. Acredita-se que teve a sua origem nos cantos nostálgicos árabes, que mesmo após a reconquista cristã, continuavam a ouvir-se no bairro da Mouraria.
As primeiras referências ao fado tal como hoje o conhecemos, remontam a 1840. Não faltam na capital bares e restaurantes onde se pode ouvir tocar e cantar bom fado, estilo musical que desde 2011 está classificado como Património Oral e Imaterial da UNESCO. Há também vários concertos e festivais de fado ao longo do ano.
SANTO ANTÓNIO
É o Santo Padroeiro da cidade de Lisboa. Apesar de estar sepultado em Pádua, Itália, onde morreu a 13 de junho de 1231, nasceu em Lisboa algures entre 1191 e 1195. As festas de Santo António são o principal evento popular da cidade e o seu ponto alto acontece na véspera do dia 13 de junho, sendo este o feriado municipal.
Marchas populares, bailaricos e sardinhadas levam os lisboetas para a rua pela noite dentro. As noivas de Santo António são outra tradição associada a estas celebrações.
NOIVAS DE SANTO ANTÓNIO
Há várias histórias que tentam validar a tese de que Santo António era especialmente amigo das mulheres solteiras, ajudando-as a encontrar a sua cara-metade e a casarem-se com ela. Uma das lendas diz que, numa certa ocasião, Santo António, sensibilizado pelo pedido de uma rapariga cuja família não tinha dinheiro para o dote, em vez de distribuir o dinheiro dos donativos que tinha recolhido, o fez chegar, de forma anónima, à rapariga.
Outra história conta que uma jovem, desesperada por não ter ninguém, atirou a imagem de Santo António pela janela. Esta acertou num soldado que ia a passar e a quem a rapariga acabou por socorrer, ficando apaixonados um pelo outro.
Lendas à parte, o que é facto é que ainda hoje a Câmara Municipal de Lisboa organiza os Casamentos de Santo António, oferecendo o enlace (vestido, fato do noivo, serviços de cabeleireiro, etc.) a pares de namorados carenciados, num evento que costuma ser transmitido pela TV. Os primeiros Casamentos de Santo António realizaram-se em 1958.
OS PRATOS TÍPICOS
Como já dissemos, Lisboa é uma cidade multicultural, que foi criando a sua essência a partir dos mais diversos contributos. Mas se hoje é possível provar comida típica das mais variadas regiões do país e dos mais distantes países do mundo, também é verdade que há pratos de culinária que fazem parte da cozinha tradicional Portuguesa e que se acredita terem nascido aqui. Destaque para:
- Bacalhau à Brás
- Ameijoas à Bulhão Pato
- Pataniscas de Bacalhau
- Meia-desfeita (bacalhau cozido com grão de bico)
- Peixinhos da horta
- Bolo-rei
- Broas castelar
- Farturas
- Pastéis de Belém
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