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sábado, 16 de setembro de 2017

16 de Setembro de 1932: Ghandi inicia uma greve de fome contra a decisão do governo britânico de dividir o sistema eleitoral indiano em castas


No dia 16 de Setembro de 1932, numa cela da prisão de Yerovda, nos arredores de Bombaim, na Índia, Mohandas Karamchand Gandhi deu início a uma greve de fome para protestar contra a decisão do governo britânico de dividir o sistema eleitoral indiano em castas. 

Líder na campanha indiana por um governo independente, Gandhi lutou a vida toda para difundir por todo o país e pelo mundo uma característica inconfundível de resistência passiva. Por volta de 1920, o conceito de Satyagraha (ou "insistência na verdade") tornou Gandhi uma figura de enorme influência para milhões de seguidores. 


Encarcerado pelo governo britânico de 1922 a 1924, ao sair da prisão retirou-se por um tempo da actividade política. Contudo, em 1930, retornou desencadeando uma nova campanha de desobediência civil. Isto levou-o novamente à prisão, mas por pouco tempo. Diante das suas exigências, os britânicos acabaram por fazer algumas concessões, convidando-o inclusive a representar o Partido do Congresso Nacional numa mesa-redonda que aconteceria em Londres. 


Após o regresso, em Janeiro de 1932, Gandhi não perdeu tempo para dar início a outra campanha de desobediência civil, em virtude da qual foi novamente preso. Oito meses mais tarde, Gandhi anunciou que estava a iniciar um “jejum até à morte”, a fim de protestar contra o apoio que os britânicos estavam a dar a uma nova constituição indiana, que concedia às classes mais baixas – conhecidas como ‘intocáveis’ – uma representação política separada por um período de 70 anos. Gandhi acreditava que isso iria dividir a Índia em classes sociais demarcadas de maneira permanente e injusta. Membro da poderosa Vaisya, ou casta mercantil, Gandhi, ele mesmo, defendeu a emancipação dos “intocáveis”, a quem chamava de Harijans ou "Filhos de Deus”. 


"Esta é uma oportunidade concedida por Deus que a mim chegou," disse Gandhi da cela na prisão de Yerovda, "para oferecer a minha própria vida como sacrifício final em favor dos oprimidos". Apesar de outras personalidades públicas indianas – inclusive o dr. Bhimrao Ramji Ambdekar, representante político oficial dos “intocáveis” – terem questionado o verdadeiro compromisso de Gandhi com as classes mais baixas, os seis dias de jejum terminaram depois de o governo britânico ter aceite os principais termos do acordo entre as castas indianas mais altas e os “intocáveis”, o que reverteu a decisão anterior de separação. 


À medida que a Índia caminhava paulatinamente para a independência, o prestígio de Gandhi só crescia. Continuou a valer-se da greve de fome como  método de resistência, tendo consciência de que o governo britânico não seria capaz de resistir às pressões populares de um povo que o designava Mahatma ou "Grande Alma". 


Em 12 de Janeiro de 1948, Gandhi fez a última greve de fome bem-sucedida em Nova Deli, a fim de persuadir hindus e muçulmanos daquela cidade a lutarem pela paz entre eles. 

Em 30 de Janeiro daquele mesmo ano, menos de duas semanas depois de ter interrompido a greve de fome, foi assassinado por um hindu extremista quando ia para uma cerimónia religiosa.

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)


A Marcha do Sal, 1930

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