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sábado, 1 de julho de 2017

Cronologia da perseguição aos judeus durante a história




Cronologia da perseguição aos judeus durante a história

Aqui uma breve cronologia dos maus tratos e perseguições movidas pela Igreja Católica ao povo judeu. Essa cronologia mostra que o Holocausto de 6 milhões de judeus na Alemanha nazista não era uma novidade para a Igreja, que os judeus eram inimigos antigos que deveriam ser eliminados, seja pela espada de Pedro ou pela máquina de matar de Hitler.

70
Os romanos sob Tito retaliam contra um levante judaico; destruíram Jerusalém e o Templo, escravizaram muitos líderes e dispersaram o povo judaico. Em 79, Tito sucedeu Vespasiano como imperador. Judeus e cristãos sofreram sob ele e o imperador Domitiano.

88 – 97
O papa S. Clemente responsabilizou os judeus pela persecução de Nero aos cristãos.

113 – 116
A segunda revolta judaica contra Roma sob o imperador Trajano era sem sucesso.

135
A terceira rebelião judaica contra Roma foi esmagada e seu líder, Bar Kochba, quem muitos judeus aceitaram como Messias, foi morto. Rábi Akiba foi torturado também.

200
Quando o imperador Severo criou leis impedindo que pagãos, sob pena de severa punição, abraçassem o Judaísmo, o bispo de Alexandria, Orígenes, escreveu: “Podemos então asseverar com absoluta certeza que os judeus não retornarão à sua situação anterior, pois têm cometido os mais abomináveis crimes, formando a conspiração contra o Salvador da raça humana … Por isso, a cidade em que Jesus sofreu foi necessariamente destruída, a nação judaica expulsa do seu país e um outro povo (quer dizer a Igreja) foi chamado por Deus para ser a eleição abençoada.

300
Eusébio, bispo de Cesaréia, declarou que os judeus em cada comunidade crucificaram um cristão no seu festival de Purím como rejeição de Jesus. Usava a acusação de assassínio ritual feita pelos pagãos Demócrito e Apião, a qual os romanos fizeram antes contra os primeiros cristãos. Eusébio distingiu entre hebreus que eram boas pessoas no Antigo Testamento e judeus que caraterizou com maus.

306
O Sínodo Eclesial e Elvira (Espanha) baniu todos os contatos comunitários entre cristãos e os maus hebreus e estabeleceu que cristãos não podiam casar com judeus.

324
Quando Constantino chegou a ser imperador, declarou-se cristão e estimulou os seus súditos a se converterem à Cristandade. Restabeleceu as leis dos seus antecessores que proibiam aos judeus viverem em Jerusalém e se engajarem em qualquer atividade de fazer prosélitos.

325
O Concílio Eclesial de Nicéia, convocado por Constantino, para assentar uma controversa teológica referente à natureza de Cristo, continuou os esforços de separar a Cristandade do Judaísmo decidindo que a Páscoa não pudesse mais ser determinado pela páscoa dos hebreus (Peçah): Porque é demasiadamente imprópria que nestes mais santos festivais sigamos os costumes dos judeus. De ora em diante, não tenhamos mais nada em comum com esse odioso povo…

337
O imperador Constantino declarou: Deixem a minha vontade ser religião e lei da Igreja! Um dos seus primeiros atos era proibir sob punição de morte o casamento entre um judeu e uma mulher cristã.

367 – 376
S. Hilário de Poitiers escreveu e falou de judeus como gente perversa para sempre maldito por Deus. S. Efrém se refere nos seus hinos a sinagogas como prostíbulos.

379 – 395
O imperador Teodósio protegeu os judeus das persecuções da Igreja aos heréticos. Crisóstomo e Ambrósio de Milão – ambos santos – quiseram incluir judeus na perseguição. Crisóstomo: Os judeus são os mais desvalidos de todos… São os pérfidos assassinos de Cristo. Veneram o diabo, sua religião é uma doença… Ambrósio reprimendou o imperador por reconstruir uma sinagoga e propôs que ele mesmo a queimasse. S. Gregório de Nissa caraterizou judeus como assassinos de profetas, companheiros do diabo, raça de víboras, sinédrio de demônios, inimigos de tudo que é belo, porcos e cabras na sua lasciva grosseria. O Concílio Eclesial de Laodicéia proibiu que cristãos respeitassem o Sábado Judaico.

395 – 408
O imperador bizantino Arcádio resistiu ao fanatismo cristão. Não permitiu a destruição de sinagogas. S. Epifânio caraterizou os judeus como desonestos e indolentes.

408 – 450
Teodósio II. proibiu que os judeus construíssem novas sinagogas.

415
S. Cirilo, o bispo de Alexandria, incitou o populacho contra os judeus e os tinha expulso. O bispo Severo queimou uma sinagoga e incitou gente a agredirem e apoquentarem judeus nas ruas. Muitos judeus converteram-se ao Cristianismo por medo. S. Agostinho, bispo de Hipo: O verdadeiro judeu é Judas Iscariotes, que vende o Senhor por prata. O judeu nunca pode entender as Escrituras e para sempre vai carregar a culpa pela morte de Jesus.

418
O bispo Severo de Maiorca forçou judeus a se converterem. Violenta luta de rua irrompeu com um populacho incitado pelo bispo. A sinagoga foi queimada. Finalmente, os líderes da comunidade judaica se renderam e 540 judeus foram convertidos. S. Jerônimo, que estudara com cientistas judaicos na Palestina e traduziu a Bíblia ao latim (a Vulgata), escreveu sobre a sinagoga: Se a chamares um prostíbulo, um covil e vício, um lugar de depravar a alma, um abismo de qualquer desastre concebível ou qualquer coisa que quiser, estarás ainda dizendo menos do que merece.

489
Um populacho cristão pôs fogo nas sinagogas de Antioquia e jogou os corpos de chacinados judeus no fogo.

506
Um populacho cristão agrediu e destruiu a sinagoga de Dafne perto de Antioquia. A congregação foi chacinada.

519
A população cristã de Ravena agrediu judeus e queimou a sinagoga.

528
Sob o imperador Justiniano, a Lei Romana foi sistematizada e codificada como Corpus Iuris Civilis, também conhecido como o Código Justiniano. A Lei e doutrina Eclesiais chegaram a ser política de estado. Aos judeus não era permitido testemunhar contra cristãos. Não podiam celebrar Peçah antes da Páscoa e não lhes era permitido senão uma versão prescrita da Escritura nas suas sinagogas, e lhes era proibido usar orações consideradas anti-trinitárias.

535
O Sínodo Eclesial de Clermont decretou que judeus não pudessem ocupar cargos públicos ou ter autoridade sobre cristãos.

538
Aos judeus foi (outra vez) proibido ter criados ou escravos cristãos, o que os efetivamente excluía da agricultura. O Terceiro e o Quarto Concílios de Orleans proibiram aos judeus aparecerem em público durante os períodos da Paixão e Páscoa.

554
O bispo Avito de Averna tentou converter judeus sem resultado. Então incitou um populacho que destruiu as sinagogas. Os judeus tiveram de escolher entre batismo e expulsão. Um judeu se converteu. Durante a procissão depois do seu batismo, um judeu o borrifou com óleo rançoso. Isso enfureceu o populacho e muitos judeus foram mortos. 500 judeus permitiram ser batizados. Os restantes fugiram para Marselha.

561
O bispo de Uzes na França forçou os judeus na sua diocese a decidirem entre batismo e expulsão.

582
João de Éfeso transformou sete sinagogas em igrejas. Sob o rei merovíngio Chilperico, todos os judeus no seu reino tinham de escolher entre a conversão ou ter os seus olhos arrancados.

589
O rei espanhol Sisebuto restringiu severamente os direitos dos judeus no seu reino. Estes não tinham permissão de possuir ou cultivar terra ou de operar em determinados negócios. Mais tarde editou um ultimato a todos os judeus: converter-se ou ser exilados.

628 – 629
O imperador Heraclio ordenou e forçou a conversão de todos os judeus no seu império e renovou os códigos de Adriano e Constantino que barravam os judeus de Jerusalém. Dagoberto, o rei merovíngio, seguiu o exemplo e Heraclio, forçando os judeus no seu reino sob ameaça de morte a se converterem à Cristandade.

633
O Terceiro Concílio de Toledo decidiu contra conversões compulsórias. Contudo, judeus que no passado foram convertidos à força não podiam voltar ao Judaísmo, tendo de separar-se das comunidades judaicas. Crianças judaicas foram tiradas dos seus parentes e criadas em mosteiros. Nem a judeus, nem a convertidos à Cristandade era permitido ocupar cargos públicos. O Concílio era presidido por Isidoro, bispo de Hispalis (Sevilha).

638
O Quarto Concílio de Toledo decretou que crianças judaicas batizadas como cristãs não sejam evolvidas aos seus pais de sangue. Convertidos tinham de ser rigorosamente supervisionados pelas autoridades eclesiais. Judeus tinham de jurar que teriam abandonado a Lei e prática judaicas. Punições estendiam-se de açoites, perda de membros, confisco de propriedade a ser queimado na estaca. Os bispos de Sevilha e de Toledo, Isidoro e Juliano, escreveram documentos polêmicos contra os judeus.

638 – 642
Não-católicos foram expulsos da Espanha visigoda.

653
O Oitavo Concílio de Toledo concordou com o rei Recesvindo da Espanha que apareceu perante o Concílio chamando o Judaísmo de uma poluição do seu país e pediu a remoção de todos os infiéis. Os judeus tiveram de assinar um juramento (placitum) que tornou a prática do Judaísmo quase impossível. Violações foram punidas por cremação ou apedrejamento.

655
O Nono Concílio de Toledo prescreveu que judeus convertidos passassem todas as festas judaicas e cristãs na presença dum bispo.

681
O rei Erviges da Espanha proibiu que judeus praticantes entrassem em portos do mar. Mandou que todos os judeus fossem batizados. Os convertidos tinham de ouvir sermões cristãos e não tinham permissão observar as leis dietéticas. O Duodécimo Concílio de Toledo confirmou as ordens do rei que decretaram queimar o Talmude e outra literatura judaica.

692
O Sínodo trulanico do Império Oriental proibiu que cristãos assistissem festas judaicas, e que tivessem relações amigas com judeus e amparo de médicos judeus.

693 – 694
Os Décimo Sexto e Décimo Sétimo Concílios de Toledo, presidido pelo rei Egiza e o sucessor do bispo Juliano, Félix, restringiram outra vez severamente os direitos dos judeus, acusando-os de minarem a Igreja, de massacre de católicos, de conspiração com mouros e de destruição do país. Judeus foram declarados escravos, sua propriedade foi confiscada e suas crianças forçosamente educadas em famílias católicas ou mosteiros.

722
O Judaísmo foi proscrito no império por Leão III e os judeus batizados à força. Alguns foram mortos, queimados nas suas sinagogas.

829
O arcebispo de Lião, S. Agobard, escreveu nas suas epístolas que judeus nasceram escravos, e que estariam roubando crianças cristãs para vendê-las aos árabes.

845
Os bispos de Lião, Rheims, Sens e Bourges convocaram o Concílio de Meaux para renovar restrições antijudaicas. O imperador Charles de Bald recusou implantá-las no Concílio de Paris 

(846).

855
Luís II, rei da Itália, expeliu os judeus de efeito em 1o. de outubro de 855. Em sermões durante o período da Páscoa, a população de Beziers foi encorajada a vingar a crucificação de Jesus. A nobreza de Toulouse tinha por alguns anos o privilégio de publicamente esbofetear as orelhas do presidente da comunidade judaica nas Sextas Feiras Santas. Mais tarde, isso foi mudado para um pagamento anual que os judeus tinham de fazer.

1009 – 1012
Como resultado da destruição do Santo Sepulcro em Jerusalém pelos moslins, comunidades judaicas foram atacadas por populares em Orleans, Ruão, e Roma. Judeus que recusaram a conversão foram expulsos de Mogúncia sob o imperador Henrique II na primeira perseguição séria na Alemanha.

1021
Roma foi golpeado por um terremoto e um vendaval na Sexta Feira Santa. Vários judeus foram detidos e acusados de terem metido um prego através duma hóstia no dia anterior, causando por isso o desastre natural. Sob tortura confessaram profanação de hóstia e foram mortos por cremação. Profanação de hóstia chegou a ser uma acusação muito difundida. foi muitas vezes piorada por rumores de que a hóstia sangrara. Para as incultas e supersticiosas massas, isso confirmava o dogma da Eucaristia.

1063
Quando soldados na sua marcha atacaram comunidades judaicas durante a guerra para expulsar os sarracenos da Espanha, o papa Alexandre II preveniu os líderes franceses dos exércitos a não fazer mal aos judeus.
1078
O papa Gregório VII decretou que judeus não pudessem ocupar cargos públicos ou ser superiores de cristãos. Em 1081, Afonso VI de Toledo, Espanha, foi reprimendado pelo papa por apontar judeus em cargos de estado. judeus tinham de pagar taxas extra para sustentar a Igreja.

1095 – 1096
O papa Urbano II convocou para uma Cruzada contra os turcos. O duque de Lorena tentou juntar um exército para a Cruzada. Para coletar dinheiro, espalhou o rumor de que iria matar os judeus para vingar a morte de Cristo. Os judeus da Renânia lhe pagaram 500 peças de prata como resgate. O imperador Henrique IV mandou que os cavaleiros o seu império não atacassem os judeus. Cruzadores massacraram judeus de Ruão e de outras cidades na Lorena. Comunidades judaicas na Alemanha supriram o exército de Pedro o Eremita, tentando assim evitar os ataques os Cruzadores. Estima-se que 10.000 judeus foram massacrados na França e na Alemanha. Emich de Leisinger com seu bando de milhares de Cruzadores ignorou a ordem do imperador, começando uma campanha e terror contra os judeus. Em Speyer matou doze. O restante da comunidade foi protegido pelo bispo de Speyer que puniu alguns dos assassinos cortando-lhes as mãos. O conde Emich, então, moveu o seu bando a Worms. O bispo e Worms não podia proteger os judeus na sua diocese. O arcebispo de Mogúncia e autoridades civis deram asilo sagrado aos judeus e fecharam as portas da cidade ao conde Emich. Os soldados deste arrombaram as portas e mataram 1.000 judeus. Os judeus de Colônia tinham fugido, só dois foram mortos e a sinagoga foi queimada. Quando os bandos moviam-se descendo o vale do Reno, uma estimativa e 12.000 judeus foram assassinados nas cidades ao longo do rio Reno. Bandos e tropas moveram-se pelo vale a Mosela, matando judeus no seu caminho. À comunidade judaica de Trier foi dada proteção pelo bispo, sob condição de conversão. Muitos foram batizados, outros se suicidaram. Os Cruzadores e Guilherme o Carpinteiro, executaram outros. O cavaleiro Volkmar chegou na Hungria com 10.000 homens para juntar-se ao exército de Pedro o Eremita. Atacou a comunidade judaica em Praga. O bispo Cosmo e líderes a cidade tentaram em vão para os massacres. Quando tentou atacar os judeus em Nitra, os húngaros vieram em sua defesa e derrotaram os cruzados. Gottschalk, um cavaleiro o exército de Peter o Eremita, chefiou a seção sob seu comando, massacrando a comunidade judaica de Ratisbona.

1099
Os Cruzadores sob Godofredo de Bouillon conquistaram Jerusalém. Massacraram os moslins e impulsionaram judeus, rabanitas e caraítas, para dentro da sinagoga e os queimaram vivos.

1100
O primeiro pogrom de judeus em Kiew. Em vários distúrbios os populares pilharam lares saquearam o distrito judaico.

1120
O papa Urbano II declarou que os judeus devem ser tolerados. Na sua convocação à Cruzada, falou favoravelmente sobre os judeus. Embora as Cruzadas eram dirigidas contra os moslins na Terra Santa, os bandos, que se formaram marchando pelo país trouxeram incontáveis sofrimentos aos judeus que, junto com os moslins, eram vistos como inimigos da Cristandade.

1140
O monge cisterciense Rudolf excitou gente contra os judeus na França e Alemanha. Massacres correram em Colônia, Worms, Speyer e Estrasburgo. Os arcebispos de Mogúncia e Colônia solicitaram Bernardo de Clairvaux que silenciasse Rudolf e ordenar o povo a não molestarem os judeus. Como isso não tivesse efeito nenhum, Bernardo finalmente veio à Alemanha e mandou Rudolf de volta ao mosteiro. Embora Bernardo se opunha ao matar os judeus, demonizou-os também e convocou uma Segunda Cruzada.

1140
A primeira acusação de assassínio contra judeus relatada ocorreu em Norwich, Inglaterra. Líderes judaicos foram mortos. Pedro o Venerável de Cluny tentou fazer voltar Luís VII da França contra os judeus. Quis que financiassem as Cruzadas.

1146
A pregação do monge Rudolf continuou ter efeito em ataques de populacho, massacres e batismos forçados através de todo o vale do Reno. Simão o Pio de Trier e uma mulher judia de Speyer foram mortos quando se recusaram a serem batizados, apesar de tentativas de autoridades civis e eclesiais para proteger os judeus.

1147
Cruzadores na Alemanha assassinaram 20 judeus em Würzburg. Em Belitz, todos os judeus foram cremados. 150 judeus foram assassinados na Boêmia. Ataques a comunidades judaicas também na França.

1171
Acusação de assassínio ritual em Blois, França. A inteira comunidade judaica de 34 homens e 17 mulheres foi torturada e queimada.

1181
Acusação de assassínio ritual em Bury St. Edmund, Inglaterra. 1183 o mesmo em Bristol. 1192 em Winchester.

1188
Quando Richard I foi coroado, populares atacaram a comunidade judaica em Londres e Iorque. Richard puniu os desordeiros. A judeus batizados à força foi permitido retornar à sua fé.

1190
O rei Richard era capaz de proteger os judeus contanto que estava no país. Quando o deixou para uma nova Cruzada, os agregados cruzadores na Inglaterra atacaram comunidades judaicas. Os bairros do Port of Lynn em Norfolk foram queimados e os judeus massacrados. Judeus de Norwich refugiaram-se no castelo real. 1.500 judeus foram assassinados em Iorque. A comunidade em Stanfort foi pilhada e os que não alcançaram o castelo foram mortos.

1191
Na França, a cidade de Bray foi cercada pelo rei Filipe. Os judeus tinham escolha entre batismo e morte. A comunidade cometeu suicídio. Filipe queimou 100. Crianças menores de 13 foram poupadas.

1194
Os judeus de Londres tinham de pagar 3 vezes a importância que cidadãos cristãos tinham de pagar para o resgate de Richard I.

1195
Um presbítero, Fulk of Neuilly, que quis reformar a Igreja, pregou através da França inteira contra usura e exigiu que usurários devolvessem os seus ganhos aos pobres. Populares usavam seus sermões para atacar judeus, e barões os usavam para expulsar os judeus dos seus reinos de autoridade e confiscar as suas propriedades.

1209
Na Cruzada contra os albigenses (considerados como uma heresia cristã), 20.000 pessoas, inclusive a comunidade judaica, foram massacradas quando a cidade de Bezziers foi tomada de assalto.

1215
O Quarto Concílio do Latrão, presidido pelo papa Inocêncio III, ordenou que os judeus usassem um distintivo amarelo em forma dum anel. Isso era a primeira vez no ocidente que se exigiu dos judeus que se distinguissem do resto da população por seu vestuário. (O Código de Omar tivera isso decretado antes em países moslins.) Aos judeus não era permitido vestir os seus melhores roupas aos domingos ou andar em público em dias especiais como Páscoa.

1218
O rei Henrique II transformou esse decreto conciliar para um secular, ordenando a todos os judeus na Inglaterra usar um distintivo na sua roupa exterior todo o tempo, para distingui-los dos cristãos.

1222
Durante o Concílio de Canterbury, os bispos ingleses emitiram uma injunção impedindo que cristãos vendessem provisões a judeus. Para neutralizar isso, o justiciário do rei, Hubert de Burgh, emitiu uma ordem que proibiu aos súditos do rei, sob pena de prisão, recusar-se a prover judeus com os necessidades da vida.

1231
O papa Gregório estabeleceu a Inquisição para contrabalançar muitas heresias cristãs que brotaram devido a maiores liberdades no renascimento de países europeus. Provocaram a autoridade da Igreja Romana. A Inquisição era para desarraigar heresias antes e que se espalhassem às massas. Tribunais, compostos pela maior parte e monges, serviam de polícia, prossecução, juiz e júri. Autoridades seculares executaram as torturas e queimações no posto de impenitentes hereges, pois os inquisidores quiseram evitar derrame de sangue. Os judeus, naturalmente, eram especialmente vulnerável a ataques durante esses expurgos.

1232
O papa Gregório IX lamentou aos bispos na Alemanha que os judeus aí estariam sendo tratados demasiadamente bem. Proibiu relações amigas entre cristãos judeus.

1235
O bispo de Lincoln declarou que os judeus teriam de ser em cativeiro para os príncipes da terra. Têm o labéu de Caim, sendo condenados a migrar pala face da terra. Mas teriam também o privilégio de Caim. Não devem ser mortos.

1236
As comunidades judaicas em Anjou, Poitou, Bordeaux e Angouleme são atacadas por cruzadores. 500 judeus escolheram a conversão e mais que 3.000 foram assassinados. O papa Gregório IX, que originalmente convocara a Cruzada, era escandalizado sobre essa brutalidade, criticando o clero por não a prevenisse.

1239 – 1242
Por ordem do papa Gregório IX, todas as cópias do Talmude tiveram de ser entregues às ordens dos franciscanos e dominicanos para serem examinadas. Parece que o decreto papal foi executado somente na França. Livros judaicos e o talmude foram apreendidos também na Inglaterra, havendo cremação de livros. Em Paris, 24 carradas de cópias do talmude foram queimadas. O papa Inocêncio IV parou as confiscações e mandou devolver as cópias de talmude, embora não sem expurgar as passagens que pareciam objetáveis à Igreja.

1244
Em Londres, judeus foram acusados de assassínio ritual e taxados para uma alta importância de dinheiro como punição.

1247
Quando a acusação de assassínio ritual chegou a ser muito difundida, causando muitas atrocidades, o papa Inocêncio ordenou uma investigação da acusação, que provou que era uma invenção anti-judaica.

1255
O corpo morto do Pequeno S. Hugo de Lincoln foi descoberto numa fossa sanitária perto da casa dum judeu. Sob tortura confessou que Hugo tivera sido assassinado para um ritual. O rei Henrique III ordenou seu enforcamento depois de arrastado vivo pelas ruas, atado num cavalo. 100 judeus foram levados a Londres para processo. 18 foram enforcados sem processo. 2 foram perdoados e um absolvido.

1261 – 1264
Estudantes, presbíteros e monges de Canterbury atacaram o bairro judaico. Populares saquearam a seção judaica de Londres em 1262 e 1264.

1263
Um debate houve em Barcelona, Espanha, diante do rei Tiago I, nobreza, bispos e líderes monges. Rábi Moisés ben Naleman teve de defender o talmude contra um judeu convertido, Pablo Christiani, que tentou provar a eficiência da Cristandade a partir do talmude. O rei Tiago ordenou apagar passagens do talmude, que eram objetáveis a cristãos.

1267
O Sínodo de Viena decretou que cristãos fossem proibidos a atender cerimônias judaicas. Judeus eruditos foram proibidos a discutir com cristãos simples. Os judeus tinham de usar chapéus cornudos, chamados de pileum cornutum. As pessoas realmente criam que os judeus tinham cornos que estavam escondendo embaixo desses chapéus, sendo crianças o diabo. Tomas de Aquino (1226-1275) disse que os judeus não poderiam ser tratados como vizinhos, mas deveriam viver em perpétua servidão.

1270
Judeus foram massacrados na Alemanha: em Weissenberg, Magdeburg, Sinzig, Erfurt e outras cidades. Em Sinzig, a comunidade foi trancada na sinagoga no Sábado e queimada viva.

1272
A sinagoga principal de Londres foi fechada. A razão apresentada foi que o canto disturbava a devoção dos monges na vizinhança. Os judeus tinham de reunir-se em casas particulares, mas até isso era restrito por ordem do bispo de Londres.

1275
O Statutum Judeismo foi passado na Inglaterra sob o rei Eduardo I. A lei proibiu os judeus a cobrarem juros, restringiu a área onde pudessem viver, mandou judeus a partir de sete anos usar o distintivo e exigiu que os acima de doze pagassem uma taxa anual na Páscoa. Mas a lei permitiu também que judeus, pela primeira vez, arrendassem terra para lavoura e se tornassem comerciantes e artesãos.

1278
Eduardo I acusou-os de moedeiros. Buscas de casa a casa tiveram lugar pela Inglaterra inteira, e 680 judeus foram jogados na Torre de Londres. Muitos foram enforcados e tiveram sua propriedade apanhada pela coroa.

1280
Na Polônia, autoridades civis tentaram atrair judeus estabelecendo vida judaica numa base racional. Mas a Igreja insistiu que os judeus ficassem isolados do resto da população. O Sínodo de Buda introduziu o distintivo judaico. Na Espanha, os judeus foram forçados a ouvir sermões de conversão de monges nas suas próprias sinagogas. Fanáticos populares agrediram judeus contra as ordens das autoridades civis.

1281
A maioria dos judeus espanhóis foram presos nas suas sinagogas num Sábado do janeiro, mas soltos com a promessa de pagar uma grande importância de dinheiro de resgate.

1282
O arcebispo de Canterbury fechou todas as sinagogas na sua diocese.

1283 – 1285
Dez judeus foram assassinados por populares em Mogúncia, depois de terem sido acusados de assassínio ritual. 26 judeus foram mortos como resultado duma acusação de assassínio ritual em Bacharach. 40 judeus foram assassinados depois duma acusação de assassínio ritual em Oberwesel. Em Munique, 180 judeus foram queimados vivos na sinagoga depois duma acusação de assassínio ritual.

1290
Em 18 de julho, o rei Eduardo I, em Concílio, mandou que todos os judeus, sob pena de morte, deixassem o país até o dia primeiro de novembro.

1298
Severas persecuções tomaram lugar na Francônia, Bavária e Áustria. Um nobre alemão, de nome Rindfleisch (era chamado de Judenschlächter [açougueiro de judeus]) juntou um pequeno exército e começou a matança de judeus de cidade a cidade. Em cerca de seis meses queimou e massacrou um número estimado de 100.000 judeus em 140 comunidades, incluindo Würzburg, Ratisbona, Nuremberga, Augsburg, Heilbronn e Rottingen.

1306
Sob Filipe IV, todos os judeus do seu reino, aproximadamente 100.000, foram presos em 22 de julho. Foi lhes dito que deixassem o país dentro de um mês. Não podiam levar senão suas roupas e provisões para um dia. Sua propriedade deixada atrás foi usada por Filipe para reencher a tesouraria real, esta que tivera sido exaustada pelo seu feudo com o papa e sua guerra contra os flamengos.

1308
O bispo de Estrasburgo, João de Dirpheim, inquiriu os judeus de Sulzmatt e Rufach por acusação de profanação de hóstia. Foram queimados vivos.

1315
O rei Luis X chamou de volta os judeus que tinham sido expulsos da França. Eles, em troca, puseram condições, que foram atendidas. Mas outra vez tinham de usar distintivos.

1320
O papa João II ordenou a inquisição em Toulouse. Aí e em Perpignan, o talmude foi queimado. Durante a Cruzada dos Pastores, 40.000 pastores e camponeses marcharam de Agen a Toulouse, matando qualquer judeu que não era disposto a ser batizado. Em Verdun, 500 judeus fugiram a uma torre. Quando foram assediados, cometeram suicídio. 120 comunidades judaicas no sul da França e no norte da Espanha foram exterminadas.

1328
Milhares de judeus foram assassinados por populares ao redor de Estella, quando um monge pregou inflamantes sermões antijudaicos.

1338
O bispo João de Dirpheim causou o massacre de judeus em Estrasburgo no aniversário da Conversão de S. Paulo.

1348
Quando a peste grassava na Europa, os judeus na Espanha foram acusados de planejarem a envenenar os poços dos cristãos. Na França, Espanha e Suíça, judeus foram assassinados porque o povo cria que teriam envenenado os poços ou o pretenderiam fazer. No mês e setembro, o papa Clemente VI editou bula papal declarando os judeus inocentes da acusação de causar a praga. Exortou o clero a proteger os judeus e até excomungou assassinos. Mas os populares não podiam ser retidos. 10.000 judeus foram assassinados por populares poloneses nas cidades perto da Alemanha, apesar da proteção real dada pelo rei Kasimir. O prefeito de Estrasburgo, Konrad von Winterthur, junto com outras autoridades, defendeu os judeus contra os ataques de populares e as acusações do bispo. Os concelhos de outras cidades tentaram o mesmo.

1349
A comunidade judaica de Basiléia foi queimada morta numa estrutura especialmente construída. 2.000 judeus pereceram em Estrasburgo. Em Worms, 400 judeus foram queimados. Em Oppenheim, os judeus queimaram-se a si mesmos, temendo a tortura. O mesmo aconteceu em Frankfurt. Em Mogúncia, 6.000 judeus foram queimados à morte quando o populacho pôs fogo nas suas casas. Em Erfurt, a comunidade judaica de 3.000 foi massacrada, e em Breslau todos os judeus pereceram. Em Viena, os judeus cometeram suicídio, aconselhados por seu rábi, para evitar tortura. As comunidades judaicas de Augsburg, Würzburg Munique foram destruídas. Os judeus foram expulsos de Heilbronn. Os judeus de Nuremberga que não fugiram, foram queimados à morte num lugar que desde então é conhecido como Judenbühl. Os judeus de Königsberg foram massacrados. Em Bruxelas, aproximadamente 500 judeus morreram num massacre.

1354
12.000 judeus foram massacrados em Toledo.

1357
Quando a peste voltou outra vez na Francônia, os judeus foram outra vez incriminados de terem envenenado os poços. A peste, também chamada a Morte Preta, matou milhares. Durante esse tempo, o mito de conspiração judaica foi inventado, mito esse que, apesar das suas absurdidades, continua sendo acreditado por muitos, até hoje!

1366 – 1369
Quando a guerra civil grassava entre o rei Pedro e Henrique de Trastamora, muitos judeus foram massacrados por mercenários empregados por ambos os lados.

1384
Os judeus de Nördlingen foram atacados e massacrados.

1389
Populares atacaram e massacraram milhares de judeus em Praga.

1391
A Inquisição virou-se contra os judeus que se tinham convertido à Cristandade. Em muitos casos, continuaram secretamente praticar o Judaísmo, sendo por isso considerados heréticos. Por toda a Inquisição, um número estimado e 50.000 judeus foram mortos, e outros 160.000 batizados à força. Em muitas cidades da Espanha, sinagogas e mesquitas foram transformadas em igrejas, e comunidades judaicas sofreram terríveis perseguições. Depois, 300 judeus foram assassinados ou cometeram suicídio em Barcelona, 11.000 judeus permitiram que fossem batizados.

1399
Em Posen, Polônia, um rábi e 13 anciãos da comunidade judaica foram lentamente queimados à morte, acusados de terem apunhalado a hóstia e a jogado numa cova. Rumores circularam que a hóstia teria sangrado, o que, naturalmente, confirmava o dogma da Eucaristia.

1407
Os fogosos sermões do monge e reformador Vicente Ferrer causou opressivas ações contra os judeus na Espanha e agressões de populares. É creditado com 20.000 forçados batismos em Castela e Aragão.

1413 – 1415
Dom Fernando de Aragão convocou debates em Tortosa. Foram imaginados para facilitar para judeus a conversão à Cristandade. Os líderes judaicos de Aragão foram forçados a debater com um judeu convertido, Jerônimo de Santa Fé. As disputas prolongaram-se por um ano e nove meses, com resultados negativos para as comunidades judaicas.

1419
O papa Martinho V e os reis espanhóis restauram direitos judaicos. Sinagogas e cópias de Talmude são-lhes devolvidos.

1422
A Cruzada contra os hussitas na Boêmia e Morávia causaram muito mal a comunidades judaicas. Na sua marcha a Praga, o exército do imperador alemão Sigismundo, com mercenários holandeses, destruíu comunidades judaicas ao longo do rio Reno, na Turíngia e na Bavária, tudo para vingar o insultado Deus dos cristãos.

1427 – 1429
Uma bula, editada pelo papa Martinho V, proibiu os capitães do mar transportarem judeus à Terra Santa. Também, numa outra bula, exigiu a proteção dos judeus, estabelecendo direitos da comunidade, entre estes permitindo aos judeus estudarem em universidades.

1431
Uma acusação de assassínio ritual levou à destruição de comunidades judaicas alemãs em Ravensburg, Überlingen e Lindau.

1432
Os judeus foram expulsos de Saxônia.

1434
O Concílio de Basiléia, presidido pelo papa Eugênio IV, revogou as liberdades que Martinho V tinha conferido. Os judeus tinham de viver em bairros separados das cidades, atender sermões de conversão e não tinham permissão de atender universidades.

1443
Os judeus de Venécia tinham de usar o distintivo amarelo.

1451
O papa Nicolau V, numa bula, confirmou as velhas exclusões de judeus da sociedade cristã e de todas as profissões honestas. João de Capistrano foi apontado pelo papa para orientar a Inquisição dos judeus. Nos seus sermões repetia as acusações de assassínio ritual e profanação de hóstia, o que levou a persecuções em Breslau sob o rei Ladislau da Silésia.

1454
Quando o exército polonês pela Ordem Teutônica e os prussianos, o clero, que fora excitado pelos sermões de Capistrano na Polônia, culpou a lenidade real para com os judeus pela calamidade. Direitos judaicos foram retirados e populares atacaram comunidades judaicas.

1457
Tropas poloneses em marcha à Cruzada contra os turcos atacaram os judeus de Cracóvia, matando cerca de 30.

1492
Todos os judeus foram expulsos da Espanha católica.

1500 – 1530
Os dominicanos batizaram muitos judeus. Esses convertidos, porém, não eram muito mais seguros dos ataques de populares. Alguns destes convertidos escreveram extremamente hostis volumes antijudaicos, pretendendo causar dano à Judiaria: Vítor de Carben em 1505, João Pfefferkorn (quatro peças sarcásticas) em 1505-09, Antônio Margharita em 1530. Os dominicanos também rejeitaram o estudo da língua hebraica.

1509
O imperador Maximiliano autorizou João Pfefferkorn a destruir qualquer coisa que fosse blasfema ou hostil à Cristandade. Começou em Frankforte no rio Meno, onde vasculhou lares judaicos e sinagogas, confiscando mais que 1.500 manuscritos.

1517
No tempo da Reforma, o papa editou uma bula: Cum nimis absurdum. Essa é reconhecida como o documento cristão antijudaico mais devastador que jamais foi escrito. Requis que os judeus usassem distintivos de ignomínia, vivessem em guetos e vendessem qualquer propriedade fora dos muros do gueto.

1521 – 1523
Em O Magnificat e no tratado Que Jesus Cristo nasceu judeu, Martim Lutero reagiu contra o tratamento rude de judeus, esperando que eventualmente pudessem se converter. A Reforma contribuiu para mais liberdade para os judeus. Em países protestantes gozavam de maior tolerância e tinham menos restrições, podendo desenvolver uma cultura mais dinâmica do que em países católicos. Mesmo assim, os judeus continuaram vivendo vidas precárias em qualquer lugar. Nos países católicos, a guetoização chegou a ser a norma. A cultura judaica era sufocada, e o novo estereótipo de judeu de gueto foi adicionado aos muitos já existentes.

1541
João Eck, o polemista católico romano, escreveu um tratado contra Davi Gans, um judeu. Gans esperava que o protestantismo fosse mais tolerante do judaísmo. O panfleto de Eck, Refutação dum Livro Judaico, revivifica todas as antigas acusações: assassínio ritual de crianças, profanação de hóstia, etc. Além disso, chama os protestantes da Alemanha aduladores e amadores de judeus.

1543
Essa acusação pode ter contribuído para a mudança da atitude de Lutero aos judeus. Transpirou uma série de tratados, intitulados “Sobre Judeus e as suas Mentiras, Sobre Shem Hamforas: Suas sinagogas devem ser incendiadas… suas casas devem igualmente ser demolidas e destruídas… Deixem-nos ganhar seu pão pelo suor dos seus narizes, como ordenado às crianças de Abraão. Reverteu à posição medieval de perigo do ataque de Eck contra o protestantismo e à crença das histórias de Eck de que os judeus matariam crianças para os seus rituais. No tratado Nas últimas palavras de David, moderou sua posição, mas seguiu a tradição de interpretar o Antigo Testamento em termos cristológicos. Esses panfletos mostraram-se impopulares e teriam sido esquecidos, se os nazistas os não tivessem ressuscitado na Edição de Munique (primeiro vol. 3, 1934). Alguns homens famosos do tempo da Reforma que eram simpáticos aos judeus eram João Brenz (1499 – 1570), o reformador da Suábia, e os teólogos André Osiander (1498-1552) e Matias Flacius (1520-1575).

1554
Em Genebra, Teodoro Beza publicou um livro sobre Porquê heréticos devem ser punidos pelos magistrados. Essa era uma réplica ao eloqüente apelo de Sebastião Castellio por liberdade religiosa. Castellio fora removido de Genebra pelo reformador João Calvin, porque duvidava que o Cântico dos Cânticos formasse parte das Escrituras.

1580 – 1620
A República dos Sete Países Baixos (Holanda) chegou a ser muito tolerante aos judeus. Chegou a ser um porto para judeus que fugiram da Inquisição. Aí, os argumentos de Castellio por liberdade religiosa prevaleciam sobre a influência de Beza. Quando os Países Baixos estavam sob o reinado de Carlos da Espanha, os judeus foram expulsos.

1582
Na Scots Confession (Confissão Escocesa), cap. 18, o reformador João Knox manteve a doutrina calvinista original de intolerância, distinguindo “a prostituta” (Roma) e as sujas sinagogas de a verdadeira Igreja.

1622
O rei Cristiano da Dinamarca e outros convidaram judeus a residirem nos seus países, quando a Guerra dos Trinta Anos grassava na Europa Central.

1646 – 1647
A Confissão de Westminster, por ato do parlamento escocês, substituiu a Confissão Escocesa, definindo a Igreja em termos universais sem difamações antiromanas ou anti-semíticas nos seus capítulos sobre a Igreja.

1648 – 1649
Durante a rebelião dos Cossacos e camponeses russos na Polônia, Ucrânia, Rússia Branca e Lituânia, as mais cruéis torturas foram inventadas para os judeus. Milhares morreram sob prolongada brutalidade. Crianças não foram poupadas. Há relatos de raptos e horríveis chacinas, de gente sendo morta devagar com lanças, de mulheres fendidas e gatos vivos costurados dentro delas. A cidade de Hamburgo expulsou os judeus.

1654
Em 22 de setembro, Pedro Stuyvesant enviou para casa uma carta anti-semita das colônias no Novo Mundo à Companhia da Índia Ocidental, indicando que os judeus aqui também estavam em dificuldade. Os puritanos da Inglaterra viam os judeus como desafio ao evangelismo cristão

1718
Carlos XIII da Suécia abriu o país à imigração judaica. Todavia, restrições econômicas e de viajar foram impostos.

1744
Os judeus foram expulsos da Boêmia, e 1745 da Morávia, sob a imperatriz Maria Teresa.

1753
Sob a Imperatriz Isabel Petrovna, cerca de 35.000 judeus foram expulsos da Rússia.

1768
A expansão da Rússia e a derrota da Polônia confrontaram os russos com largamente estabelecidas comunidades judaicas, que anteriormente não estavam sob o seu domínio. A Czarina Catarina II, a Grande, estabeleceu um território, o assim chamado Recinto de Residência. Era para impedir a população judaica de influenciar a sociedade russa e para ser um pára-choque entre a Rússia e os seus vizinhos ocidentais. Os judeus precisavam de licenças especiais para viajar fora do Recinto. Perseguições e judeus continuaram violentamente na Polônia, Lituânia e Rússia, aonde os judeus fugiram dos cruzadores e da Inquisição da Europa ocidental.

1791
Aos judeus foi dada cidadania na França. A idade do Iluminismo (ou da razão) produziu um racionalismo que foi aplicado a assuntos sociais e econômicos. O sentido limitante de nacionalidade trouxe outra vez dificuldade para os judeus, porque estavam vivendo espalhados através de muitas nações.

1796
Os Países Baixos concederam aos judeus plena igualdade e cidadania.

1808 – 1810
O Czar Alexandre I quis integrar os judeus na sociedade russa, ordenando que deixassem as aldeias onde estavam residindo. Um número estimado em 500.000 judeus deixaram o campo e flutuaram para dentro das cidades, onde milhares morreram de fome, de frio ou de doença. Medo de epidemia causou a revogação da lei.

1814 – 1820
Aos judeus de Dinamarca foi concedido emancipação quase completa. Cidades alemãs ainda expulsaram regularmente judeus: Lubeque, Brema, Würzburg e outras cidades da Francônia, Suábia e Bavária. Os assim chamados distúrbios HEP! HEP! (um grito de cruzadores: Hierosolyma est Perdita – Jerusalém está perdida) tomaram lugar em Francoforte, Darmstadt, Bayreuth, Karlsruhe, Düsseldorf, Heidelberga, Würzburg e até em Copenague.

1821
Milhares de judeus fugiram da Grécia, depois de distúrbios antijudaicos.

1844
Carlos Marx (um judeu) publicou seu tratado Sobre a Questão Judaica, Zur Judenfrage, repetindo os antigos estereótipos que os cristãos usaram.

1845
O socialista francês, Afonso Toussenel, publicou o seu ataque anti-semítico Os Judeus, Rei da Época, Les Juifs Rois de lepoque.

1848
A revolução trouxe a emancipação dos judeus, mas já em 1851 as constituições de Prússia e de Áustria incluíram outra vez restrições antijudaicas.

1850
Distúrbios contra judeus na cidade de Nova-York, guiados por um policial irlandês.

1855
Comte de Gobineau publicou seu Ensaio sobre a Desigualdade das Raças Humanas, Essai sur linequalité des races humaines. O moderno anti-semitismo usou isso pesadamente.

1868
Hermano Gödsche publicou sua novela Biarriz sob o pseudônimo e Sir John Racliffe. Num capítulo intitulado de No Cemitério Judaico de Praga descreve um segredo encontro de meia-noite de representantes das 12 tribos de Israel, recebendo direções do Diabo sobre como dominar o mundo. Em 1872, só esse capítulo foi reimprimido como um panfleto em St. Petersburg, Rússia, com a declaração de que embora a história fosse ficção, basear-se-ia em fato. O panfleto foi reimpresso, mais tarde, em Moscou, Odessa e Praga.

1869
Os judeus receberam status igual de cidadão na Alemanha.

1870
O gueto em Roma foi formalmente abolido – contra os desejos do papa Pio IX – e os judeus chegaram a ser cidadãos iguais no reino da Itália.

1871
O padre Augusto Rohling de Praga publicou seu panfleto O Judeu do Talmude, Der Talmudjude. Era um vicioso ataque anti-semita vastamente circulando entre católicos.

1873
Guilherme Marr publicou seu panfleto Vitória da Judiaria sobre o Germanismo, Der Sieg des Judentums über das Germanentum. Aqui, o termo anti-semitismo foi usado pela primeira vez.

1875
O Kulturkampf (Luta de Cultura) de Bismark contra os católicos na Alemanha, foi interpretado por católicos como sendo influenciado pelo capital judaico como vingança pela romana persecução aos judeus.

1878
Adolfo Stoecker, o fundador do Partido Socialista Cristão de Trabalhadores na Alemanha, era cometido a anti-semitismo. Mais que 100.000 judeus romenos imigraram nos Estados Unidos, para evitar inanição por causa das leis discriminatórias no seu país.

1879
O professor Henrique von Treitschke na universidade de Berlim, fez-se um nome no mundo, não somente como historiador, mas também como moderno anti-semita. Numa coleção de ensaios Uma Palavra sobre a nossa Judiaria, Ein Wort über unser Judentum, declara, por exemplo, que anti-semitismo é uma reação natural do sentimento nacional alemão contra um elemento estranho que usurpara largamente demais um lugar na nossa vida.

1881
Uma petição com 250.000 assinaturas foi submetido a Bismark pelo Movimento Berlim, exigindo severas restrições na vida judaica na Alemanha. O primeiro de muitos severos pogroms contra os judeus foi iniciado pela Sagrada Liga na Rússia, consistindo de 300 oficiais de exército. Os pogroms causaram uma das maiores emigrações na história judaica. Eugênio Duhring publicou seu A Questão Judaica como um Problema de Raça, Costume e Cultura, Die Judenfrage als Rassen-, Sitten- und Kulturfrage: A origem do desprezo geral, sentido pela raça judaica, jaz na sua absoluta inferioridade em todos os campos intelectuais. Os judeus mostram uma falta de espírito científico, uma fraca compreensão de filosofia, uma inaptidão para criar em matemática, arte e até música. Fidelidade e reverência com respeito a qualquer grande e nobre são-lhes alheias. Por isso, a raça é inferior e depravada… A obrigação dos povos nórdicos é exterminar tais raças parasitas como exterminamos serpentes e bestas de presa. Comícios do Movimento Berlim terminaram em distúrbios de bandos movimentando-se pelas ruas gritando Juden raus! (Judeus fora!), atacando judeus ou pessoas de aparência judaica, quebrando janelas de comércios judaicos.

1882
O padre E. A. Chabauty publicou Os Judeus, nossos Mestres, Les Juifs, nos Maitres!, sobre nações cristãos sendo atacadas por conspiração judaica.

1886
A Aliança Anti-semítica Alemã era formada por partidos da ala direita. Edudardo-Adolfo Drumont publicou seu A França Judaica, La France Juive, uma obra violentamente anti-semítica, largamente circulada.

1887
Otto Boeckel, um dos líderes da Aliança Anti-semítica Alemã, foi eleito ao Reichstag(Parlamento) em Berlim. Karl Lüger, um político da esquerda, fez público o seu anti-semitismo. Chegou a ser um líder maior do anti-semitismo austríaco. Em Mein Kampf(Minha Luta), Hitler atribui seu anti-semitismo à influência de Lüger.

1889
Max Liebermann von Sonnenberg, que fora um líder no Movimento Berlim, fundou o Partido Anti-semítico Social Alemão, Deutsch-Sociale Antisemitische Partei, em Bochum, Vestfália. O primeiro jornal anti-semítico na Hungria apareceu em Pressburg.

1890 e depois
Quatro milhões de judeus fugiram à Europa Ocidental e América, devido à perseguições na Europa Oriental. Mas aqui também – na Terra dos Livres – os judeus foram restritos, sofrendo as antigas acusações. O Sionismo desenvolveu-se na Europa. Hermano Ahlwardt publicou seu A Luta de Desespero dos Povos Arianos Contra a Judiaria, Der Verzweiflungskampf der Arischen Völker mit dem Judentum, pintando a Judiaria um como polvo que controlasse qualquer setor da nação alemã. Anti-semíticos partidos ganharam cinco vagas no Reichstag (Parlamento) alemão.

1892
Eduardo Drumont fundou o jornal francês La Libre Parole para popularizar seu anti-semitismo.

1893
Anti-semíticos partidos ganharam dezasseis vagas no Reichstag (Parlamento) alemão.

1894
O processo e conselho de guerra do oficial francês Alfredo Dreyfus (um judeu) por traição; foi mais tarde provado que foi causado por anti-semíticos oficiais de alto patente do exército e gente no ministério de guerra que forjou os documentos. O Caso Dreyfus causou distúrbios anti-semíticos na França.

1899
Houston Steward Chamberlain publicou sua obra As Fundações do Século Dezanove (The Foundations of the Nineteenth Century). Levou a teoria racial de Gobineau à sua conclusão lógica, proclamando os germânicos como a raça mestre e exigindo uma cruzada contra os judeus.

1900 – 1910
Centenas de pogroms contra os judeus foram iniciados e sustentados pelas Centenas Pretas na Rússia e Ucraína. Uma breve versão dos Protocolos dos Doutos Anciãos de Sião foi publicado por Pavolackai Krushevan no seu jornal Znamya em St. Petersburg. A aceitação da sua ficção pela polícia segreda do Czar, ainda por cristãos aí e mais tarde em outros países, provaram como o antijudaísmo cristão tinha predisposto o povo a crer a mais fantástica propaganda anti-semita. S. A. Nilus publicou o texto inteiro dos Protocolos na terceira edição do seu livro O Grande e o Pequeno em St Petersburg. G. Butmi publicou sua versão dos Protocolos Os Inimigos da Raça Humana em St. Petersburg (quatro edições em dois anos). (Veja também 1917 e 1939).

1911
Werner Sombart publicou seu livro O Judeu e o Moderno Capitalismo. Afirma que Judaísmo e capitalismo são praticamente sinônimos. Declarou: Interesses intelectuais e habilidade intelectual são mais fortemente desenvolvidos nele (no judeu) que forças físicas (manuais). (Compare 1881, onde Duhring declarara exatamente o contrário).

1914
Leis antijudaicas foram abolidas, para que judeus pudessem lutar para a Santa Mãe Rússia na Primeira Guerra Mundial.

1915
O grã-duque Sergei, comandante-em-chefe dos exércitos russos, decretou a recolocação de todos os judeus no Recinto, temendo que tomassem partido com os alemães. 600.000 foram transportados à força ao interior da Rússia. Cerca e 100.000 deles morreram de abandono às intempéries e de inanição.

1918 – 1920
Aproximadamente 200.000 judeus sofreram morte violento durante a fratricida guerra civil da Rússia e da guerra russa-polonesa em 1920. Era principalmente na Ucraína, mas houve também massacres em massa de judeus em Minsk, Pinsk e Vilna pelo exército polonês (documentado pelo governo dos EU) e em Yekaterinburg, Sibéria. Em julho de 1919, mais que 2.000 judeus foram massacrados pelo Exército Branco sob o almirante Kolchak. Os judeus foram acusados pelos bolcheviques de serem capitalistas e opostos a eles, e pelos Brancos de serem Vermelhos e comunistas. Sofreram mais pelos Brancos, que não fizeram diferença entre eles e os Vermelhos. Lenin proscrevia pogroms, mas o tratamento melhor que os judeus recebiam dos Vermelhos dava mais prova aos Brancos de que os judeus eram comunistas. Torturas terríveis e massacres de judeus aconteceram na Ucraína sob o general Denikin, cujo Exército Branco no sul da Rússia era armado e financiado principalmente pelos aliados, mormente o britânico. Na Declaração Balfour, a British Foreign Secretary (Ministério do Exterior Britânico) declarou a Palestina como sendo o lar nacional (national home) para os judeus. As nações árabes protestaram. Os Protocolos dos Doutos Anciãos de Sião foram primeiramente publicados na Inglaterra. Em distúrbios de Berlim e Munique, os judeus foram culpados por Alemanha ter perdido a guerra.

1920 – 1921
Gottfried zer Beek (Ludwig Müller) publicou os Protocolos em alemão. Alcançaram seis edições. A versão de Müller chegou a ser a versão oficial dos nazistas em 1929. Os Protocolos foram publicados também na França, Estados Unidos e Polônia. O Retorno à Normalidade reviveu o Ku Klux Klan nos Estados Unidos, e restrições de todas as espécies foram impostas na gente de descendência hebraica. Hitler fez o seu primeiro discurso importante contra os judeus em 13 de agosto, exigindo que se tirasse deles todos os seus direitos. Aproximadamente 1.450.000 judeus imigraram nos Estados Unidos num período de cerca de 30 anos. Para frear a imigração, o presidente Harding e o Congresso rescreveram as leis, limitando a imigração por nacionalidade por ano a três porcentos do número das pessoas dessa nacionalidade já nos Estados Unidos no censo de 1910. Outra severa restrição de imigração foi legislada em 1924.

1925
Hitler publicou seu Mein Kampf (Minha Luta): Se, com a ajuda do seu credo marxista, o judeu está vitorioso sobre outros povos do mundo, sua coroa será a grinalda funeral da humanidade… Hoje creio que estou agindo de acordo com a vontade do Criador Onipotente: defendendo-me contra o judeu, luto pela obra do Senhor.

1926 – 1933
Os pogroms continuaram na URSS, Polônia, Romênia, Hungria, Grécia e México. Na Alemanha, cemitérios judaicos e sinagogas foram profanados.
1933
Hitler chegou ao poder na Alemanha. Os judeus foram excluídos do serviço civil, profissões legais e universidades, não tinham permissão de ensinar em escolas e não podiam ser editores de jornais.

1934
Grupos antijudaicos formaram-se por todo o Canadá. Anti-semitismo era espalhafatoso em muitos magazines e jornais.
1935
Os judeus perderam sua cidadania na Alemanha.

1936
Palestinos rebelam-se contra o Sionismo e a decisão britânica de oferecer aos judeus terras árabes. Durante o ano de 1936, meio milhão de judeus foram assentados na Palestina. Os britânicos tentaram bloquear o fluxo de imigração e negociar com organizações paramilitares judaicas. Nos expurgos de Stalin, muitos judeus perderam suas vidas na URSS. O Cardeal Hloud, o primaz da Polônia, numa carta pastoral, exortou os católicos a boicotarem negócios judaicos.

1937
Os campos de concentração de Sachsenhausen, Buchenwald e Lichtenburg foram estabelecidos na Alemanha. Todos os professores judaicos perderam os seus empregos na Itália. Crianças judaicas foram segregadas. Os Protocolos foram publicados na Itália e circularam largamente.

1938
Durante a noite de 9-10 de novembro, cerca de 7.000 lojas e negócios judaicos foram pilhados, a maioria das sinagogas queimadas e 91 judeus mortos na Alemanha. Cerca de 30.000 judeus mais ricos foram levados a campos de concentração. Mais tarde, a maioria desses foram soltos e receberam papéis de emigração, depois de todas as suas posses terem sido confiscadas. Uns poucos cem mil judeus podiam emigrar da Alemanha, Áustria, Boêmia e Morávia, transferindo tudo que tinham aos nazistas. Os judeus foram excluídos da vida pública, de escolas e universidades. Tinham de usar distintivos amarelos em forma da Estrela de David na sua roupa todo o tempo. Foram acusados de qualquer mal embaixo do sol, e estavam sempre com receio de levar uma batida ou ainda ser morto nas ruas.

1939 – 1941
O início da Segunda Guerra Mundial trouxe uma mudança da política de emigração para a de exterminação. Milhares de judeus foram arrebanhados pelos comandos de ação (Einsatzkommandos) da SS atrás da frente alemã que avançava e fuzilados ou levados a campos de concentração na Polônia. A GESTAPO (Geheime Staatspolizei = Polícia Secreta do Estado) arrebanhava judeus, ciganos, Testemunhas de Jehovah, comunistas, homossexuais e outros, e os pôs em campos.

1942
Em 20 de janeiro, a conferência de dezasseis oficiais nazistas de alto patente em Berlim-Wannsee planejou a solução final, a completa exterminação da Judiaria Européia.

1942 – 1945
Aproximadamente seis milhões de judeus, entre eles cerca de um milhão de crianças, foram mortos em campos especiais de extermínio, todos situados na Polônia, que estava ocupada pelo exército alemão. O mais proeminente desses campos era Auschwitz. Holocausto é um termo bíblico que significa oferta queimada. O povo judaico se refere a esse evento mais devastador da sua história como à Shoáh. Muitas Igrejas na Alemanha suportaram Hitler como herói nacional. Algumas lhe resistiram. Mas a Cristandade como um todo falhou miseravelmente no resistir ao mal feito aos judeus e a outras minorias. E quando judeus refugiados bateram nas portas das nações opostas aos nazistas, esses refugiados foram rejeitados. Por todo o mundo ocidental, as Igrejas ficavam geralmente caladas, quando os judeus necessitavam de ajuda, sendo eventualmente massacrados. O Holocausto é, portanto, também a culminação do antijudaísmo cristão dos séculos. O seu próprio ensinar antijudaísmo paralisava os cristãos de agirem apropriadamente, quando seculares forças anticristãs e pagãs assumiram a linguagem de antijudaísmo das Igrejas Cristãs, levando este à mortífera conclusão. No início havia a palavra antijudaica – no fim a Solução Final.


Fonte : INPR
Texto inglês em A Short Review of a Troubled History, by Fritz B. Voll 
See also: Paul E. Grosser and Edwin G. Halperin, Anti-Semitism: The Causes and Effects of a Prejudice. Secaucus, NJ: Citadel Press, 1979 (1976) / Don Mills, Ontario: George J. McLeod Ltd. and bibliography.

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