O campo de Treblinka foi criado em meados de 1941 como um campo de trabalhos forçados e foi assim denominado por causa de uma vila nas proximidades. Situado a cerca de 100 quilómetros de Varsóvia, recebia inicialmente prisioneiros acusados de crimes pelos alemães. Um ano após a sua abertura, ganhou um anexo, passando a ser chamado de Treblinka I. O novo campo, Treblinka II, surgiu como campo de extermínio – mais uma etapa da famigerada "Solução Final" idealizada pelo Terceiro Reich para o povo judeu. Localizado a quase dois quilómetros de Treblinka I, o anexo foi construído por empresas alemãs que usavam, como mão-de-obra de custo zero, prisioneiros polacos e judeus, muitos dos quais trazidos do Gueto de Varsóvia. "Inaugurado" em 23 de Julho de 1942 – quando começou a evacuação do Gueto de Varsóvia, Treblinka II abrigou a máquina assassina que exterminou os 265 mil judeus da capital polaca, no maior sigilo.
Os nazis não queriam que a verdade sobre a “Solução Final” fosse conhecida pelos judeus e pelo mundo. Por isso, eles alegavam que estavam simplesmente a "recolher e realojar no Leste" os judeus espalhados pela Europa. Não sabendo ou não querendo acreditar na verdade sobre o verdadeiro destino dessas "viagens", era mais fácil para os nazis "manipularem" as populações judaicas que recolhiam. Eles escondiam a verdade do mundo ocidental por medo de que suas acções "não fossem compreendidas" e que se descobrisse que os locais para "realojamento" dos judeus da Europa eram, na realidade, campos de morte. Mas, apesar de todo o sigilo dos nazis, desde 1941 chegavam até aos líderes do mundo ocidental notícias e provas sobre o que estava a acontecer.
Procurando garantir o segredo sobre os crimes cometidos em Treblinka, o campo era protegido por duas cercas de arame farpado, sendo que a interna era camuflada com árvores e plantas para encobrir as suas actividades macabras. Para reforçar essa farsa, a câmara de gás ostentava uma estrela de David e uma cortina, com os seguintes dizeres: "Este é o portão pelo qual passam os justos".
Trazidos até o campo de extermínio em vagões superlotados como se fossem gado, sem água, alimento ou qualquer tipo de atendimento às suas necessidades básicas, cerca de cinco a sete mil pessoas chegavam em cada comboio. No desembarque, deparavam-se com a estrela de David e ouviam um discurso de um oficial das SS explicando-lhes que haviam chegado a um campo de trânsito. Em seguida, as mulheres e crianças eram separadas dos homens; os doentes eram também separados. Começava então o "macabro ritual" de corte de cabelo e o encaminhamento para as câmaras de gás. Era nesse momento que os guardas incentivavam as pessoas a escreverem para os seus familiares – a correspondência seria posteriormente enviada, para reafirmar ao mundo ocidental a impressão de que o processo de transferência judaica não passava de um realojamento. Enquanto Treblinka II funcionou, estes procedimentos – assim como nos outros campos de extermínio instituídos pelos nazis – repetiram-se milhares de vezes. Aos que sobreviviam às selecções para as câmaras de gás, era imposta uma rotina rígida e desumana.
Fontes: www.beth-shalom.com
wikipedia (imagens)
Placa da estação ferroviária de Treblinka
Localização do Campo de Treblinka
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