Site norueguês obriga os utilizadores a provarem que leram o artigo antes de poderem comentar
A emissora pública norueguesa de televisão e rádio NRK criou um modo de garantir que os utilizadores que comentam as notícias no seu site realmente leram as notícias. O objetivo é promover um debate saudável sobre as notícias em questão e reduzir a intensidade "do modo zangado como as pessoas comentam", segundo o editor do site, Marius Arnesen.
Para provar que leram a notícia, as pessoas que quiserem deixar um comentário em algumas notícias do site NRKbeta têm de responder a três perguntas simples de escolha múltipla.
"Nós achamos que tínhamos de fazer a nossa parte para tentar garantir que toda a gente tem a mesma informação antes de comentar", explicou Stale Grut, jornalista da NRKbeta, ao Nieman Lab. "Se toda a gente concordar que é isto que o artigo diz, então todos têm uma base melhor para comentar".
Além disso, segundo Marius Arnesen, os comentadores são obrigados a passar algum tempo extra a pensar no artigo e no que vão comentar, diminuindo assim a intensidade dos ataques pessoais indiscriminados e infundados que por vezes acontecem nas secções de comentários dos jornais.
"Se gastarem 15 segundos no questionário, então são menos 15 segundos que diminuem a intensidade do modo zangado com que as pessoas comentam", explicou Arnesen ao Nieman Lab.
Os responsáveis optaram por um questionário porque, além de garantir que os comentadores leram, ajudam a manter em debate os temas mencionados na notícia, evitando que os utilizadores se dispersem e mudem de assunto. "Se vão debater sobre algo, é importante saberem o que está no artigo e o que não está", explicou o editor.
Esta ferramenta foi instalada no mês passado e a NRKbeta testou-a há duas semanas, quando publicou um artigo sobre uma proposta de lei sobre a vigilância digital na Noruega. Apesar de ser um assunto controverso, os comentadores partilharam referências de livros e outras pesquisas, fizeram perguntas pertinentes e deram respostas construtivas.
Segundo o Nieman Lab, a NRK considerou o debate respeitoso e produtivo, mas afirmou que nem todas as notícias vão ter um questionário.
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