"Estava no início de férias e recebi um telefonema da ministra das Finanças a dizer: 'Assunção, por favor vai ao teu email e dá o OK, porque isto é muito urgente, o Banco de Portugal tomou esta decisão e temos de aprovar um decreto-lei'. (...) Como pode imaginar, de férias e à distância e sem conhecer os dossiês, a única coisa que podemos fazer é confiar e dizer: 'Sim senhora, somos solidários, isso é para fazer, damos o OK'. Mas não houve discussão nem pensámos em alternativas possíveis — isto é o melhor ou não —, houve confiança no Banco de Portugal, que tomou uma determinada decisão", explicou Cristas.
"É aí que critico um bocadinho esta coisa de não termos nada que ver, o Conselho de Ministros não tem nada que ver, mas no fim da história é ele que tem de aprovar o decreto-lei", lamentou a líder centrista.
Quanto à questão do Conselho de Ministros, Cristas explica que nas reuniões em que esteve presente nunca se discutiu o BES "com profundidade". "Não posso garantir tudo porque, de vez em quando, havia um ou outro Conselho de Ministros em que eu não estava, por razões de representação do ministério. Mas discussão em profundidade do problema do BES, das soluções, das alternativas, das hipóteses, isso nunca aconteceu", disse Cristas ao Público.
Contudo, a líder centrista recorda-se de uma referência por Pedro Passos Coelho à questão de injectar 12 mil milhões de euros da troika no Estado, tal como defendia o socialista António José Seguro na altura. Contudo, o ex-primeiro-ministro não quis usar porque não se sabia se poderia haver problemas no BES.
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