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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O JOSÉ - POESIA POPULAR

"POESIA POPULAR



O José era um político
Com um nariz engraçado
Que por ordem d’um Juiz
Acabou engavetado

O José tinha um amigo
A quem correu bem a vida
Comprava-lhe apartamentos
Livros, carros e comida.

Vivia modestamente
Com os frutos do seu labor
Vestia discretamente:
Prada, Chanel e Dior

Quis fazer um aeroporto
Em terras da fundação
Do seu amigo Soares:
O que o foi ver à prisão

A gerir o orçamento
Teve o máximo cuidado:
O aeroporto de Beja
É o mais movimentado

Fez escolas em Portugal,
Até deu computadores,
Era pois fundamental
Avaliar professores

Fez estradas, túneis e pontes,
Só faltou o TGV,
Criou amigos aos montes
À conta das PPP

E em todos os concursos,
Coincidência feliz:
Nada sobrava p’ros ursos,
Só MotaEngil e a do Liz

Convocou uma cimeira
Para unir todos os povos,
E mostrar a todo o mundo
Que temos amigos novos

Grandes líderes mundiais
Todos vieram aqui:
Apoios incondicionais,
Do Chavez e do Kadafii

Comprou milhões de vacinas
Foi um líder prevenido
Arranjaram-lhe um emprego;
Agora foi despedido.

Seguindo desta maneira
E se não mudar a sorte,
Vai para a Cova da Beira
Ou consultor, no Freeport.

Contrariou com lisura
Tudo o que p’aí se diz
Da sua Licenciatura,
E foi estudar para Paris

Regressou pois doutorado
Como um cidadão comum
E foi logo convidado
Para ir à RTP 1.

Foi comentador escolhido
Pela sua eloquência
Agora foi despedido:
Subiu logo a audiência.

De ruim e vil maneira
O juiz, esse vilão:
Mandou prendê-lo, o Teixeira,
Saindo do avião

Mas a saga continua
Por cá toda a gente aposta
Que o José só vem p’ra rua
Quando elegerem o Costa

No fim achamos por bem
E em nome da decência:
José faz lembrar alguém?…
-É pura coincidência!


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