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domingo, 1 de abril de 2018

CÃO SABUJO DE SOAJO, NOME CERTO, “CÃO DE CASTRO LABOREIRO”, UMA MENTIRA!




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Na zona destas diversas montanhas da «Serra de SOAJO» ficam vários fojos para ajudar a capturar os lobos descobertos pelos CÃES SABUJOS desta serra!
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Vista parcial da grande concentração de pedras de granito localizadas no sítio da «Pedrada», na montanha do «Outeiro Maior», a mais elevada da «SERRA DE SOAJO», onde se encontra o marco geodésico de 2ª ordem que, na Carta Geral do Reino, tem a altitude de 1415 metros. Foi esta, depois, corrigida para 1416 m .
À esquerda ( lado poente), ao fundo, pode ainda ver-se  a montanha de «Bragadela» [a segunda] com os seus 1350 m. Ao fundo observa-se parte da montanha do Pedrinho, ficando invísível o "Castelo do Pedrinho" [falsa Peneda] onde se situa o marco geodésico de 1ª ordem com 1373 m, que foi considerado por Gerardo Pery, erradamente, o ponto de altitude máxima da única serra do Lima ao Minho. Ao mudar, em 1875 m, pela primeira vez, na sua Geografia de Portugal o nome da serra para Peneda, abandonou o nome vindo dos séculos anteriores!  Estes ERROS - nome da serra e sua atitude máxima -  foram depois copiados para obras escolares dos diferentes graus de ensino!
As consequências das trapalhadas sobre o nome da serra ainda se sentem a ponto de nalgumas edições de mapas e livros de ensino aparecerem até no espaço de uma serra, dois nomes de serras!

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 Dois nomes num mapa usado no ensino básico existente na escola de Soajo. A serra de Soajo nem sequer aparece com a altitude máxima, e a falsa Peneda como que transparece a altitude máxima de 1373 m!

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 O "enxerto" da serra de "SUAJO" acomoda neste gráfico o espaço da serra Amarela, embora neste mapa de parede, apareça exposta  a norte do rio Lima com a grafia «Serra de Soajo».  Repare-se que a Amarela aparece no mapa a sul do Lima, mas não no gráfico de comparação das altitudes máximas das principais serras de Portugal!
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 Noutro mapa do básico (antigo ensino primário) aparecem os efeitos das trapalhadas a ponto de aparecerem no espaço da única serra em termos físicos, a norte do Lima, dois nomes, e a altitude na Pedrada de 1416 m é colocada na falsa Peneda, no Pedrinho. Assim uma mesma altitude da mesma serra, corrigido de 1415 m para 1416 m, é atribuido como que existissem duas supostas SERRAS DISTINTAS! O nome da Amarela, substituido por "SUAJO" com "u", deixa o espaço a sul e é colocado a norte do Lima! No espaço da Amarela ficou apenas o desenho a simbolizar a serra, mas sem nome!
Tanta trapalhada fez com que em 1971 nascesse o nome do Parque Nacional com parte da sua designação errada!
Presentemente os "intelectuais" que decidiram a colocação dos nomes das serras para indicação dos trilhos terrestres, em vez de seguirem a genial descoberta dos últimos anos, para aumentarem ainda MAIS AS CONFUSÕES com disparates, não inscreveram "Serra Peneda/Soajo"!
Optaram pela FORTE ALUCINAÇÃO QUE SENTIRAM, DIZEM QUE, DA VILA DE SOAJO PARA OUTRO SÍTIO NO SUL DA FREGUESIA DE SOAJO, SE ATRAVESSAM AS DUAS SERRAS COM OS NOMES SOBREPOSTOS AO NORTE DO LIMA! De "bons cérebros, cerebelos e bolbos raquidianos" só saem destas coisas geniais! Parabébs!

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 Observem-se as altitudes compararadas das serras principais de Portugal neste gráfico onde o espaço, da única serra de Soajo, é  repetido com dois nomes de serras, como se não fossem a mesma serra!


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O chamado «Coto Velho» que ladeia a Vila de Soajo, do lado norte, visto escassos anos antes do fogo de 2010, estava indumentado a verde com o seu admirável pinhal.
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 Bela vista dos «caniços de pedra» (nome usado em Soajo em exclusividade até o aparecimento do novo Parque Nacional) da Eira do Penedo. Imagem 1217.jpg
A escola onde foram vistos os mapas com as asneiras dos nomes, altitudes e posicionamentos das serras!
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 Outra vista do lado sul do edifício "universitário" da vila de Soajo, construido, na década de 1930.
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 A serra de Soajo aparece neste gráfico com a sua verdadeira altitude máxima estando hierarquizada em quarto lugar de entre as principais serras de Portugal. Todavia ocupa o primeiro lugar atendendo ao critério de número de montanhas com altitudes superiores a 1200 metros. Atendendo ao critério da altura das serras acima da base, isto é, das suas elevações, a serra de Soajo disputa com a serra da Estrela o primeiro lugar, definidos que sejam os perímetros da base destas serras. Na verdade uma altitude é uma altura, porém a verdadeira altura ou elevação de uma serra não se mede do nível das águas do mar, mas da cota mínima do sopé ou base da serra! A altitude "enterrada" conta para a altitude máxima, mas não para sentir a verdadeira elevação de uma serra! Nesta última perspectiva a serra do Larouco, por exemplo, é mais baixa, ou seja é de menor elevação, que a serra de Soajo!
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 Panorâmica da vila de Soajo em que se consegue ver uma pequena parte do lugar de Bairros, cuja altitude monta a cerca de 300 metros.
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Vistas parciais de Bairros e Costa Velha, ambos lugares do lado poente da sede da freguesia de Soajo. A arborização embelezava o panorama, além de outras manifestas vantagens...
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 O lugar de Cunhas é uma das sete aldeias, que com a vila, completam o povoamento de Soajo.
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 Um lindo cenário de uma parte da serra de Soajo. Da última montanha, onde se instalou o Cruzeiro em honra de dois ilustres irmãos missionários - Pe. Anónio Sousa Rodas e Dom Abílio Rodas -  derrubado por enorme temporal, vislumbra-se um panorama belísssimo!
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 A pequenina cachena deixou-se fotografar em 1951, num terreno do lugar da Laranjeira, acompanhada pelos irmãos, Maria Manuela e Manuel António Lage, então professores e naturais da Vila de Soajo.
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 A SEGIUR O TEXTO INTULADO ACIMA:


1.COMO CÃO DE CAÇA GROSSA FOI CONFIRMADO! – Apesar de ser considerado clara e objectivamente, em 1935, como cão de caça grossa, o falsamente designado “castro laboreiro”, pelo próprio autor da caracterização desta raça canina, atreve-se, Rodrigues, a dizer que é, exclusivamente, cão de guarda! Ao ter contactos com castrejos da época, o Dr. Fernandes Marques assimilou que, também, além do mais, era usado e estimado como cão de caça grossa! Mas, Rodrigues, não quer que sirva como cão de caça grossa e, então, esforça-se para tentar negá-lo, opondo-se até ao professor que bem soube em Castro Laboreiro, seguramente, que também o empregavam para caçar! Se o cão não tivesse este préstimo mais à vontade estaria para, em teoria, o distinguir do sabujo de Soajo, a que por conveniência quereria que fosse o orelhudo sabujo ibérico, considerado por Rodrigues, simplesmente “sabujo medieval”! Incrível, esta oposição de Rodrigues ao Prof. Marques! Este bem o considerou ao oficializar o estalão desta raça, como tendo muito boa aptidão para a caça grossa pelo «seu poderoso domínio»! O autor do estalão tomou conhecimento deste valioso mérito em Castro Laboreiro, e até aqui soube que os melhores exemplares da raça existiam em lugares, fora da povoação Castro Laboreiro, algumas das quais muito próximas de povoações que pertenceram administrativamente à paróquia e concelho de Soajo!
Rodrigues, é mesmo um fenómeno de invencionices, que veio ao mundo, ao que parece, pelos anos de 1970. Nasceu fora da sede que, ao que parece, por se formar a partir e junto de um vetusto castro, deu no Laboreiro, o nome à sede da circunscrição paroquial e autárquica, as quais por sua vez também o adoptaram.
2.PROVAS ANTES DOS ERROS E MENTIRAS EXIGEM-SE! – Os argumentos apresentados pelo castrejo Américo Rodrigues para tentar justificar a tontice de que o nome da raça é o correcto, e que a área geográfica por si forjada para a adaptar ao espaço da sua freguesia, foram um e outro, baseados em lérias, em tretas, em artimanhas!
Devem ser apresentadas provas sérias, autênticas, porque as de uns meros romances de ficção, da segunda metade do século XIX, é muitíssimo pouco. Se não conhece nem uma, reportada aos tempos em que Castro Laboreiro foi concelho (foi-o até 1855), não deve refugiar-se no vazio de que nada tem de provar. Gostaria que fossem verdades por si e em si! Mas não são, pois não passam de arteirices, aldrabices, falsidades, mentiras, intrujices, que não têm cabimento para justificar um forjado e falacioso axioma.
Os factos históricos provam-se com documentos e os que se encontram nas Chancelarias Reais com o selo de armas reais, conferem-lhe uma autenticidade que está acima de quaisquer dúvidas. As lábias de Rodrigues de que em Soajo (entenda-se no âmbito de Serra, Concelho e Montaria) só existiram “rafeiros bastardos” são afirmações tão mesquinhas que, só por si, fazem com que os seus escritos, nas matérias da identificação da raça e da sua geografia habitacional, não obtenham a mínima credibilidade.
3. AVIVAR A MEMÓRIA É PRESERVAR A IDENTIDADE - Merecem ser considerados como factos memoráveis na história de Soajo todos os seus patrimónios relevantes, porque ao terem exercido influências muito notórias na vida de muitas gerações de Soajeiros contribuíram para o dignificar e enobrecer durante muitos séculos.
Viver sem memória é andar à deriva!
A situação a que chegou Soajo na actualidade, em boa parte deve-se ao desconhecimento da sua memória. Os ataques de adversários e inimigos só produziram efeitos tão devastadores porque esteve, no século passado, a memória de Soajo muito diluída nas mentes de muitos Soajeiros, senão a força da ignorância de alguns “sábios” sobre a nossa terra seria menos consequente! Se hoje se valem de um valioso património que libertou muitas e muitas gerações de Soajeiros do pagamento de impostos directos pelo envio anualmente de «cinco sabujos», isso sucedeu pela gradual perda de memória. A causa de mais recursos terem sido investidos e consumidos em Soajo, durante muitos séculos, desenvolvendo-o, materialmente, e fazendo com que fosse motivo da atracção de pessoas, não estaria sem a perda da memória, a partir sobretudo de 1935, a servir em exclusivo, Castro Laboreiro. Avivar a memória da raça «Cão de Soajo» é útil para o futuro de Soajo, como também se revela importante na história florestal, cinegética e pecuária de Portugal. Se o «cão sabujo de Soajo» prestou relevantes serviços aos habitantes da extensa serra de Soajo e de vigilância na protecção das florestas (matas) nacionais, dos animais selvagens e dos gados, a história fica mais enriquecida com as verdades e não com as aldrabices que em cadeia se vão propalando. Por tudo isto não se deve aceitar que haja alguém que queira tentar colocar a preciosa história dos grandes e valentes sabujos de Soajo, fora do conhecimento nacional recorrendo a mesquinhos e indignos argumentos. Que o chamado «Cão de Soajo», o Sabujo de Soajo, ido para os reis de Portugal, tome a sua verdadeira e completa história, e que suba ao pedestal para glorificação e memorial da mais importante raça canina que andou associada umbilicalmente, durante tantos séculos, com os monteiros de Soajo e do restante Portugal, depois de treinada para várias funções, nas montanhas da serra de Soajo!
4.AS DESARMONIAS - Perante certos escritos tão inconsistentes e contraditórios sobre a famosa raça canina usada pelos monteiros e pastores na vasta e alta serra de Soajo, ao longo de muitos séculos, decidi fazer pesquisas mais aprofundadas que me permitissem esclarecer e explicar as razões pelas quais, sobretudo a partir de 2005, apareceram, através de um castrejo, ficções tão em desarmonia em termos da localização geográfica e outros aspectos da ancestral e histórica raça. Para tentar esconder e desvirtuar as funções e a vida histórica da velhíssima raça regional, têm-se servido de expedientes pouco dignificantes. Tornava-se pois necessário, indagar aspectos da naturalidade da raça para se saber, rigorosa e objectivamente, se o âmbito geográfico se colocava ao nível de uma ampla região serrana ou se se restringia ao espaço territorial de uma mera paróquia, como mentirosamente, pretende Rodrigues. A designação da raça tem muito a ver com a sua geografia de criação, habitação e distribuição pelo resto do país. 
Os resultados das primeiras pesquisas mostraram rapidamente que algo andava muito mal pois a raça canina sempre foi habitante das montanhas que se erguem na direcção Norte/Sul desde o Minho ao Lima, e do rio Vez até à fronteira com Espanha na direcção Nascente/Poente, sendo um erro crasso restringi-la a uma paróquia, em função da documentação multissecular disponível.
Constatei que a partir sobretudo dos anos de 1935 se iniciara uma desfocagem geográfica que se afastava muito do centro principal dos séculos anteriores, pois passaram a concentrar excessivamente tudo o que dizia respeito à preciosa raça de Soajo, na paróquia de Castro Laboreiro, desligando portanto a raça do seu glorioso passado!
Quanto mais aprofundei as pesquisas, mais me convenci que não tinha qualquer razoabilidade muito do que em termos históricos, geográficos e culturais escrevera o castrejo das “tretas”!
Não tem tido vergonha de ofender a memória e a honra das gentes dos tempos do «Concelho e Montaria de Soajo» que, ao longo de tantos séculos, preservaram uma raça que puseram ao serviço da Coroa de Portugal e que tão prestimosa foi na protecção, conservação e preservação das florestas portuguesas pelas suas extraordinárias aptidões para vigilância, guarda de gados e caça grossa!
  1. CONTACTOS COM UMA PERSONALIDADE VITAL - Numa deslocação a Castro Laboreiro tive ensejo de conversar com o saudoso e venerando Padre Aníbal Rodrigues que teve a cortesia de me receber na sua residência, nos finais da década 1990, junto à qual a comunidade castreja lhe quis reconhecer, apreciar e agradecer todos os desvelos de uma vida muito empenhada ao serviço das suas gentes e da sua grei. No encontro com o grande entusiasta da raça questionei o Reverendo Pe. Aníbal, sobre a naturalidade e a designação de uma raça canina que, sem os seus esforços, num dos últimos redutos geográficos de sobrevivência da raça, talvez não se tivesse salvado da extinção quase certa, devido ao exíguo número de exemplares. Reconheceu que se tratava do cão sabujo que, do concelho de Soajo, vizinho de Castro Laboreiro, partia para os reis de Portugal! Disse-me na altura a propósito da história da raça canina que um padre não mente! Mais tarde verifiquei, já após o seu decesso, que o Reverendo Padre Aníbal já antes do nosso encontro, havia reconhecido em texto escrito, o cão como SABUJO, testemunho que, por sustentado na Verdade, o eternizará, bem como à raça canina que acarinhou, e de que verdadeiramente foi um incansável defensor e protector! É atitude inqualificável e falta de seriedade tentar roubar ao cão sabujo todo o seu rico e antiquíssimo historial como poderoso animal na caça grossa, de guarda de gados, de florestas e de casas apalaçadas ou modestas! O que se passou ao longo de tantos séculos não pode, não deve, ser escamoteado, antes tem de ser perdurável e avivado no tempo. Desassombradamente vimos a terreno para não deixar mentir descaradamente quem, com umas tretas, por não ter documentação, muito menos oficial, antes dos erros, dos disparates e das mentiras, mas que mesmo assim quer usurpar a história da raça e dos monteiros que a utilizaram.
  2. QUEM FEZ A CARACTERIZAÇÃO DO CÃO SABUJO? – Foi o médico veterinário e professor na Universidade Técnica de Lisboa, de medicina veterinária que, em 1935, subiu ao Alto Minho para observar os cães e registar num estudo quais os caracteres físicos, comportamentos e aptidões, o que significa que fez a padronização, standard ou estalão do cão sabujo. Transcrevemos desse trabalho o seguinte: cão tendendo para o rectilíneo, lupóide (de lobo), tipo amastinado (corpulento e grande). Companheiro leal e dócil, indispensável na protecção dos gados contra o ataque dos lobos. Sentinela ideal para vigilância constante que exerce nos pontos confiados à sua guarda, rondando-os com frequência. Deve ser também como o Serra da Estrela, uma das velhas raças da Península. Deixou Marques apenas com superficialidade uma ténue ligação a Soajo, através da sua serra em termos geográficos, se bem que sob o ponto de vista da história do cão deixou notas essenciais de Soajo, embora escondidas como fossem de Castro Laboreiro!
  3. SEMPRE CÃO SABUJO E DOS BONS! – Como testemunho para os vindouros deixou gravado no seu trabalho agregado ao estalão sobre a raça, um reconhecimento que desmente Rodrigues, e que o impede de tentar enganar com a facilidade que gostaria. É que o Prof. Manuel Fernandes Marques foi, no século vinte, pioneiro, ao considerar e afirmar por escrito que, o cão que estudou e caracterizou era sabujo com «poderoso domínio» sobre os animais de caça grossae um importante guarda na vigia de gados e demais coisas que lhe confiam.
  4. É de facto necessário, neste contexto, salientar que o Professor, em 1935, reportando-se à raça que reconheceu como sendo constituída por cães sabujos escreveu: «já eram (nos princípios do século dezoito) apreciados e utilizados na caça grossa pelo seu poderoso domínio»! Ao dizer isto, é porque ainda o eram, em 1935, senão tão tem sentido a palavra «já»!
  5. Conclui-se que não só considerou a raça como de cães sabujos, mas também como de possantes cães para a caça grossa!
  6. Rodrigues, com as suas tretas, nega na raça que foi estandardizada, em 1935,  a aptidão para caçar, mas se o professor Fernandes Marques ainda fosse vivo aconselhava-o a não dizer tantos disparates!
  7. Também é conveniente dizer-se que se o seu professor Manuel Marques conhecesse toda a história do cão, poderia dizer que já, já, já,..., em 1258, ou, em 1396, ou, em 1401, ou, em 1483, ou, em 1514, ou, em 1528, ou, em 1588, ou, em 1655, ou já em…, em vez de se limitar apenas a dizer que «já nos princípios do século de 1700»!
  8. O CÃO SABUJO DE SOAJO NA TAPADA DE MAFRA - Se o rei D. Carlos fosse vivo ao tempo em que o castrejo Rodrigues, das tretas, começou a asnear sobre as funções dos cães sabujos de Soajo, dir-lhe-ia que seus avós da dinastia de Bragança exigiram que lhes fossem entregues nos termos determinados em 1514, pelo foral manuelino de Soajo, talvez lhe mandasse uma foto tirada em 1907, na Tapada de Mafra.  É que já amplamente se mostrou, aparece uma imagem que retrata a presença de um cão da raça do sabujo de Soajo, na matilha de caça grossa junto do rei, com um visual igual ao dos cães que Rodrigues criou na sua aldeia.
  9. Não ficaremos admirados que o "Lábias" venha, agora, dizer que o SABUJO não estava na foto, ou que embora tenha estado não era para utilizar na caça grossa, mas sim para guardar os outros cães da matilha! O "Tretas" é capaz de tudo...
Repare-se nalgumas referências, como a de ser companheiro leal e muito útil contra o ataque dos lobos aos gados. Sabe-se que os castrejos quando o denominado “Grupo Lobo” fez uma palestra por volta de 2005, em Lamas do Mouro, evidenciaram com imagens fotográficas os fojos de Soajo, na Pedrada, e Forcadas, porque era nas suas imediações onde mais lobos se concentravam e atacavam os gados!
Eram portanto as povoações mais centrais da serra de Soajo que mais sofriam com os lobos e como tal mais cães de lobo precisavam para proteger os gados. Não fosse também Soajo sede da “Montaria dos Lobos e mais Bichos”, e através do seu monteiro-mor, o organizador e supervisor, de toda a área em termos das caçadas aos lobos.
Depois veja-se a importante função de servir de sentinela ideal para vigiar como aconteceu nas matas florestais nacionais coutadas e nas rondas (giros) aos Paços dos Reis, acompanhando fielmente os monteiros conforme antigamente se declarou nos estatutos regimentais. Sabe-se que é cão muito antigo, pelo menos desde o tempo de Portugal, na Idade Média, através da documentação oficial, fundamentalmente, ligada a Soajo. Porém, não se comprova com documentos, a antiguidade do cão serra da Estrela.
  1. NOME DO CÃO ACEITE COMO UM DOGMA? – Bem queria Rodrigues com as suas lérias, e não com provas documentais verdadeiras, que se aceitasse o nome errado do cão!
  2. Sabe-se, comprovadamente, que o autor do estalão, Prof. Manuel Fernandes Marques, em texto publicado, em 1935, deixou registado o disparate - «Impropriamente chamado também Cão de Soajo, o cão de Castro Laboreiro» - , não obstante atribuir elementos da história multissecular do «Cão de Soajo» que negara, à mesma raça de cães, para impor o nome errado, indevido e injusto!
  3. Recolocar o nome da raça, de acordo com a documentação oficial, existente antes de serem praticados os erros e as mentiras, exigi-o, o respeito pela Verdade!
  4. Aceitar como «axioma» o nome errado do cão, como que de um dogma se tratasse, é mais uma léria fiada de quem julga não precisar sequer de afirmar o seu próprio nome, sem prova de identidade, quando dúvidas haja!
  5. Usar um dogma, uma crença, um axioma, não tem qualquer cabimento nesta matéria do nome da raça canina!
  6. Dizem os aficionados ao falso nome que a raça é muito antiga, mas como nada conseguem provar adequado ao nome errado, rejeitam a verdadeira documentação oficial histórica da raça, para tentarem salvar o nome deturpado ligado à paróquia de Castro Laboreiro! Enquanto Castro foi concelho as referências da raça não as apresentam!…
  7. SOAJO SEMPRE APRESENTA PROVAS! – No decurso dos muitos séculos de Portugal até século XX, há referências ao cão sabujo da serra de Soajo, o que não é observável em qualquer das outras raças consideradas portuguesas.
  8. Como meros exemplos, refiro em primeiro lugar que, em 1907, ao ser morto o professor de Castro Laboreiro junto do ribeiro da Peneda por um cão esfaimado, grande e valente, nem mesmo apesar do exercício profissional naquela freguesia, o cão não foi conotado como sendo da falseada raça de Castro, antes o referenciaram como das montanhas em que fica o santuário!
  9. Também em 1907, um escritor, natural de Tangil, Monção, visita povoações da Gavieira para recolher dados sobre o “O Namoro no Alto Minho” e, nele fala dos «cães de lobo», mas em nada os relacionam com Castro, apesar de a raça ser a mesma, conforme se pode ler na obra que se encontra, segundo o Dr. José Pinto, na Biblioteca da Universidade de Coimbra. Também na quinta dos Pazinhos, da freguesia do Vale, concelho de Arcos de Valdevez, o seu proprietário, Professor Ramos, na década de sessenta, portanto já depois de feito o estalão, trata os cães da raça em causa, como Sabujos! Ora em escritos sobre Soajo antes e depois da extinção do concelho, mesmo nas primeiras décadas do século XX, se referiram os cães da mesma raça, como cães de Soajo ou sabujos! Desde os primeiros séculos de Portugal, documenta-se, portanto, que já nos tempos medievais, os cães em Soajo - os sabujos – se associam aos monteiros caçadores!
  10. OS CÃES SABUJOS ANTES DO FORAL E NO FORAL – Que terras em Portugal viram consagrados no documento mais significativo de um concelho o nome de uma raça especial de cães? Nenhuma além de Soajo, e acima de tudo para fundamentar a isenção de impostos! Pode-se dizer, então, como o fez o castrejo Rodrigues, perito em lérias, que Soajo só teve cães rafeiros bastardos?! Também não é verdade que constituem, prova oficial irrefutável mais antiga que o foral novo de 1514, os elementos redigidos para a confecção do foral, existentes na Torre do Tombo, e que estão assinados pelo juiz de Soajo, da época, Martins Afonso, pelo vereador Gonçalo Gonçalves, e por outros, onde se constata que já anteriormente, «somente pagavam a el-Rei, em cada ano, por toda a renda, cinco sabujos feitos de monte ao tempo que manda por eles, ou lhos levam» ? Não é verdade que os sabujos existiam em Soajo, antes de 1396, quando o rei reconhece que aos privilegiados monteiros, como guardas das florestas da serra de Soajo, ao serviço da Coroa Portuguesa, não deviam ser compelidos a ter armas para o serviço militar como besteiros do conto, mas a continuarem a ter sabujos? Não é verdade que D. João I em 1401, entre muitos outros bens dos Soajeiros, destaca apenas, os Sabujos, mandando defende-los especificamente? Seria por serem “rafeiros bastardos” como zurze, desprezivelmente, o Rodrigues das “muitas lérias”? Seria com cães rafeiros que, em 1258, se constata que o rei D. Afonso III podia pedir aos caçadores de caça grossa de Soajo que o acompanhassem desde o rio Douro até ao rio Minho, quando Soajo já era couto do rei protegido?
  11. DOM FILIPE II PRESERVOU OS SABUJOS DE SOAJO! – Este rei assinou, em 1605, o mais detalhado e extenso “Regimento do Monteiro Mor do Reino de Portugal”, no qual os sabujos assumem um papel muito visível e saliente como acompanhantes dos guardas monteiros das matas (florestas) coutadas, e ainda como servidores dos monteiros que estavam ao serviço dos sucessivos reis no Paço Real. Neste, como se deduz do Regimento de 1605 e de outros anteriores, os sabujos participavam nas rondas (giros) por serem, como redigiu o autor do estalão, em 1935, «sentinelas ideais pela vigilância que exercemnos locais confiados à sua guarda, rondando-os com frequência»! Também o mesmo rei «Dom Filipe de Castela» por pedido vindo da «Villa de Soajo» assinou e mandou passar no livro da sua Chancelaria a confirmação de vários privilégios dos monteiros e dos Soajeiros, de entre os quais o que respeitava aos fidalgos e poderosos estarem proibidos de viver e ter bens na «Montaria e Concelho de Soajo» e de lhe tirarem (roubarem) os sabujos.
 O rei D. João V foi mais exigente, em 1716, porque mandou declarar no texto do diploma que a confirmação dos privilégios continuava, mas condicionada a que lhe fossem enviados, anualmente, os «cinco sabujos», conforme estava contido na carta foralenga de Soajo de 1514. Perante tudo isto, seriam os Sabujos, cães banais ou “rafeiros bastardos”, como pretende amesquinhar o Rodrigues das “lérias”?
Que razões sensatas, apresentou o “Rodrigues das tretas”, para ter reduzido, recentemente, o habitat geográfico dos cães sabujos, delimitado a uma “nova bouça da raça”, através das bordas das dúcteis águas dos rios Trancoso, Mouro e Laboreiro? Nenhumas, apenas inventou mais aldrabices!
O habitat, isto é, o grande solar considerado pelo autor do estalão, em 1935, que abrangeu a ampla serra  de SOAJO inserida no maciço galaico-duriense foi desprezada pelo "Grande Mentiroso"!
                                                                  Vila de Soajo, 2 de Março de 2015
                                                                                             Jorge Ferraz Lage





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