A História está repleta de situações que se revelaram trágicas. Más decisões não raro levaram a doenças, fome, morte, a guerras e destruição pelo mundo.
Em meio aos mais trágicos casos de más decisões, estão aqueles que ainda hoje representam verdadeiros mistérios insondáveis. Casos envolvendo mortes misteriosas fascinam e assustam as pessoas. Não raro, surgem aqueles que se arvoram em explicar certos fenômenos complexos sem conhecer todas as variáveis envolvidas, estabelecendo suas até então hipóteses, com total certeza, como se fossem a verdade. è importantes termos a mente aberta e a humildade de reconhecer que podemos simplesmente nunca saber o que de fato aconteceu de verdade.
O Roque, meu professor de História na oitava série, costumava dizer um bordão:
O Roque, meu professor de História na oitava série, costumava dizer um bordão:
“A verdade não existe.”
O que o Roque queria dizer com isso, é que não existe uma verdade única e definitiva em um fato histórico.
Existem versões. É normal nos depararmos com a frase que diz que a “História é escrita pelos que venceram”. Mas se é fato que “A verdade não existe“, como podemos justificar a existência de investigação em casos de assassinato? E de múltiplos assassinatos? O caso do Passo Dyátlov se coloca como um mistério que nos confronta com a idéia de que talvez jamais entendamos o que aconteceu na montanha dos Montes Urais em 1959. Talvez, para o incidente em Dyátlov, a verdade realmente não exista.
O MISTÉRIO DE DYÁTLOV PASS
Já havia se passado 13 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Começava galopante a era da Guerra Fria, com o mundo se dividindo entre superpotências. Dia após dia, a cortina de ferro soviética se tornava mais poderosa. Na URSS em 1958, as pessoas pareciam animadas com as novas perspectivas científicas que vinham se abrindo no pós guerra. Isso transparecia, sobretudo, nos grêmios estudantis das grandes cidades e da capital, Moscou. Naquela ocasião, o clima era de intercâmbio entre as pessoas de um país de dimensões continentais. Naquele tempo, era comum que com o apoio de comitês sindicais das instituições de ensino, ou por iniciativa própria, estudantes se agrupassem para realizar viagens e longas caminhadas, viajando, no verão, pelas diversas partes daquela imensa nação, e no inverno, percorrendo com esquis por regiões geladas e desérticas. É neste contexto que ocorre o misterioso e trágico caso. Naquele final de ano em 1958, um grupo de jovens, cuja maioria eram estudantes universitários, planejou uma caminhada por regiões geladas e desérticas, dentro do mais alto grau de dificuldade, que deveria se iniciar em janeiro de 1959. Como eu dizia no início deste post, certas decisões cobram um preço alto. Talvez nenhuma tenha cobrado um preço tão alto quanto a aventura na região inóspita no Ural do Norte, na Rússia, em cordilheiras nas proximidades do Monte Otortén. Só há uma tribo de índios que habita a região, os chamados Mansi. Os Mansi tem um grande medo de algumas daquelas montanhas. Talvez não por acaso, no idioma mansi, Otortén significa “Não vá lá”. Também o nome nativo dado à montanha vizinha ao Ortotén que, como se verá, teve papel central em toda a tragédia, não é menos lúgubre: “Kholat Syakhyl” ou a “Montanha dos Mortos”.
O grupo de aventureiros
O grupo de 9 estudantes e aventureiros que planejavam aventurar-se pelas montanhas. O grupo era composto inicialmente de 10 pessoas: Igor Dyatlov, o líder do grupo, (marcado no detalhe da foto acima) Zinaida Kolmogorova, Lyudmila Bexter, (abraçadas na foto abaixo) Alexander Kolevatov, Rustem Slobodin, Yuri Krivonischenko, Yuri Doroshenko, Nicolai Thibeaux-Brignolle, Alexander Zolotarev e Yuri Yudin, porém este último teria desistido e retornado por motivos de saúde, deixando a equipe com o numero de 9 integrantes. NENHUM SOBREVIVEU.
A equipe celebra seu último encontro com os amigos antes de partir no dia seguinte
Aqui vemos os estudantes já em uma pausa de descanso no inicio da jornada
“Entre eles havia três engenheiros experientes, os outros eram estudantes. Eram todos jovens, acho que o mais velho tinha 37 anos. Já haviam feito outras expedições ao local, eram todos experientes, fortes, determinados.”Paul Stonhill
Fazer parte daquele grupo não era fácil. O grupo de Dyátlov foi uma das equipes esportivas mais fortes e experientes da seção turística do UPI e o seu líder era altamente respeitado, não só dentro de sua equipe, mas também entre os turistas da seção turística da cidade. Não era fácil de entrar na sua equipe. Ele colocava altas exigências não só quanto à resistência e força física dos participantes, mas também às qualidades morais da pessoa, como o senso de camaradagem, comunicação, paciência, bondade, capacidade para se relaxar e apreciar a beleza da natureza.
Perfis
Ígor Dyátlov, nascido em 1937, foi líder da fatídica caminhada, estudante do 5º ano da Faculdade de Radiotécnica do UPI, especialista altamente erudito e, definitivamente, um engenheiro talentoso. Para 1959, Ígor já tinha uma grande experiência de longas caminhadas em diferentes graus de dificuldade e, entre os membros da seção turística do clube esportivo do UPI, ele foi considerado um dos esportistas mais experientes. As pessoas que conheciam Ígor se lembram dele como um homem pensativo e que não tinha inclinação para decisões precipitadas.
Yuri Doroshenko, nascido em 1938, era estudante da Faculdade de Máquinas de Elevação e Transporte do UPI. Era considerado um turista bem preparado, com experiência de longas caminhadas em diferentes graus de dificuldade. Conhecia de perto o restante do grupo.
Lyudmila Dubínina, nascida em 1938, era estudante do 3º ano da Faculdade de Engenharia e Economia do UPI. Desde os seus primeiros dias no instituto, ela teve uma participação ativa no seu clube esportivo. Cantava excelentemente e gostava de fotografia, inclusive, muitas das fotos da caminhada de inverno de 1959 foram tomadas por ela. A jovem tinha uma considerável experiência turística. Durante uma caminhada nos montes Sayan Orientais, em 1957, sofreu um ferimento na perna por causa de um tiro acidental de um caçador que acompanhava os estudantes e suportou corajosamente o ferimento, até receber o doloroso transporte. Logo depois, em fevereiro de 1958, ela mesma liderou uma caminhada na segunda categoria de dificuldade pelo Ural do Norte.
Aleksandr Kolevátov, nascido em 1934, era estudante do 4º ano da Faculdade de Física e Tecnologia do UPI. Para 1959, ele também tinha experiência em caminhadas turísticas nas diferentes categorias de dificuldade. Ordenado até ponto de pedantismo, era responsável, contido, com traços de líder.
Zinaída Kolmogórova, nascida em 1937, era estudante do 4º ano da Faculdade de Radiotécnica do UPI. Igualmente aos demais, ela tinha uma vasta experiência em caminhadas pelo Ural e Altai em variados graus de dificuldade. Durante uma das viagens a jovem foi mordida por uma víbora, permanecendo um tempo entre a vida e a morte. Resistiu com muita coragem e dignidade ao sofrimento que lhe tocou. Por seu destacado carisma, Zinaída se dava muito bem com outras pessoas ao seu redor. Era capaz de consolidar o coletivo e sempre foi uma convidada bem vinda em qualquer meio estudantil, pois era querida de todos.
Gueorgui Krivoníschenko, nascido em 1935, se graduou pelo UPI em 1958. Em 1959 era um engenheiro principiante. Amigo de Dyátlov, ele participou de quase todas as caminhadas anteriores realizadas por Ígor. Gueorgui era também amigo de quase todos os demais participantes da caminhada que, muitas vezes, frequentavam o apartamento de seus pais, em Sverdlovsk.
Rustem Slobodín, nascido em 1936, era graduado pelo UPI e participou durante alguns anos de caminhadas em vários graus de dificuldade. Ele era, sem dúvida, um turista experiente. Um jovem muito atlético, ativo e resistente, se apaixonara pelas corridas de longa distância. Também tocava perfeitamente o bandolim, instrumento que levou na caminhada.
Nikolay Thibeaux-Brignoles, nascido em 1934, era graduado pela Faculdade de Construção do UPI em 1958. Pensava-se que era filho de um comunista francês, reprimido durante os anos de Stalin, e de uma russa. Nikolay era um amante de livros, pessoa amigável, com destacado senso de humor. Era um aventureiro cheio de energia. Tinha experiência em caminhadas turísticas em várias categorias de dificuldade, conhecia bem os membros do clube turístico do Instituto.
Yuri Yúdin, nascido em 1937, era estudante do 4º ano da Faculdade de Engenharia e Economia do UPI. Já estando no instituto, se interessou pelo turismo e fez um total de seis longas caminhadas em várias categorias de dificuldade, incluindo a terceira e mais alta. A imagem de Yuri acima foi tomada durante a trágica caminhada.
Semyon (Aleksandr) Zolotaryov, nascido em 1921, era o membro mais velho da caminhada. Nos anos de 1950, ele trabalhava como instrutor chefe para o turismo no acampamento turístico “Koúrovskaya”. Participou da Segunda Guerra Mundial e recebeu quatro condecorações militares.
Yuri Doroshenko, nascido em 1938, era estudante da Faculdade de Máquinas de Elevação e Transporte do UPI. Era considerado um turista bem preparado, com experiência de longas caminhadas em diferentes graus de dificuldade. Conhecia de perto o restante do grupo.
Lyudmila Dubínina, nascida em 1938, era estudante do 3º ano da Faculdade de Engenharia e Economia do UPI. Desde os seus primeiros dias no instituto, ela teve uma participação ativa no seu clube esportivo. Cantava excelentemente e gostava de fotografia, inclusive, muitas das fotos da caminhada de inverno de 1959 foram tomadas por ela. A jovem tinha uma considerável experiência turística. Durante uma caminhada nos montes Sayan Orientais, em 1957, sofreu um ferimento na perna por causa de um tiro acidental de um caçador que acompanhava os estudantes e suportou corajosamente o ferimento, até receber o doloroso transporte. Logo depois, em fevereiro de 1958, ela mesma liderou uma caminhada na segunda categoria de dificuldade pelo Ural do Norte.
Aleksandr Kolevátov
Zinaída Kolmogórova, nascida em 1937, era estudante do 4º ano da Faculdade de Radiotécnica do UPI. Igualmente aos demais, ela tinha uma vasta experiência em caminhadas pelo Ural e Altai em variados graus de dificuldade. Durante uma das viagens a jovem foi mordida por uma víbora, permanecendo um tempo entre a vida e a morte. Resistiu com muita coragem e dignidade ao sofrimento que lhe tocou. Por seu destacado carisma, Zinaída se dava muito bem com outras pessoas ao seu redor. Era capaz de consolidar o coletivo e sempre foi uma convidada bem vinda em qualquer meio estudantil, pois era querida de todos.
Gueorgui Krivoníschenko, nascido em 1935, se graduou pelo UPI em 1958. Em 1959 era um engenheiro principiante. Amigo de Dyátlov, ele participou de quase todas as caminhadas anteriores realizadas por Ígor. Gueorgui era também amigo de quase todos os demais participantes da caminhada que, muitas vezes, frequentavam o apartamento de seus pais, em Sverdlovsk.
Rustem Slobodín, nascido em 1936, era graduado pelo UPI e participou durante alguns anos de caminhadas em vários graus de dificuldade. Ele era, sem dúvida, um turista experiente. Um jovem muito atlético, ativo e resistente, se apaixonara pelas corridas de longa distância. Também tocava perfeitamente o bandolim, instrumento que levou na caminhada.
Nikolay Thibeaux-Brignoles, nascido em 1934, era graduado pela Faculdade de Construção do UPI em 1958. Pensava-se que era filho de um comunista francês, reprimido durante os anos de Stalin, e de uma russa. Nikolay era um amante de livros, pessoa amigável, com destacado senso de humor. Era um aventureiro cheio de energia. Tinha experiência em caminhadas turísticas em várias categorias de dificuldade, conhecia bem os membros do clube turístico do Instituto.
Yuri Yúdin, nascido em 1937, era estudante do 4º ano da Faculdade de Engenharia e Economia do UPI. Já estando no instituto, se interessou pelo turismo e fez um total de seis longas caminhadas em várias categorias de dificuldade, incluindo a terceira e mais alta. A imagem de Yuri acima foi tomada durante a trágica caminhada.
Semyon (Aleksandr) Zolotaryov, nascido em 1921, era o membro mais velho da caminhada. Nos anos de 1950, ele trabalhava como instrutor chefe para o turismo no acampamento turístico “Koúrovskaya”. Participou da Segunda Guerra Mundial e recebeu quatro condecorações militares.
Partindo de Sverdlovsk, o grupo devia seguir de trem até a pequena cidade de Serov, depois, também de trem, até a vila de Ivdel e, finalmente, de ônibus, até a vila de Vijay. De Vijay, o grupo seguiria em esquis até a vila de Vtoróy Séverniy, seguindo para o noroeste, através do vale do rio Áuspiya e os afluentes do rio Lozva, rumo ao monte Otortén. Em 23 de janeiro de 1959, o grupo saiu de Sverdlovsk, chegando à Serov às 7 horas da manhã do 24 e passando o dia inteiro nesta pequena cidade. Paralelamente ao grupo de Dyátlov, também chegou até Serov e Ivdel, o grupo de turistas sob direção de Yuri Blinov. Ali suas rotas divergiam: o grupo de Blinov seguiria para o oeste, até a serra Molebny Kámen (“Pedra da Oração”) e o monte Isherim (1331 metros), e o grupo de Dyátlov, seguiria para o noroeste, até a serra Poyasóviy Kámen e o monte Otortén (1182 metros). Diários e câmeras encontrados em seu último acampamento tornaram possível rastrear a derradeira rota do grupo no dia anterior ao incidente.
Em 31 de janeiro, eles chegaram na beira de um morro e prepararam-se para escalá-lo. Em um vale silvestre, eles estocaram comida e equipamento extra, que seriam utilizados mais tarde na viagem de volta.
No dia seguinte, 1 de fevereiro, os esquiadores começaram a descer o passo. Ao que parece eles planejavam atravessar o local e acampar do outro lado durante a noite seguinte, mas devido à piora nas condições meteorológicas, com tempestades de neve e declínio de visibilidade, o grupo acabou se perdendo e seguindo para oeste, subindo em direção ao topo do Kholat Syakhl. Quando perceberam o equívoco, eles decidiram parar e montar acampamento no declive da montanha.
Na borda da floresta, sob um grande e velho pinheiro, os pesquisadores encontraram os restos de um incêndio, junto com os dois primeiros corpos, os de Krivonischenko e Doroshenko, descalço e vestido apenas com suas roupas íntimas. Entre os pinheiros e no campo os pesquisadores encontraram mais três cadáveres: Dyatlov, Kolmogorova e Slobodin, que morreram em poses sugerindo que eles estavam tentando voltar para o acampamento. Estes três foram encontrados separadamente nas distâncias de 300, 480 e 630 metros do pinheiro. Os quatro últimos corpos só foram encontrados em 4 de maio, cobertos com quase quatro metros de neve.
Vamos olhar em detalhes, pois como dizem, “o diabo se esconde nos detalhes”.
Um dos elementos mais importantes na investigação para determinar o que ocorreu foi a cabana. Os 11 membros da equipe de resgate, sob direção de Boris Slobtsov foram levados no helicóptero para o cume do monte Otortén. Em 24 de fevereiro eles revistaram o lugar, certificando-se de que o grupo de Dyátlov não tinha estado aqui, pois não foi identificado nenhum sinal ou vestígios dos turistas desaparecidos. No dia 26 de fevereiro, a equipe de resgate finalmente teve sorte. Na encosta do monte vizinho ao Otortén, chamado na língua mansi de “Kholat Syakhyl” (“Montaha dos Mortos”) foi encontrada a tenda dos turistas. Segue um fragmento do relato de Boris Slobtsov:
“O nosso caminho com Sharávin e Ivan, o caçador, ia para o passo ao vale do rio Lozva e para a serra, desde a qual esperávamos avistar o monte Otortén por meio dos binóculos. No passo, Sharávin, avistando através de binóculo a encosta leste da serra, viu sobre a neve algo que parecia uma tenda caída.Decidimos ir até lá, mas sem Ivan. Ele disse que não estava se sentindo bem e que esperaria por nós no passo (percebemos que ele simplesmente ‘tinha os pés frios’). Ao aproximarmo-nos da tenda, a encosta tornava-se mais íngreme e a crosta de neve gelada, mais densa e, assim, tivemos que deixar os esquis e caminhar as últimas dezenas de metros sem eles, mas com paus. Finalmente, topamos com a tenda; estamos parados, em silêncio e não sabemos o que fazer: o declive da tenda está rasgado no centro, por dentro há neve e certas coisas, os esquis eretos, e na entrada, um machado de gelo cravado na neve, não se veem as pessoas, horrível, é um pavor!”.
Note o esqui ainda levantado. Isso é importante para a eliminação de algumas hipóteses levantadas.
A condição da cabana ELIMINA a hipótese de uma avalanche ter pego o grupo de surpresa, pois ela teria desmantelado a tenda, e não haveria hipótese do esqui que funciona como viga estar de pé. Esta tenda, não era uma tenda padrão: Ela foi costurada pelos próprios estudantes a partir de duas tendas feitas para quatro pessoas, de modo que o tamanho dela era 1,8 por 4 metros. Slobtsov, que liderou a equipe de resgate, reconheceu imediatamente aquela tenda, pois ele tinha participado pessoalmente do processo da sua costura. A parte superior externa da tenda estava rasgada em vários lugares.
O pessoal do resgate inspecionou cuidadosamente a tenda por dentro, através da abertura no telhado.
Sondaram com um machado de gelo o espaço dentro da tenda: não havia cadáveres lá. Foi a primeira boa notícia, pois significava que havia esperança. As coisas que estavam em cima e dentro da tenda, foram tiradas em desordem. No amontoado dentro da tenda estava pendurada uma jaqueta impermeável, no bolso da qual havia uma caixa que originariamente tinha sido de rebuçados. Nesta foram encontrados os documentos de Ígor Dyátlov, bilhetes de retorno do trem, dinheiro e documentos de rota do grupo. Esta seria a segunda boa notícia: se todos os objetos de valor se encontravam no seu lugar e não havia pegadas ao redor da tenda, então, o grupo não tinha sido atacado e não haveria contexto criminal na história.
Na tenda, Slobtsov apanhou o diário do grupo, no qual todos os participantes da caminhada, respectivamente, tomavam nota sobre os eventos. O último registro foi de 31 de janeiro e, segundo descobriu o resgate, naquele dia o grupo tinha feito um labáz (armazém temporário para coisas e víveres) no vale do Lozva, assim, poderiam subir o monte Otortén sem bagagem e pegar a carga no caminho de volta. De acordo com este registro, em 31 de janeiro, todos os membros do grupo estavam vivos e saudáveis. Em torno da tenda, não havia pegadas na neve, mas estas eram visíveis ao longe, se iniciando a aproximadamente uns 15 a 20 metros da tenda e dirigindo-se diretamente para a floresta.
Slobtsov e Sharávin (este último, também estudante do UPI, que acabava de regressar da caminhada turística sob a sua própria direção) não chegaram a estudar cuidadosamente as pegadas, nem se ocuparam de cavar a entrada da tenda, coberta de neve, pois estava começando a nevasca e eles tinham pressa para voltar ao seu estacionamento antes do anoitecer e relatar aos companheiros sobre o achado. Slobtsov e Sharávin voltaram rapidamente nos esquis ao seu acampamento. Eles levaram a caixa com os documentos, o diário, um frasco de álcool (nas caminhadas, era observada a lei seca, mas o álcool era necessário como um medicamento contra o congelamento) e três câmeras fotográficas como “provas materiais”.
Aqui vemos a equipe de resgate que localizou o paradeiro do acampamento dos estudantes.
A área ao redor da tenda e a tenda em si foram cuidadosamente inspecionadas. Ficou claro que os turistas deixaram-na em pânico: a poucos metros da tenda foram encontrados alguns gorros congelados na neve, chinelos de diferentes pares – após esquiar, os esquiadores mudam obrigatoriamente a roupa e os sapatos antes de dormir. A 20 metros para baixo, pela encosta da montanha, começavam as pegadas de sete pares de pernas, algumas delas deixadas por pés praticamente descalços ou calçados em uma meia.
Note as pegadas em negativo. Isso acontece porque a neve ao ser comprimida pelas pegadas se funde em blocos sob o peso da passada. Quando o vento bate na neve fofa, ele remove camadas de neve, deixando a pegada, que antes era um buraco como um pequeno platô.
Depois de algumas dezenas de metros se somavam a estas, surgiam pegadas de mais dois pares de pés calçados. Era evidente que as pegadas não seguiam uma após a outra, mas estavam dispostas em fila, ou seja, as pessoas teriam andado em linha, tentando não perder de vista uma à outra. As pegadas eram claramente visíveis, pois a neve debaixo delas tinha sido pressionada, congelando-se posteriormente. No entanto, a neve em torno das pegadas foi soprada pelo vento bastante forte nas encostas. Mais abaixo, a 500 metros da tenda, as pegadas desapareciam sob uma massa de neve. Quem foi que cortou a tenda? Caso fossem os próprios jovens, o que, então, fez com que nove turistas experientes promovessem dois atos autodestrutivos: eles teriam cortado a tenda (ou seja, privar-se da única proteção contra a neve e o frio naquelas paragens ásperas e desérticas) e retirado-se pela encosta da montanha, quase despidos e descalços, numa temperatura de 20 graus abaixo de zero? Sabemos que o grupo não se viu enredado por uma condição ruim que gradualmente foi piorando. Eles foram pegos de surpresa. A equipe de busca encontrou uma evidência importante que permite concluir isso. Era um jornalzinho de zoação que eles tinham inventado. Pela data do jornalzinho, e as análises dos diários dos membros da equipe, sabemos que tudo corria relativamente bem até o fatídico dia em que todos morreram.
Conheça o jornalzinho
Além do jornalzinho, havia uma série de pequenos elementos largados dentro da cabana que permitem montar um quadro de como as coisas estavam quando tudo “deu merda”. Todo o comportamento dos turistas aponta que eles não observaram nada de anormal ou alarmante, no grupo prevalecia uma calma absoluta. A tenda foi instalada como de costume; não se preocupavam com o tempo, nem esperavam visitas desagradáveis, nem montaram patrulhas, mas em vez disso, escreveram um jornal alegre e trocaram de roupa (ou ainda estavam se trocando).
Durante a jornada, os esquiadores vestem-se com trajes leves, mas antes de dormir trocam obrigatoriamente a roupa, vestindo-se o mais calorosamente possível e calçando os seus pés nos válenqui (botas altas de feltro) ou búrqui (botas de lã feltrada).
A julgar pelo fato de que na tenda foram cortados pedaços de bacon, encontrando-se ao lado deles a faca pertencente ao grupo, como também várias peles de bacon (as quais necessariamente teriam sido removidas da tenda após a refeição e antes de dormir); havendo também um achocolatado tipo Nescau em cantil e restos de mingau de aveia (provavelmente, cozido ainda durante o almoço), pode-se deduzir que os turistas estavam se preparando para o jantar. Aqui temos um fragmento do depoimento de Vladislav Karélin, graduado do UPI, turista, participante das operações de busca (grifos meus):
“Armando a tenda, o grupo começou a se alojar para o pernoite e preparar uma ceia fria. Neste momento, foram assustados por alguma coisa, e correram para fora da tenda descalços. As pessoas, como aquelas que estavam no grupo de Dyátlov, só poderiam se assustar com um fenômeno fora do comum. Um assobio do vento, um barulho, um fenômeno celeste, mesmo um tiro único não poderiam assustá-los. (…). Falando em geral, o grupo de Dyátlov só poderia se assustar com um grupo de gente armada de pelo menos 10 pessoas, mas no lugar do acidente não foi detectada qualquer evidência da presença de estranhos”.
Saber se houve mais gente lá é fácil porque como a foto das pegadas acima mostrou, elas teriam ficado gravadas para sempre na neve. O que quer que tenha botado 9 turistas experientes para correr com gigantesco nível de cagaço só pode ter surgido voando, do contrário, teria deixado pegadas. A tenda de Dyátlov foi cuidadosamente examinada e lavrado um inventário de tudo o que lá foi encontrado. O exame confirmou que na tenda se encontravam quase todos os pertences pessoais do grupo, como também os equipamentos públicos. Trecho do depoimento de Evgueni Máslennikov, expert em turismo, segundo encarregado das operações de busca:
“A tenda fica a 150 metros da crista do contraforte (numa altitude de 900 m) da elevação ‘1079’. A tenda foi esticada por sobre os esquis e varetas cravadas na neve, sua entrada voltada para o lado sul, sendo as extensões laterais desse lado intactas. No entanto, as extensões laterais do lado norte foram arrancadas, ficando, portanto, toda a outra metade da tenda atulhada de neve. A neve era pouca, apenas aquilo que deixaram cair as nevascas durante o mês de fevereiro. Encontramos na tenda: um machado de gelo, um par de esquis de reserva; diretamente a 10-15 m da tenda, estavam atirados os chinelos, as meias e o casaco de pele pertencente à Dyátlov. Aqui mesmo estava atirada a jaqueta impermeável. Sobre a tenda, estava colocada uma lanterninha chinesa acesa (mas não emitia luz). Na tenda de Dyátlov, haviam 9 mochilas, 10 pares de esquis, 9 deles debaixo do fundo da tenda, 8 pares de sapatos, 3,5 pares de válenquis (7 peças), uns quantos jaquetões acolchoados e alguns outros pertences”.
Trecho do depoimento de Vadim Brusnitsyn, estudante do UPI, participante das operações de busca:
“Por cima de todas as coisas, estava uma vareta de esqui cortada em vários pedaços. Aparentemente, sobre ela foi fixado o cume norte da tenda. Decidir danificar a vareta, dado o fato de que o grupo não tinha outras de reserva, seria possível apenas em circunstâncias especiais”.
Trecho da investigação criminal:
“A inspeção da tenda mostrou que foi instalada corretamente e fornecia o devido alojamento para os turistas. Dentro da tenda, estão postos dois cobertores, encontrando-se também as mochilas, jaquetas impermeáveis e calças. Os outros cobertores tinham sido amarrotados e se congelaram. Sobre um dos cobertores, foram encontrados alguns pedaços de pele de bacon. A disposição e a presença de objetos na tenda (quase todo o calçado, todos os agasalhos, objetos pessoais e diários) testemunhavam que a tenda tinha sido deixada de uma forma repentina, por todos os turistas simultaneamente, sendo que, como foi estabelecido posteriormente pela perícia forense, o sotavento da tenda, para onde os turistas tinham colocadas as cabeças, foi cortado a partir do interior em dois lugares, nos trechos que permitem a livre saída de uma pessoa através dessas incisões. Nem na tenda, nem perto dela foram encontrados sinais da luta ou da presença de outras pessoas”.
A coisa começou a ficar muito estranha. Foi quando o próprio Nikita Khrushchev, líder soviético, enviou a seguinte instrução: “Encontrá-los a qualquer custo”.
OS CORPOS – O caso começa a ficar escabroso
Na beira da floresta, sob um grande e antigo pinheiro, foram encontrados os restos de uma fogueira, juntamente com os primeiros dois corpos, descalços e usando apenas roupa de baixo.Ambos vestiam apenas camisas xadrez leves e roupa interior, sem qualquer outra roupa. Não tinham calçado. A tez de ambos estava com um estranho tom de marrom, as mãos pareciam queimadas…
Nenhum dos dois estava na posição de quem tem morte por congelamento.
O homem congelado, que está sucumbindo ao frio, sempre assume a forma de uma bola ou a “posição fetal”: puxa os joelhos contra o peito, se enrola ao máximo para preservar o que lhe fica de calor interno no corpo. Os dois turistas foram encontrados em poses completamente diferentes: estendidos ao comprido, um deles deitado de costas, o outro, no abdome, como se costuma ficar na areia da praia. Segue o depoimento de Gueorgui Atmanaki, participante das operações de busca (extraído da investigação criminal):
“Aproximadamente a dois metros do local do seu perecimento, atrás do cedro, se conservaram os traços da fogueira, bastante grande, a julgar pelo fato de que as brasas remanescentes, com um diâmetro de 80 milímetros, se tinham queimado até o ponto de serem partidas em metade. Tudo estava polvilhado de neve, mas debaixo do cedro foi achada uma camisa cowboy, não se sabe de quem, um lenço, algumas meias, um punho de casaco ou suéter e mais algumas coisas pequenas. Um pouco mais perto do cedro, foram apanhados oito rublos de dinheiro, em notas de 3 e 5 rublos. Aproximadamente a 20 metros ao redor do cedro, se conservaram vestígios de que, alguém que estava presente perto do cedro tinha estado cortando ramos de abetos novos com uma faca. Se conservaram cerca de 20 cortes desse tipo, ainda que não achamos os troncos próprios, exceto um. É impossível sugerir que esses cortes foram utilizados para o aquecimento, uma vez que eles, em primeiro lugar, não queimam devidamente e, além disso, havia uma quantidade relativamente grande de material seco ao redor. Além do mais, não houve necessidade de cortar ou rachar, como todos esses rebentos novos quebravam-se facilmente, mesmo com um pequeno esforço. Você pode pensar que esse trabalho foi feito pelas pessoas, que ora estavam muito enfraquecidas, ora tinham a mente nublada.
O corpo de Ígor Dyátlov na “posição de pugilista”. Chama a atenção a roupa aberta no peito, como se Dyátlov estivesse sentindo muito calor, num drástico contraste com a temperatura ambiente de 25 a 30 graus abaixo de zero. Algumas das outras vítimas também tiveram as roupas desabotoadas.
Esse corpo era o de Ígor Dyatlov, com a cabeça descoberta, estava descalço, vestindo um colete de pele, desabotoado no peito. Sua postura também não estava consonante com a posição de uma pessoa congelada. As mãos, levantadas para o peito, pareciam estar tentando abrir as roupas, como se ele estivesse ofegando. No seu pé direito, estavam postas duas meias, uma de algodão, e a outra, de lã, no pé esquerdo, apenas a meia de algodão. O relógio quebrado na sua mão mostrava a hora, 5:31. Entre o pinheiro e o acampamento estavam outros três corpos, mortos em posição que sugeria que estivessem tentando voltar às barracas. Eles foram encontrados separadamente, a distâncias de 300, 480 e 630 metros do pinheiro.Após algum tempo, Alma, o cão de busca e serviço, encontrou o quarto corpo debaixo de uma camada de meio metro da neve espessa. Era o corpo de Zina. Os corpos de Dyátlov e da jovem estavam separados por uma distância de aproximadamente 330 metros. A busca pelos quatro esquiadores restantes levou mais de dois meses. Eles foram finalmente encontrados em 4 de maio, debaixo de quatro metros de neve, em uma ravina embrenhada na mata próxima ao pinheiro.
O caso ganhou contornos ainda mais estranhos quando as marcas nos corpos mostraram estranhas condições, totalmente incomuns. Além das posições não serem compatíveis com pessoas que congelam, halguns corpos tiveram olhos e até a língua arrancados. O conjunto de evidências demonstrava que algo aterrorizante havia espantado os estudantes e matado um a um.
O caso ganhou contornos ainda mais estranhos quando as marcas nos corpos mostraram estranhas condições, totalmente incomuns. Além das posições não serem compatíveis com pessoas que congelam, halguns corpos tiveram olhos e até a língua arrancados. O conjunto de evidências demonstrava que algo aterrorizante havia espantado os estudantes e matado um a um.
Detalhes dos laudos dos legistas
AS INTERFERÊNCIAS
O caso começou a atrair muita atenção. Apressado o Kremilin junto com a KGB deram ordens para acabar logo com aquilo. A explicação oficial foi de que os nove morreram de hipotermia, mas o investigador chefe se recusou a assinar o relatório e preferiu se retirar do inquérito, porque após ver centenas de casos de outras mortes na neve, ele tinha certeza que as mortes do grupo Dyátlov não eram convencionais.
“Enquanto as autoridades locais investigavam, um dos chefes foi afastado rapidamente da investigação por ser muito meticuloso, e as autoridades queriam abafar o caso.”Paul Stonhill
A coisa começou a ficar ainda mais estranha, quando surgiram os primeiros rumores de que os corpos estavam anormalmente radioativos.
“As autoridades fizeram tudo para encobrir o caso, era praticamente proibido falar sobre o assunto.”Mikhail Gershtein
Como se não bastasse, o grau de interferência oficial no caso chegou ao ponto de membros do governo sugerirem aos parentes enterrá-los em outro lugar, num tipo de enterro mais “discreto”.
Esses oficiais do governo começaram a “sugerir muito insistentemente” às famílias dos jovens perecidos, para que estes fossem sepultados não em Sverdlovsk, mas em Ivdel, prometendo edificar um monumento em sua honra. Mas todos os parentes ficaram extremamente indignados com tal proposta e a recusaram. Ainda assim, em 9 de março, as autoridades tentaram fazer o menos perceptível possível, o funeral dos cinco primeiros turistas encontrados em Sverdlovsk.
Esses oficiais do governo começaram a “sugerir muito insistentemente” às famílias dos jovens perecidos, para que estes fossem sepultados não em Sverdlovsk, mas em Ivdel, prometendo edificar um monumento em sua honra. Mas todos os parentes ficaram extremamente indignados com tal proposta e a recusaram. Ainda assim, em 9 de março, as autoridades tentaram fazer o menos perceptível possível, o funeral dos cinco primeiros turistas encontrados em Sverdlovsk.
No próprio UPI, alguém estava arrancando constantemente o anúncio da data e do lugar do funeral.
O cortejo fúnebre foi obrigado a fazer seu caminho pelas ruas remotas e os participantes não foram autorizados a ir para o cemitério a partir da entrada principal, tendo que passar através de um buraco feito na cerca especialmente com esse propósito.
Qual a razão de todo este cuidado oficial?
Apesar do sigilo oficial, muita gente assistiu e a cidade encheu-se de rumores sobre o misterioso perecimento dos jovens. Acima de tudo, muitos foram impressionados com a estranha cor da pele dos perecidos: uns diziam que “parecia estar sepultando negros”, outros notavam a cor laranja marrom dos rostos.
O irmão de Gueorgi disse para o jornalista Gennadi Grigóryev que eles, os familiares, tinham a impressão de como se o Estado tivesse querido compensar alguma culpa sua: para o funeral, foi cedida uma fina orquestra militar e tudo foi organizado por representantes das autoridades, sendo que não foi requerido nenhum esforço de parte dos parentes. Moisei Akselrod, que conhecia bem as vítimas, lembra que a mãe de Krivoníshenko perguntou-lhe no funeral, escondendo as lágrimas: “Diga-me, o meu filho morreu como um homem?”.
Enquanto a primeira parte dos corpos era enterrada, nas montanhas o esquadrão de buscas avançava com ferrinhos compridos, passo a passo, esquadrinhando gigantescas áreas centímetro a centímetro em busca dos corpos.
Depois de um tempo, um dos cães de busca encontrou um trapo de roupa enterrado sob 10cm de neve. Depois, o grupo encontrou o corpo de Lyudmila Dubínina no riacho.
Depois de um tempo, um dos cães de busca encontrou um trapo de roupa enterrado sob 10cm de neve. Depois, o grupo encontrou o corpo de Lyudmila Dubínina no riacho.
O espetáculo que se abriu aos olhos dos socorristas era simplesmente terrível. Todos os quatro cadáveres estavam perto um do outro, a 50 metros do cedro, debaixo de uma camada de quatro metros da neve dura, no fundo do barranco, através do qual corria um riacho incongelável. Ali estavam os corpos de Nikolai Thibeaux-Brignoles, Semyon Zolotaryov
e Aleksandr Kolevátov, no riacho.
e Aleksandr Kolevátov, no riacho.
Perto dos corpos encontrados, foi achado um revestimento feito a partir daquelas mesmas píceas e abetos novos, cujos raminhos tinham sido expostos debaixo da neve na área desde o cedro até o barranco. Sobre o revestimento, estavam postas as peças de roupas, como se preparadas para o assentamento de quatro pessoas: “suéter de lã pura sem mangas, de cor cinza, de produção chinesa; calças quentes melhoradas de malha, cardadas no lado esquerdo, de cor marrom, os elásticos superior e inferior das calças estão rasgados; suéter quente de lã, de cor marrom, com fio lilás; a perna direita das calças foram inicialmente encontradas (…)”. (do radiograma de Ortyukov).
A cama de roupas indica que os últimos quatro estiveram preparando, de acordo com todas as regras da invernação turística, um revestimento para se sentar na neve. A profundidade do barranco de neve mostrou que eles haviam se escondido ali de alguma coisa. Certamente esta coisa manteve-se patrulhando a área, pois ali eles ficaram por um bom tempo e não saíram.
Do que eles estavam escondendo-se, ninguém sabe. A julgar pelo fato de que tinham sido preparados apenas quatro assentos, eles foram os últimos vivos e sabiam sobre o perecimento dos demais companheiros.
Observe a altura do barranco de neve e a área onde eles prepararam o assento:
A cama de roupas indica que os últimos quatro estiveram preparando, de acordo com todas as regras da invernação turística, um revestimento para se sentar na neve. A profundidade do barranco de neve mostrou que eles haviam se escondido ali de alguma coisa. Certamente esta coisa manteve-se patrulhando a área, pois ali eles ficaram por um bom tempo e não saíram.
Do que eles estavam escondendo-se, ninguém sabe. A julgar pelo fato de que tinham sido preparados apenas quatro assentos, eles foram os últimos vivos e sabiam sobre o perecimento dos demais companheiros.
Observe a altura do barranco de neve e a área onde eles prepararam o assento:
Depois de recolher os corpos bastante congelados, eles foram levados para o Instituto Medico Legal onde foram examinados pelo mesmo especialista que analisou os primeiros 5 corpos encontrados.
Os resultados desta perícia deixaram estupefatos a todos: os traumas eram muito graves e de um tipo totalmente diferente, em comparação com os primeiros mortos.
Os resultados desta perícia deixaram estupefatos a todos: os traumas eram muito graves e de um tipo totalmente diferente, em comparação com os primeiros mortos.
Análise dos corpos
Resumindo alguns pontos importantes do mistério:
1 – As barracas foram cortadas DE DENTRO PARA FORA. Eles saíram por trás, cortando a barraca, o que indica que fugiram de algo que vinha pela frente da barraca.
2 – Apavorados, correram COM O QUE TINHAM NO CORPO , sem nem mesmo preocuparem-se em colocar botas ou pegar suprimentos.
3 – 500 Metros depois, as pegadas DESAPARECERAM.
4 – Alguns corpos apresentavam fraturas no crânio e nas costelas SEM MARCA APARENTE de qualquer trauma na pele. Como se as pancadas ocorressem de DENTRO PARA FORA.
5 – Alguns corpos apresentaram envelhecimento precoce e cabelos brancos, outros apresentavam coloração alaranjada na pele, e TODOS apresentaram NÍVEIS INTENSOS DE RADIAÇÃO.
6 – A língua de um dos montanhistas foi ARRANCADA, ASSIM COMO OS OLHOS DA MAIORIA DELES.
Algo que é bem estranho na reconstituição dos fatos é que o que quer que seja que os assustou estava interessado NELES. A barraca foi largada intacta pela “coisa”. Também é estranho que eles não tivessem voltado para a barraca, o que pode indicar que a coisa pode não ser uma só. Talvez houvesse algo ameaçador os caçando e outra coisa estaria perto da barraca deles.
Mas o que poderia ser essa (ou essas) coisas?
Uma possível indicação disso pode ser vista nas fotografias do grupo. A câmera foi encontrada intacta na cabana. O grupo vinha fazendo um ótimo trabalho de documentação de seu progresso até aquele dia.
Além de muitas fotos, eles tinham registros feitos por praticamente todos os membros em diários. A leitura e cruzamento dos dados contidos nos diários permitiu aos investigadores do governo soviético montarem o complexo quebra-cabeças que se estabeleceu na investigação da morte deles. Vamos ver algumas das inúmeras fotos da expedição:
A montagem de um acampamento
A RECONSTRUÇÃO DO INCIDENTE
Com base no farto material de evidência, nas centenas de fotos do grupo oficial de resgate, nas perícias forenses, nas anotações e fotos do grupo e dados astronômicos e meteorológicos daquele dia compilados, foi possível montar um “retrato” aproximado do que se acredita que foi a ordem dos trágicos acontecimentos:
Primeiro, o cálculo feito não leva em conta as particularidades da extensão da luz nas montanhas. Olhando para o gráfico do nascer e o pôr do sol e da lua naquele dia, e naquele local, teremos:
Coordenadas: 61°45’1.35″N 59°27’43.59″E. (o Passo Dyátlov).
Fuso Horário: GMT +5:00
Fuso Horário: GMT +5:00
Domingo, 01 de fevereiro de 1959:
Crepúsculo astronômico: 06:53
Crepúsculo civil: 08:42
Nascer do sol: 09:35 azimute 128
Pôr do sol: 16:58 azimute 232
Crepúsculo civil: 17:52
Crepúsculo astronômico: 19:42
Crepúsculo astronômico: 06:53
Crepúsculo civil: 08:42
Nascer do sol: 09:35 azimute 128
Pôr do sol: 16:58 azimute 232
Crepúsculo civil: 17:52
Crepúsculo astronômico: 19:42
Segunda-feira, 02 de fevereiro de 1959:
Nascer da lua: 04:25, azimute 128, completude 37%
Pôr da lua: 11:53, azimute 230, completude 33%
Nascer da lua: 04:25, azimute 128, completude 37%
Pôr da lua: 11:53, azimute 230, completude 33%
Isso significa, que em 1º de fevereiro o sol se pôs completamente às 16:58, já estava escuro às 17:52, e às 19:42, veio a noite escura, sem lua, sendo que esta nasceria somente às 04:25. No entanto, na foto da instalação da tenda ainda se vê bastante claridade.
Em segundo lugar, nas entradas dos diários, há referência ao fato de que o grupo estava se movendo de 1,5 a dois quilômetros por hora, sob mau tempo e condições pesadas. Naquele dia, eles saíram entre 14:30 e 15:00 horas, rompendo cerca de dois quilômetros apenas, ou seja, eles caminharam por cerca de uma hora: logicamente, não poderiam gastar duas horas em 1800 metros. Então, quando eles decidiram instalar a tenda, eram por volta de 16 horas, respectivamente. A escavação do buraco para a tenda, a instalação desta e a montagem do acampamento tomariam não menos que uma hora. Ocorre que por volta das 17 horas todo o grupo já teria se acomodado na tenda, podendo começar a se trocar de roupa, preparar-se para o jantar e escrever o jornal humorístico.
Dois do grupo, Thibeaux e Zolotaryov, obviamente encontravam-se fora da tenda, a julgar pelo fato de que ambos estavam praticamente vestidos e calçados. Eles saíram, provavelmente, por necessidades naturais, levando a lanterninha (portanto, estava escurecendo, ou já estava escuro), a qual, posteriormente, seria encontrada em cima da tenda. Naquele momento, os membros do grupo dentro da tenda estavam se trocando de roupa, sendo que uns estavam mais vestidos e outros menos, mas todos já tinham tido tempo de tirar o calçado.
Em um dado momento, os dois de fora percebem “Algo” interessante, incomum e decidem capturá-lo numa foto.
Rapidamente, informam para a tenda sobre esse “Algo” avistado, os de dentro passam imediatamente a câmera à Zolotaryov (como seria esclarecido posteriormente, em meio da confusão foi-lhe dada a câmera de outra pessoa).
ISSO MESMO! Eles tiraram a última foto da coisa do lado de fora da barraca. Certamente ali estava algo curioso o suficiente para justificar uma fotografia noturna dela:
Este é o 34º quadro, o último batido, do filme fotográfico de Krivoníschenko. O filme fotográfico tem mais de 50 anos e na imagem são notáveis as danificações em forma de cortes e arranhões.
Já não mais deixaria essa câmera até o momento da sua morte e seria encontrado com ela. Uma outra câmera foi encontrada de fora, em cima da tenda, ao lado da lanterninha; disso, há registro no ato do capitão Aleksei Tchernyshôv (vice-chefe das operações de busca). A lanterninha poderia ser necessária para a iluminação da câmera no momento do seu ajuste, já que não existiam então as câmeras automáticas.
O que quer que seja isso, estava levemente luminoso para aparecer no filme numa noite sem lua, mas talvez devido ao nervoso, medo ou susto, a imagem ficou fora de foco e eles não quiseram ou puderam tentar mais uma chapa.
Os outros membros do grupo também urgentemente tiram as suas câmeras; (isso nos GARANTE que havia algo incomum ocorrendo) Krivoníschenko teve tempo até para instalar a sua em um tripé e até mesmo inserir um filtro de luz.
Atente para este detalhe! Geralmente, as fotos são tomadas a partir do tripé à noite, quando o tempo da exposição aumenta. Mas, por que usar um filtro naquelas condições de escuridão, ou pelo menos, de um profundo crepúsculo?A tentativa de usar um filtro nos indica quase com certeza absoluta que eles estariam diante de algo incrivelmente brilhante.
Atente para este detalhe! Geralmente, as fotos são tomadas a partir do tripé à noite, quando o tempo da exposição aumenta. Mas, por que usar um filtro naquelas condições de escuridão, ou pelo menos, de um profundo crepúsculo?A tentativa de usar um filtro nos indica quase com certeza absoluta que eles estariam diante de algo incrivelmente brilhante.
Então, ao que parece, algo sai ainda mais da normalidade e os eventos começaram a se desenvolver muito rapidamente e de forma muito ameaçadora.
Todos os aparelhos fotográficos, incluindo aquele que estava no tripé, foram jogados para dentro da tenda de qualquer jeito, sendo encontrados depois pelos socorristas Slobtsov e Sharávin diretamente em cima do resto das coisas, misturados aleatoriamente com o calçado e os biscoitos esparramados. Este fato confirma a idéia de que a última coisa da qual se ocuparam os turistas na tenda no momento anterior ao pânico, era a fotografia da COISA. O filtro de luz foi quebrado provavelmente quando a câmera tripé e tudo mais foi jogado lá dentro de qualquer maneira.
O grupo percebeu de alguma forma que estaria correndo risco mortal se ficasse na tenda. Mas os turistas, por algum motivo, não deixam a tenda através da entrada. Em, vez disso, eles começam a cortar freneticamente a superfície lateral.
Praticamente, é possível dizer com precisão do minuto quando isso aconteceu: na mão de Ígor Dyátlov, havia um relógio quebrado, muito provavelmente, deixou de funcionar durante esse pânico e marcava 17:31.
Sabe-se a hora relativamente precisa, porque quando o corpo esfriou (e o relógio de pulso fica numa extremidade, portanto esfriou primeiro) a parte mecânica dele congela e trava.
As pessoas conseguem sair da tenda e por alguns minutos permanecem a só 20 metros dela, aparentemente, pisando ora num pé, ora noutro, como se o grupo estivesse à espera de todos os membros, antes de iniciar a descida (haviam marcas de tais pisadas). Durante esses minutos, deixam cair parte das coisas que conseguiram agarrar: calçado, chapéus, luvas, camisa cowboy de Dyátlov com as meias e os chinelos envoltos nela. Em seguida, eles propositadamente, sem parar e sem cair (não há sinais de quedas) caminham todos juntamente para baixo da encosta. Primeiro, aparecem pegadas de sete pessoas, logo, somam-se a estas, pegadas de duas pessoas mais.
Algo nesta parte fez com que eles não quisessem voltar para a barraca.
Fragmento do depoimento de capitão Aleksei Tchernyshôv:
“A encosta representava uma baixa irregular, atravessada transversalmente por algumas linhas de pedras, indo paralelamente. A partir da tenda, a 30-40 metros, foram encontradas algumas claras e bem visíveis pegadas de pessoas. Estendiam-se em fileiras paralelas, próximas uma da outra, como se as pessoas caminhassem, segurando as mãos. As fileiras de pegadas pareciam como se estivessem estendidas em duas direções: contamos 6 ou 7 pares de pegadas a partir da tenda para o vale, e à esquerda deles, cerca de 20 metros, iam ainda mais dois pares de pegadas. Depois, essas pegadas (2 e 7 pares) uniram-se após uns 30 ou 40 metros, e não mais se separavam”.
Tudo indica que em algum momento a COISA se aproximou. Thibeaux e Zolotaryov fugiram para alguma distância, e depois, se juntaram aos companheiros. O grupo não estava indo apenas para baixo, longe da tenda. Eles caminhavam descalços e mal vestidos, por cerca de um quilômetro e meio, buscando a floresta. A única razão disso é que seria possível se esconder entre as árvores. Caminhar não era fácil, a neve chegava até os joelhos, e debaixo da neve, encontrava-se frequentemente o kurúmnik, isto é, pedras de vários tamanhos, formando uns “fluxos” de pedras. Este caminho tomou-lhes de 45 a 60 minutos.
Assim, atingindo a floresta, todo o grupo parou sob o pinheiro abaixo.
Não é a melhor das situações, com certeza: choque, frio atroz, eles, desarmados, sozinhos frente a alguma ameaça muito grande e com grande probabilidade de se congelar até a morte. Como mostrou o exame pericial, apenas dois membros do grupo tinham fósforos naquele momento: Kolevátov e Slobodín. A primeira coisa da qual certamente se ocuparam, foi tentar fazer a fogueira com ramos de abeto, como mais tarde descobriram os socorristas. Quem já tentou sabe. Só é fácil fazer isso para o Bear Grills!
Os galhos não são fáceis de pegar fogo, é preciso de papel. Talvez por isso, eles arrancaram pedaços de roupas e, posteriormente, foram encontrados tais pedaços carbonizados.
Um detalhe importante: a fogueira foi armada atrás do cedro, sem que pudesse ser vista do lado da tenda.
Isso indica e fortalece a teoria de que a COISA estava perto da tenda por pelo menos uma hora.
Um detalhe importante: a fogueira foi armada atrás do cedro, sem que pudesse ser vista do lado da tenda.
Isso indica e fortalece a teoria de que a COISA estava perto da tenda por pelo menos uma hora.
Consequentemente, o perigo ainda se encontrava lá, eles tentaram passar despercebidos.
A análise das cinzas mostrou que esta fogueira permaneceu ardendo cerca de uma hora e meia, porque os ramos de 8 centímetros de espessura consumiram-se à metade.
Certamente, eles discutiram rapidamente a situação, calculando as possibilidades, e foi adotada a decisão de se dividir em três grupos pequenos.
Talvez, isso indique que eles estavam diante de uma ameaça dupla. Acreditavam que ao se dividir em três, pelo menos um dos sub-grupos poderia escapar com vida da COISA.
O primeiro grupo estava composto por Doroshênko e Krivoníschenko, eles deviam permanecer perto da fogueira. Certamente tinham a função de monitorar a COISA perto da tenda. As medidas tomadas pelos investigadores mostraram que do ponto da fogueira junto à floresta, a área da cabana encontrava-se a uma distância de 1,5 quilômetros e só pode ser vista de cima. Isso explica que os rapazes começam a montar um posto de observação sobre o cedro, no qual, de acordo com os socorristas, a uma altura de 5 ou 5,5 metros, foram quebrados os galhos e feita uma espécie da janela para o lado da tenda.
Foi um trabalho infernal: subir o tronco escabroso num frio atroz (isso explicou também as escoriações longitudinais sobre os braços, pernas e tronco deles), ao quebrar os galhos grossos e espinhosos. No frio, as mãos congelam-se primeiro, e num frio forte, com o tempo perdem a sua sensibilidade, os dedos dobram-se mal, por isso, os rapazes, ao subirem no cedro, deixaram no seu tronco pequenos pedaços da sua pele, além de sangue, segundo foi apontado pelo juiz de instrução Lev Ivanov.
O segundo grupo, composto por Dyátlov, Slobodín e Kolmogórova, decidiu ainda tentar chegar à tenda e pegar as coisas vitais. Foi como uma missão de reconhecimento. Além do mais, eles simplesmente não tinham escolha: na tenda se encontrava a sua chance de sobreviver.
Krivoníschenko e Doroshênko também deveriam observar através da “janela” entre os ramos, o movimento dos três pela encosta. É difícil dizer em que ordem eles estavam indo para a tenda, quem foi o primeiro, quem foi o segundo e o terceiro. É claro que eles não se moviam juntos, mas um por um, às escondidas. O que novamente nos leva à conclusão de que o perigo ainda existia, encontrando-se sempre lá, perto da tenda. Talvez o que quer que fosse estivesse investigando o acampamento deles.
Zina passou ou arrastou-se mais longe de todos os três, percorrendo mais de metade do caminho. Foi a primeira que se ferrou de verde e amarelo! A morte alcançou-a a 850 metros do objetivo.
Após matar Zina, (talvez ela tenha gritado para os companheiros) a coisa anaçou para o resto do grupo. A 150 metros dela, Slobodín foi atacado, e a 180 metros deste, foi a vez Dyátlov. Seu avanço foi o menor entre todos. Iam caminhando ou se arrastando? Os dois primeiros foram encontrados na posição de quem estava rastejando, significando que tinham medo de serem descobertos.
Após matar Zina, (talvez ela tenha gritado para os companheiros) a coisa anaçou para o resto do grupo. A 150 metros dela, Slobodín foi atacado, e a 180 metros deste, foi a vez Dyátlov. Seu avanço foi o menor entre todos. Iam caminhando ou se arrastando? Os dois primeiros foram encontrados na posição de quem estava rastejando, significando que tinham medo de serem descobertos.
O terceiro grupo, composto por Kolevátov, Thibeaux, Dubínina e Zolotaryov, aparentemente, tinha por tarefa arranjar um abrigo temporário no barranco, a cerca de 70 metros do cedro. A escolha recaiu sobre eles, porque Thibeaux e Zolotaryov estavam vestidos e calçados, portanto, capazes de trabalhar no frio; Kolevátov também estava vestido decentemente, e quanto a Dubínina… Por alguma razão, parece-me que Lyudmila poderia oferecer-se por sua própria vontade para esse grupo, em muitas fotografias da caminhada nota-se que ela é atraída mais por essa parte da equipe.
A tarefa dos quatro era cortar píceas e abetos novos para fazer revestimento no barranco. Felizmente, Krivoníschenko tinha a faca, obviamente, a tenda foi cortada com esse instrumento, porque a sua bainha foi encontrada posteriormente sobre a neve, perto da tenda.
O objetivo do acampamento do barranco parece indicar que serviria para esperar a COISA sair de perto da barraca. Já havia se passado quase duas horas e ela não tinha largado aquela área, de modo que eles tinham que encontrar um abrigo provisório e seguro. O lugar também servia para os ocultar do que havia lá em cima.
Certamente que a COISA os encontrou, e o plano do terceiro grupo falhou.
Certamente que a COISA os encontrou, e o plano do terceiro grupo falhou.
Os quatro foram mortos por último. Isto é evidenciado por meio das peças de roupas que obviamente foram cortadas dos corpos de Doroshênko e Krivoníschenko e utilizadas parcialmente pelos quatro para o seu aquecimento; como também pelo fato de que o terceiro grupo finalmente arranjou o revestimento no barranco para quatro assentos, isto é, apenas para eles próprios.
Thibeaux e Zolotaryov, estando vestidos e calçados, poderiam ter deixado os amigos, pois tiveram chance real de fugir para o labáz, onde havia um par de esquis e mantimentos. Ou seja, esta era uma oportunidade real para se salvar. Mas por alguma razão eles ficaram com o resto do grupo até o fim. Isso indica para nós uma coisa: ELES TINHAM ESPERANÇA de escapar.
Se não houvesse esperança na sobrevivência do grupo, é fato que correria cada um por si.
Se não houvesse esperança na sobrevivência do grupo, é fato que correria cada um por si.
Mas se essas foram as posições das mortes, o que realmente aconteceu lá?
Parece que A COISA os caçou. Simples assim.
O impacto da COISA sobre o grupo aconteceu por várias vezes, com intervalos no tempo. Primeiramente, a COISA expulsou-os para fora da barraca. Talvez isso indique algum grau de inteligência. Talvez num primeiro momento, a COISA estivesse interessada em examinar o acampamento, ou apenas contar quantos deles haviam. Assim, ela permitiu-lhes caminhar o suficientemente para longe.
Depois, essa COISA, seja ela uma força (ou fenômeno) não permitiu aos três turistas que retornavam, chegar na tenda, fazendo-os parar no seu caminho, imobilizando-os de alguma forma.
Lembremo-nos do sangue nos lábios de Dyátlov, o sangue perto da cabeça de Zina, o sangue no nariz de Slobodín e a fenda no seu crânio. Normalmente, a hemorragia não está presente durante a morte por congelamento, consequentemente, eles receberam primeiro algum impacto que lhes produziu as hemorragias e os fez perder a consciência, o resto foi feito pelo frio atroz.
Assim, concluímos que a COISA DESCEU A PANCADA neles. Mas os deixou morrer de frio. Isso indica que a COISA não queria comê-los. Queria apenas impedir que chegassem na barraca ou na OUTRA COISA que estava perto da barraca. Talvez, essa primeira ação hostil tivesse acontecido como uma tentativa de defesa de alguma vulnerabilidade de uma das COISAS que se sentiu ameaçada quando eles voltaram.
Depois de um período de tempo, a COISA também imobilizou os dois que estavam perto da fogueira, condenando-os à morte por congelamento; partes dos dois apresentaram estranhas queimaduras até o grau de carbonização, (a análise dos corpos indica que a parte que queimou era a que ficava abraçada no tronco na direção da cabana. Isso indica que a coisa emitiu algum tipo de onda de energia que torrou, como um flash, a carne deles onde a luz atingiu) havia também um estranho líquido espumoso da boca, a estranha cor da pele e o líquido espumoso nos pulmões de todos os cinco – tudo isso não pode ser produzido pelo frio, trata-se do impacto de alguma outra “força” incomum.
Logo, como se entrando em um acesso de raiva, a COISA mutilou fortemente e aniquilou os quatro no barranco. Isso nos indica que a COISA demonstrou ter sido contrariada de alguma maneira. Podemos especular que talvez, alguém do grupo dos três primeiros que morreram pode ter arriscado alguma atitude hostil, como jogar pedras na coisa da barraca, tentando espantá-la do acampamento. A atitude foi vista e interpretada como uma declaração de guerra. Neste caso, venceu o mais forte.
Que “força” era essa? Como os turistas chegaram a receber tão terríveis traumas internos, na falta de quase qualquer lesão externa? Isso é uma impossibilidade física para nós humanos e os animais. Os casos em que ocorrem traumas internos sem impacto no revestimento de pele e músculos, costumam ocorrer em brutais desacelerações, como em casos de acidentes de automóvel.
Como os corpos dos quatro chegaram a se encontrar no riacho, a seis metros do revestimento que eles estavam fazendo? E por que sobre eles havia uma camada de neve tão grossa, de quatro metros? A coisa teria enterrado eles?
Toda essa trágica luta do grupo de Dyátlov pela vida durou aproximadamente duas horas, a partir de 17:31 até por volta das 19:30 ou 20:00. Por volta dessa hora, já não havia ninguém vivo. Como isso pode ser deduzido?
A partir das 17:31, quando deixaram a tenda para a fuga em pânico, há que adicionar cerca de uma hora na descida do local da tenda para a floresta;
Logo, pelo menos meia hora que levaram para acender a fogueira, mais uma hora e meia de sua queima – após essa hora ninguém mais mantinha o fogo, pois não restou nenhum vivo. Provavelmente, na última meia hora o fogo simplesmente estava se extinguindo naturalmente.
Há mais duas evidências apontando para as 20:00 (mais ou menos alguns minutos) como o momento da morte de membros do grupo:
1) como estabeleceu a perícia, todos os turistas tiveram a sua última refeição por volta de 6-8 horas antes de sua morte, entanto que eles comeram antes de ir para o Kholat Syakhyl, por volta das 14:00;
As investigações terminaram inconclusivas com respeito ao que os matou:
“Considerando a falta nos cadáveres de lesões corporais externas e sinais de luta, a presença de todos os objetos de valor do grupo, bem como, tendo em conta o parecer da perícia médico-legal sobre as causas da morte de turistas, há que se assumir que a causa do perecimento dos turistas foi uma força elementar que os turistas não foram capazes de superar.
Fragmento da Resolução sobre o fechamento do processo criminal
O governo soviético instalou uma placa perto do local onde eles morreram
Estavam sendo seguidos?
A análise cuidadosa de todas as fotos do grupo revelou uma sequencia de duas chapas feitas do mesmo lugar. Numa delas, alguma coisa de forma esférica aparece sobre o grupo, mas não parece despertar a atenção deles.
AS MISTERIOSAS BOLAS DE FOGO
Ao longo de todos estes anos, muitas hipóteses surgiram para tentar explicar as estranhas mortes do grupo de Dyátlov. Mas uma das mais intrigantes é o que diz que havia “bolas de fogo” envolvidas.
Anos depois, membros do grupo de busca deram seu testemunho: Segundo eles, na noite do incidente estranhas esferas alaranjadas pairavam no céu.
“São observações de pessoal do local que viram objetos não identificados durante a noite da morte dos montanhistas. Eu acho que a ligação é clara.”
Mikhail Gershtein
“É evidente. As esferas em si podem ser formas de vida. As esferas em si podem ser sondas extraterrestres.”
Bill Birnes, J.D.,Ph.D.
“Com base na minha pesquisa da História Russa, esferas brilhantes sempre estiveram presentes, inclusive em áreas ermas como essa. Os habitantes sabem que existem, fazem parte da vida deles, não dão muita atenção à elas e rezam para que as esferas brilhantes não os incomodem porque ao longo das eras a maioria dos contatos foi pacífica, mas de vez em quando, como nesse caso, alguma coisa da muito errado.”
Paul Stonhill
Apesar do caráter muito vago da conclusão sobre a “COISA” ou Força maior, feita, como vimos, sob forte pressão dos chefes locais do Partido, os juízes de instrução Vladímir Korotáyev e Lev Ivanov acreditavam que na morte dos turistas estavam envolvidas precisamente as tais “bolas de fogo”. E eles eram pessoas que na época tinham informações mais amplas sobre o trágico episódio. Entre muitos investigadores desse caso, há uma grande desconfiança que os dois sabiam de mais coisas do que poderiam contar abertamente no processo.
Apesar do caráter muito vago da conclusão sobre a “COISA” ou Força maior, feita, como vimos, sob forte pressão dos chefes locais do Partido, os juízes de instrução Vladímir Korotáyev e Lev Ivanov acreditavam que na morte dos turistas estavam envolvidas precisamente as tais “bolas de fogo”. E eles eram pessoas que na época tinham informações mais amplas sobre o trágico episódio. Entre muitos investigadores desse caso, há uma grande desconfiança que os dois sabiam de mais coisas do que poderiam contar abertamente no processo.
Vladímir Korotáyev (como sabemos, foi precisamente ele, que no mesmo início da investigação começou a reunir provas referentes às “bolas de fogo”, mas foi impedido pelas autoridades):
“Minha conclusão sobre o perecimento do grupo de Dyátlov é única: foram mortos pela explosão de algum projétil, que caiu do céu (pode-se dizer, bola ou OVNI). Porque, julgando pela natureza dos seus traumas, eles foram elevados para o alto e jogados, golpeados contra o chão…”.
Lev Ivanov, que conduziu a investigação posterior e encerrou o caso, declarou:
“Em maio, junto com E. P. Máslennikov, inspecionamos as imediações da cena do incidente (na área do barranco e o cedro), constatando que algumas das píceas novas na borda da floresta têm marcas de queimadura, mas tais traços não possuíam forma concêntrica ou outro qualquer sistema, nem tiveram um epicentro. Isso confirmava que teria sido dirigida alguma espécie de raio de calor ou de uma energia forte, mas completamente desconhecida (pelo menos, para nós), atuando seletivamente: a neve não foi fundida, as árvores não foram danificadas. Estava-se formando a impressão de que, quando os turistas, em seus pés, desceram para baixo da montanha, alguém acabou com alguns deles de uma forma intencional… (…) Foi-me proposto, no obkom [comitê partidário regional] para não desenvolver este tema. Tomou nas suas mãos a direção da investigação sobre o meu caso, o segundo secretário do obkom do partido, A. F. Yeshtokin”.
Também os parentes das vítimas estiveram preocupados com o assunto das tais “bolas de fogo”.
Rimma Kolevátova (irmã de Aleksandr Kolevátov) escreveu em um comunicado dirigido para o promotor da Óblast de Sverdlovsk: “Eu tive que participar do enterro de cada um dos turistas perecidos. Por que eles tinham as mãos e as faces tão marrons, com uma coloração escura? Como pode ser explicado o fato de que os quatro que estavam perto da fogueira e, segundo todas as versões, permaneceram vivos, não fizeram tentativa alguma de voltar para a tenda? Se eles estavam muito melhor vestidos, se esse foi um desastre natural, é claro que, após terem passado um tempo perto da fogueira, os jovens certamente teriam se arrastado para a tenda. O grupo não poderia perecer na sua totalidade pela tempestade de neve. Por que eles estavam correndo tão freneticamente para fora da tenda?
Um grupo de turistas da Faculdade de Geografia do Instituto Pedagógico, que se encontrava no monte Tchistóp, a sudeste, segundo suas palavras, avistou naqueles dias, no início de fevereiro, uma certa bola de fogo na área de Otortén. As mesmas bolas de fogo foram também registradas depois. Qual é a sua origem? Não poderiam ser a causa do perecimento dos jovens? Afinal, no grupo estavam reunidas pessoas resistentes e experientes.
Dyátlov já estava visitando esta área pela terceira vez. Lyuda Dubínina dirigiu por si mesma um grupo para o monte Tchistóp no inverno de 1958, vários dos jovens (Kolevátov, Dubínina, Doroshênko) participaram das caminhadas para os Montes Sayan. Eles não poderiam perecer apenas por causa de uma tempestade”.
Lyuda Dubínina em dois momentos, no início da expedição e quando o grupo de resgate encontrou seu corpo, poucos dias depois (o corpo dela teve a língua removida).
Testemunhou o pai de Yuri Krivoníschenko (interrogatório de 14 de março de 1959, sublinhado nosso):
“Após o enterro do meu filho, visitaram o meu apartamento (…) os estudantes, participantes das buscas (…) dos companheiros perecidos. Entre eles, também estavam aqueles estudantes que no final de janeiro e início de fevereiro encontravam-se na caminhada do Norte, na área do monte Otortén. Aparentemente, haveria não menos que dois tais grupos, pelo menos, os integrantes de dois grupos relatavam de que tinham observado na noite do 1º de fevereiro de 1959, um fenômeno luminoso, para o norte da localização desses grupos: era uma luminescência extremamente forte de um foguete ou projétil. O brilho foi tão forte, que um dos grupos, estando já na tenda e preparando-se para dormir, foi perturbado por ele e saiu da tenda, chegando a observar este fenômeno (…). Depois de um tempo (…) eles ouviram um efeito sonoro, como um grande trovão de longe (…). Os estudantes (…) observaram o tal fenômeno por duas vezes: no primeiro e no sétimo dia de fevereiro de 1959”.
A investigação estava recopilando ativamente os dados sobre as “bolas de fogo”. No inquérito criminal sobre o perecimento do grupo de Ígor Dyátlov, os relatórios sobre o fenômeno foram protocolizados e arquivados, ainda que posteriormente não foi levada a cabo a investigação nesta direção. Eis aqui, detalhes de alguns destes relatórios.
Gueorgui Atmanaki (jovem engenheiro, membro do grupo de Vladislav Karélin, que também estava em caminhada pelo Ural do Norte, participante das buscas pelo grupo de Dyátlov, prestou o seguinte relato:
“Em 17 de fevereiro, eu e Vladímir Shevkunov levantamo-nos às 6:00 da manhã para preparar o café da manhã para o grupo. Acendendo a fogueira e fazendo todo o necessário, começamos a esperar que comida estivesse pronta. O céu estava sombrio, não havia nuvens, mas uma leve névoa, que normalmente é dissipada ao nascer do sol. Sentado com o rosto para o norte e virando casualmente a cabeça para o leste, vi que no céu (…) derramou-se um borrão de cor branca leitosa, de aproximadamente 5 ou 6 diâmetros lunares e composta de uma série de círculos concêntricos. A sua forma lembrava a de um halo que forma-se ao redor da lua durante o tempo claro e gelado.
Gueorgui Atmanaki fez um comentário ao seu parceiro, no sentido de “Veja como a lua ficou decorada”. Ele pensou por um momento e disse que, primeiro, não havia lua naquele dia e, além disso, ela deveria estar no lado oposto.
A partir do momento quando eles observaram este fenômeno, se passaram 1 ou 2 minutos. Gueorgui Atmanaki não soube dizer quanto tempo teria durado anteriormente, nem como tinha aparentado originalmente. Neste momento, no centro deste borrão, brilhou uma estrelinha, que durante alguns segundos mantinha o mesmo tamanho, mas logo começou a aumentar drasticamente de tamanho e se mover rapidamente na direção oeste. Em poucos segundos, ela tinha crescido ao tamanho da lua, e em seguida, quebrando a cortina de fumaça, ou as nuvens, apareceu como um enorme disco flamejante de cor leitosa, de tamanho de 2 ou 2,5 diâmetros lunares, cercado pelos mesmos anéis de cor pálida. Depois, mantendo-se no mesmo tamanho, a bola começou a desbotar, até que se fundiu com o halo circundante, o qual, por sua vez, espalhou-se pelo céu e extinguiu-se.
Começava o romper do dia. O relógio mostrava 6:57, o fenômeno não durava mais do que um minuto e meio, e causou uma impressão nada leve. Inicialmente, não prestamos atenção nele, mas logo, quando apareceu o próprio disco brilhante, ficamos espantados. Pessoalmente, eu tive a impressão de que em nossa direção estava caindo um corpo celeste, e então, quando tinha crescido até tão enorme tamanho, atravessou-me o cérebro o pensamento de que um outro planeta estava entrando em contato com a Terra, que agora seguiria uma colisão e não ficaria nada do mundo terrestre. Já estávamos acordados por mais de uma hora, de modo que fomos capazes de afastar o sono e não dar crédito às alucinações, mas durante todo o ocorrido ficamos de pé, como que hipnotizados…
Eu não sei como Karélin, qual um raio, conseguiu pular para fora do saco de dormir e correu para fora, vestindo as meias e a roupa interior. Ele conseguiu avistar o disco, que estava perdendo os contornos, e o borrão claro espalhando-se pelo céu. Posteriormente, eu tive que falar muito com as testemunhas, e a maioria descreve este caso aproximadamente da mesma maneira, acrescentando que a luz era tão forte que as pessoas em casas acordavam do sono. (…). Protocolo escrito com a minha própria mão. G. Atmanaki”.
Nota do jornal Operário do Taguí, de 18 de fevereiro de 1959. Naqueles dias, a palavra “OVNI” (“Objeto Voador Não Identificado”) ainda era desconhecida dos cidadãos soviéticos, de modo que a nota foi intitulada simplesmente:
“Um fenômeno celestial incomum”
“Às 6 horas e 55 minutos de ontem, hora local, no leste-sudeste, a uma altura de 20 graus do horizonte apareceu uma brilhante bola do tamanho do diâmetro aparente da lua, — escreveu A. Kissel, vice-chefe de comunicações da mina Vysokogorsky. A bola estava se movendo na direção nordeste. Cerca das 7 horas, dentro dela, ocorreu um flash, chegando a ser visível o núcleo muito brilhante da bola. Ela própria começou a brilhar mais intensamente, aparecendo perto dela uma nuvem luminosa, curvada na direção do sul. A nuvem estava se expandindo para toda a parte oriental do céu. Logo depois, houve um segundo flash, teve a forma da crescente. Gradualmente, a nuvem aumentava em tamanho; no centro, ficava o ponto luminoso (o brilho era de tamanho variável). A bola estava se movendo em direção leste-nordeste. A maior altura acima do horizonte, 30 graus, foi alcançada em cerca das 7:05. Continuando o movimento, este fenômeno incomum estava se enfraquecendo e desgastando. Pensando que este estaria conectado de alguma forma com o satélite, troquei o receptor, mas não havia recepção dos sinais”.
Por esta publicação, o editor recebeu uma repreensão, e a nota foi arquivada entre a papelada de um dos processos criminais mais insólitos que já se passou na Rússia. Nele, foram cuidadosamente arquivados também outros relatórios sobre o referido “fenômeno”.
Tókareva, técnica em meteorologia, na sua declaração ao chefe da seção distrital da milícia em Ivdel, declarou:
“Em 17 de fevereiro, às 6:50, hora local, apareceu no céu um fenômeno incomum: movimento de uma estrela com uma cauda que se assemelhava a cirros densos. Depois, essa estrela livrou-se da cauda, tornando-se mais brilhante que as estrelas e voou, como se começando a se inchar gradualmente, até se formar uma grande bola, envolta em uma névoa. Depois, no interior desta bola, acendeu-se uma estrela, a partir da qual se formou uma crescente, e logo, uma pequena bola, não tão brilhante. A bola grande começou gradualmente a se desvanecer, tornando-se como um borrão. Às 07:05 desapareceu por completo. A estrela estava se movendo do sul para o nordeste”.
Os soldados de Ivdel’lag, enquanto no serviço, avistaram a mesma coisa.
A. Savkin, militar:
“Do lado sul apareceu uma bola de cor branca brilhante, às vezes encobrindo-se do nevoeiro; por dentro, havia um brilhante ponto-estrela. Ia para o norte, foi visível por uns 8-10 minutos”.
Outro militar, Anatoli Anísimov, foi interrogado dois meses depois pelo promotor da cidade de Ivdel:
“Em 17 de fevereiro (…) eu estava no posto. Naquele momento, do lado sul apareceu uma bola de tamanho grande, envolta num grande círculo de nevoeiro branco. Ao se mover pelo céu, a bola ora aumentava, ora diminuía o seu brilho. Ao se reduzir, a bola desaparecia no nevoeiro branco, sendo que, através dessa neblina era visível apenas o seu ponto luminoso. Este ponto, luzindo periodicamente, aumentava o seu brilho, aumentando também de tamanho. Com o aumento no brilho do ponto luminoso, que tomava a forma de uma bola, ele parecia estar empurrando a névoa branca, aumentando, ao mesmo tempo, a densidade desta pelas bordas, e depois, ele mesmo escondia-se na névoa. Formava-se a impressão de que a própria bola estava emitindo essa neblina branca, que havia tomado a forma de um círculo. A bola estava se movendo muito lentamente e em grande altitude. Era visível por cerca de 10 minutos, e depois, desapareceu na direção norte, como se tivesse derretido ao longe”.
A dezenas de quilômetros de Ivdel, Gueorgui Skorykh, morador da aldeia Karaúl, do raión (distrito) de Novolyalinsk, foi despertado pelo grito de sua mulher: “Olha, uma bola está voando e dando voltas!”.
Skorykh saltou para a varanda e viu “um sol brilhante no nevoeiro”. A referida bola estava se movendo em linha reta, estritamente do sul para o norte, e sua cor mudava de vermelho para verde. A alternação das cores ocorria periodicamente, o objeto não identificado estava envolto em um invólucro branco. A bola estava se afastando rapidamente e em segundos desapareceu no horizonte. Na opinião de Skorykh, a bola estava voando ao longo da Cordilheira dos Urais, a uma distância muito grande.
Em 31 de março, o “fenômeno” se repetiu.
Na ocasião, os socorristas enviaram um radiograma para Sverdlovsk:
“Á Prodanov, Vishnevsky.31.03.59, 9:30, hora local.Em 31.03, às 4:00, na direção sudeste, o plantonista Meshcheryakov notou um grande anel de fogo, que estava por durante 20 minutos se movendo para a nossa direção, escondendo-se depois por trás da elevação ‘880’. Antes de desaparecer no horizonte, a partir do centro do anel apareceu uma estrela, que foi gradualmente aumentando para o tamanho da lua e começou a cair para baixo, separando-se do anel. O fenômeno incomum foi observado por muitas pessoas, levantadas pelo alarme. Pedimos para explicar esse fenômeno e sobre a sua segurança, pois, nas nossas condições, está gerando uma impressão preocupante. Avenburg, Potápov, Sógrin”.Oleg Shtrauch, membro efetivo da Sociedade Geográfica da URSS, morador da vila Polunótchnoye, do raión de Ivdel, anotou a sua observação no diário: “31.03.59. Às 4 horas 10 minutos foi observado o seguinte fenômeno: do sul-oeste para o nordeste, sobre a vila passou com bastante rapidez um luminoso corpo esférico. O disco luminoso, do tamanho de uma lua quase cheia, de cor branca azulada, estava cercado por um grande halo azulado. Às vezes, esse halo acendia-se com brilho, recordando os flashes distantes de um raio. Quando o corpo desapareceu no horizonte, o céu neste lugar ainda estava iluminado pela luz durante alguns minutos.Um fenômeno similar foi observado pelos moradores de Polunótchnoye em 17.02.59, às 7 horas 10 minutos. Durante a manhã, atrás do rastro luminoso ficava um rastro em forma de fumaça…”.
Com base nisso, podemos dizer que, no período de 1º de fevereiro de 1959 a 31 de março de 1959, na área do perecimento do grupo de Dyátlov, bem como nas áreas imediatamente adjacentes a esta — sobre as elevações “880” e “1079”, na Cordilheira dos Urais, o Ural Polar, o raión de Ivdel da Óblast de Sverdlovsk, — ocorreram fenômenos, acompanhados por efeitos luminosos e sonoros, que foram observados visualmente pelas testemunhas, em 1º e 17 de fevereiro e 31 de março de 1959.
Assim, podemos concluir que muitas pessoas tinham razões para conceber esse estranho fenômeno das “bolas de fogo”, como a principal causa do perecimento dos dyátlovtsy.
Mas, se a “Força Insuperável” seria uma das bolas de fogo, onde estariam as provas disso? Será que esta “Força” deixou alguns traços da sua presença e impacto sobre os turistas?
Acontece que, de fato, deixou-as. Tanto no local do incidente, como sobre os corpos dos perecidos.
Uma estranha fonte de calor
Boletim meteorológico para o raión de Ivdel:
“Na noite de 1º. de fevereiro de 1959, a temperatura do ar caiu quase duas vezes em comparação com a manhã, chegando aos -20, -21º C. Em comparação com os valores da manhã, a umidade do ar foi baixa, de 56%, a visibilidade foi de 8 pontos (em média). As precipitações caíram menos que 0,5 mm. Vento norte-noroeste 1,3 m/seg. Nevascas, furacões ou tempestades não foram observados”.
Nas encostas da Montanha dos Mortos, a temperatura, obviamente, foi muito menor, devido à altura e ao vento. Com alto grau de certeza podemos adicionar aqui de cinco a sete graus, o que significa que a temperatura na tenda dos dyátlovtsy aproximava-se de 30 graus negativos. Nas condições de um frio forte, a umidade é baixa (o valor indicado é de 56 por cento), e a neve, seca e em pó. Não deveria haver gelo de forma alguma.
Mas o que vemos?
– Perto da entrada para a tenda, havia uma nódoa de gelo em forma de “costelas” afiadas e paralelas (tais formações geladas são chamadas internacionalmente de sastrúgui, que é o termo de origem russa). Os socorristas imediatamente prestaram atenção para esta ilhota de gelo, com um diâmetro de aproximadamente quatro metros. O gelo era muito forte, com nervuras, como se estivesse congelando em forma de ondas; de modo que sobre estas “costelas” afiadas quebravam-se facilmente os blocos de neve lançados pelos socorristas, quando estavam à procura dos corpos perto da tenda.
Local do incidente. De costas, está o promotor Vassili Tempalov e Evgueni Máslennikov. O retângulo azul indica o lugar da instalação da tenda; o oval rosa mostra os limites da nódoa gelada perto da entrada da tenda; a linha verde mostra a rota da fuga a partir da tenda até o cedro; 1 – tenda dobrada; 2 – mochilas e esquis dos dyátlovtsy; 3 – nódoa gelada, 4 – A árvore.
Local do incidente. De costas, está o promotor Vassili Tempalov e Evgueni Máslennikov. O retângulo azul indica o lugar da instalação da tenda; o oval rosa mostra os limites da nódoa gelada perto da entrada da tenda; a linha verde mostra a rota da fuga a partir da tenda até o cedro; 1 – tenda dobrada; 2 – mochilas e esquis dos dyátlovtsy; 3 – nódoa gelada, 4 – A árvore.
Observe como o gelo marcado no interior do círculo parece incomum. Teria sido derretido ali, justamente perto da entrada da barraca, o que é coerente com todas as especulações deste post.
Além desta nódoa gelada, a algumas dezenas de metros em torno da tenda, a neve foi coberta com uma dura crosta de gelo. Os estudantes Slobtsov e Sharávin, que encontraram a tenda, não puderam se aproximar dela em esquis! Do vale do Áuspiya, sem dificuldade alguma, passaram com esquis por toda a encosta, mas perto da tenda dos dyátlovtsy tiveram que tirar os esquis e caminhar as últimas dezenas de metros a pé, servindo-se das varetas para se escorar. Para formar essa crosta de gelo, foi necessária também uma fonte de calor para derreter a neve, a qual se congelou posteriormente no forte frio. Mas os próprios dyátlovtsy, no dia 1º de fevereiro, aproximaram-se do lugar para instalação da tenda precisamente nos esquis, quando então, este lugar ainda não tinha sofrido qualquer impacto externo. Na foto da instalação da tenda, vemos uma neve bastante seca e em pó.
– As coisas pequenas, perdidas pelos turistas e encontradas ao longo de 20 metros da tenda, enquanto fugiam desta, não foram espalhadas pelos ventos durante as quatro semanas; no entanto, o monte Kholat Syakhyl é conhecido pelos seus ventos fortes. Perto da tenda, a uma distância de meio a um metro, foram atirados chinelos de diferentes pares, chapéus, e outras peças pequenas; a uma distância de 10 a 15 metros da tenda estavam a jaqueta, jaqueta impermeável, chinelos, meias e outras peças. Isto só pôde ter ocorrido porque essas coisas caíram primeiramente na neve molhada que, posteriormente, se congelou, prendendo as peças de roupas. Seria lógico se os turistas pegassem todas essas coisas, como eles estavam muito mal vestidos. Mas não o fizeram porque, num frio atroz, peças de roupas molhadas são inúteis.
– As pegadas do grupo, em forma de colunas, que se conservaram por um mês, poderiam se formar apenas a uma temperatura de zero grau ou superior, porque, na ausência de água na sua camada superficial, tais pegadas teriam desaparecido muito rapidamente sob a influência do vento. Como prova disso, pode servir o experimento do grupo de Sergei Semyáshkin, que empreendeu uma corrida pelo caminho dos dyátlovtsy a partir da tenda para o cedro (ainda que calçados) em fevereiro de 2010. Depois deles, não ficou sequer uma pegada.
-Os corpos não estavam em posição de congelamento. Além disso, a maioria deles tinha queimaduras de calor. Mas como se queimariam tanto num lugar tão gelado?
Queimaduras sobre a face do cadáver de Zina Kolmogórova e sobre a face e as mãos do cadáver de Ígor Dyátlov.
As fotos foram tiradas antes da autópsia.
Aparentemente, os primeiros cinco turistas receberam queimaduras, pelo menos, de segundo grau, e Krivoníschenko, de quarto, como a perícia observou nele, queimaduras na perna esquerda e braço esquerdo até a carbonização; Doroshenko tinha o cabelo queimado na região da têmpora direita, região temporo-parietal e occipital. Como poderia Krivoníschenko receber tais queimaduras nestes lugares: pernas, pés e mão? Evidentemente, ele não meteu a mão e o pé na fogueira. Mas sabemos que ele e Doroshenko tinham que escalar o tronco bastante grosso do cedro. Imagine um homem segurando um grosso tronco com braços e pernas: precisamente o braço esquerdo e a perna esquerda estariam de um mesmo lado do tronco, sobre o qual, provavelmente, teria sido alvo de uma forte irradiação.
O retrato do assassino
É evidente supor que se trata de um Objeto que emite luz e calor, sendo capaz de se mover rapidamente, mas também permanecer em um mesmo ponto por algum tempo e, provavelmente, utiliza o impacto de irradiação (calor) e o de compressão contra as pessoas.
Mesmo naquele tempo, em fevereiro de 1959, os socorristas suspeitaram de algo semelhante. Eis aqui, alguns trechos dos seus depoimentos no inquérito criminal.
K. Bardin e E. Shuleshko (Moscou), membros da comissão de rota e qualificação do presidium da seção de turismo da URSS, declararam: “A saída da tenda foi extremamente apressada, de modo que não permitia atraso de um só minuto. Turistas com tal experiência como os membros do grupo de Dyátlov, entendiam claramente que a saída para fora da tenda em estado seminu, nas condições da ausência de visibilidade, vento às lufadas e baixa temperatura, significava a morte. Consequentemente, a causa que obrigou os turistas a abandonar a tenda, poderia ser apenas o medo de uma morte iminente”.
Moisei Akselrod (graduado pelo UPI em 1959, engenheiro, turista, liderou uma das equipes de busca), declarou: “É minha firme convicção que, nada e ninguém por dentro não poderia incutir o pânico nos jovens. Por dentro quer dizer, de dentro da tenda mesmo. Então, eles foram obrigados a fugir por uma manifestação de alguma força externa. Se a tenda está fechada e todos dormindo, então, seria ora uma luz muito brilhante, ora um som muito forte, ou ambos juntos”.
Mikhail Sharávin (estudante do UPI, juntamente com Borís Slobtsov, encontrou a tenda dos dyátlovtsy): “Eu tenho uma opinião sobre a questão do por que eles terem abandonado a tenda tão urgentemente: foram fatores que os afetaram, provavelmente, um envenenamento. Eles não conseguiriam respirar. Caso houvesse um deslocamento da neve, eles não correriam em tal situação. Eu acho que foram os fatores associados com o desconhecido e com a incapacidade de continuar permanecendo lá. Não podiam respirar! (…) Foi por isso que eles correram”.
Para os turistas, o primeiro fator que os afetou com relação ao Objeto foi a comoção psicológica. Tal objeto de nenhuma maneira era familiar para os dyátlovtsy, sendo para eles algo inexplicável e imprevisível e, portanto, isso gerou pavor e pânico. Caso representasse qualquer dispositivo técnico compreensível, por mais perigo que representasse, o comportamento dos jovens engenheiros e estudantes teria sido diferente.
Vadim Brusnitsyn (estudante do UPI em 1959, participante das buscas pelo grupo), declarou: “(…) algo incomum, ainda não visto por ninguém, fez com que os turistas deixassem a tenda em pânico. Correr descalços, num tempo mau, durante a noite, para fora do único canto quente, seria possível apenas por medo de morte. Esse estranho fenômeno (luz que vem através da tenda, som, e, possivelmente, gases) estava atuando durante um longo período de tempo, apressando os turistas…”.
O Objeto, ao se aproximar, não causou danos significativos, bloqueando apenas a entrada da tenda. Além do tumulto psicológico, ele fez com que os dyátlovtsy sofressem também outras formas de impacto sobre os órgãos dos sentidos, porque, como descobrimos, era uma luz muito brilhante e emitia calor, a partir do qual a neve se derretia. O mais provável é que foi precisamente naquele momento quando a cor da sua pele mudou, recebendo aquele estranho “bronzeado”, reparamos que a irradiação do Objeto parecia-se de certa forma com a de um forno microondas. Com isso, os filmes deixados na tenda não se estragaram na sua maior parte, ainda que algumas das fotos ficaram cobertas com manchas pretas de variados tamanhos.
Provavelmente, o Objeto estava criando também alguma espécie de redemoinho, porque a neve derretida na entrada congelou-se depois em forma de “costelas” afiadas (indicando presença de vento forte), e da tenda foram arrancados alguns cordões de extensão.
Por isso, os turistas não fizeram nenhuma tentativa de sair fora da tenda da forma habitual, já que a entrada teria sido bloqueada. Pelo contrário, o lençol que protegia a entrada da tenda como uma cortina, segundo relatado pelos socorristas, foi pressionado do interior por um balde puxado para ele, havendo também um machado dentro deste balde. Proteção contra uma luz penetrante e o calor?
A parede esquerda da tenda (vista do lado de fora e a partir da entrada) tinha um buraco, fechado com uma jaqueta. Tal buraco poderia ter sido feito para obter visualização, ou para encontrar direção da fuga – sendo que o buraco indicava precisamente a direção para o labáz! No entanto, os dyátlovtsy optaram por não sair daquele lado e cortaram a parede oposta.
Uma debandada em pânico pode explicar também a presença na tenda de uma vareta de esqui cortada com a faca. A tenda deles foi instalada nas varetas de esqui, o que significa que o seu teto era baixo, com cerca de um metro, o que é bastante apenas para se sentar ou se deitar. Entrando em pânico, eles mesmos podem ter rompido acidentalmente a montagem do telhado, que caiu sobre eles, de modo que ficaram presos como pássaros sob a rede. As varetas de esqui são longas, atingindo a axila ou ombro do esquiador, o que significa que, até a vara mais curta (a de Zina) deveria ter cerca de 140 centímetros de comprimento. Obviamente, uma vareta cortada até um metro deveria sustentar o telhado a partir do interior, permitindo-lhes esticar o tecido e cortar a parede da tenda e assim, fugir para fora.
A julgar pelas pegadas, os turistas, saindo através dos cortes, imediatamente dirigiam-se abruptamente para a esquerda, para mais longe da entrada. Eles não tinham ideia de onde iriam por ora, o que é indicado pelo fato de eles não terem pegado na tenda o machado ou a serra, que poderiam lhes ser tão úteis na floresta. A tarefa principal era abandonar o mais rapidamente possível aquele lugar.
Ninguém tentou voltar para pegar alguma coisa de extrema necessidade na tenda, após deixar a zona do perigo. Pelo contrário, deixando rapidamente a tenda, já a uma distância de 20 metros, eles passaram por alguns minutos de indecisão, pisando ora num pé, ora noutro, como se estivessem tentando decidir que tipo de morte preferir: aqui mesmo, ou tentar se esconder mais em baixo, sob o risco de se congelar até a morte. Neste momento crítico, eles deixaram cair mais outras peças de roupas, sem tentar pegá-las, como já vimos, porque se molharam.
Lembremo-nos, de que os turistas estavam ocupados nos últimos minutos de sua caminhada trágica: estavam fotografando a coisa estranha.
Em 2009, os pesquisadores Aleksei Kóskin e Yuri Kuntsévitch obtiveram acesso ao arquivo pessoal do promotor criminal Lev Ivanov, que morreu na década de 1990. Neste arquivo, entre outras coisas, foram guardados os filmes fotográficos da caminhada dos dyátlovtsy. Lembramos que, ao juiz de instrução foi dito para “retirar do caso todo o desnecessário”, mas ele ficou tão impressionado com o caso, que conservou os filmes consigo até o final da sua vida.
E, como de fato resultou, o célebre quadro mostrando a instalação da tenda é seguido por outro: o último, 34º quadro daquela mesma câmera de Krivoníschenko, que foi instalada em um tripé e cujo filtro de luz acabou quebrado.
Na foto, pode ser visto um objeto brilhante voando rapidamente para o rumo da tenda. Esse objeto não é de tamanho pequeno e possui uma forma geométrica bem definida. A julgar pela nódoa de gelo com cerca de quatro metros, o seu diâmetro poderia não ser inferior aos cinco metros. Atrás dele, estende-se um rasto luminoso, que é normalmente fixado nas fotos de objetos em movimento tomadas com uma grande exposição.
Na foto, pode ser visto um objeto brilhante voando rapidamente para o rumo da tenda. Esse objeto não é de tamanho pequeno e possui uma forma geométrica bem definida. A julgar pela nódoa de gelo com cerca de quatro metros, o seu diâmetro poderia não ser inferior aos cinco metros. Atrás dele, estende-se um rasto luminoso, que é normalmente fixado nas fotos de objetos em movimento tomadas com uma grande exposição.
A foto a seguir vem a confirmar ainda mais o fato de que a última ação dos turistas antes de fugirem para fora da tenda era a fotografia do objeto. Esta é a última fotografia do filme pertencente, presumivelmente, a Rustem Slobodín. O Objeto é tomado de um ângulo diferente. Pode ser visto que não houve tempo para focalizar a imagem ou pode ser também que o fotógrafo estava em uma posição instável ao fotografar o objeto que se movia rapidamente.
Ao longo dos anos, outras hipóteses surgiram.
Yeti, humanos hostis, testes de armas secretas militares, nevasca incomum, infrassom, queda de meteoro…
A falta de pegadas e o fato de que esta área não oferecia risco potencial de avalanches, a característica dos mortos, a camada de pó radioativo de partículas beta nos corpos, o corpo que teve a língua amputada, a integridade de câmeras barraca e demais aparelhos da equipe desconstrói todas essas possibilidades.
Após o perecimento dos turistas do grupo de Dyátlov, aquela área permaneceu fechada por três anos para as atividades dos grupos turísticos: simplesmente não era concedida a permissão para seguir por essa rota. Nada de conspirações: na URSS, a proibição era a maneira favorita e mais fácil para resolver um caso complexo, reação normal dos órgãos partidários e administrativos soviéticos para as situações fora de seu controle; era assim imposto perante o medo dos novos estados de emergência, aos quais ninguém queria assumir a responsabilidade.
O mistério das mortes do grupo de Dyátlov permanece incomodando muitas mentes (inclusive a minha). Hoje se escreve musica, peças, filmes, documentários sobre o caso. Aos poucos ele vai adquirindo uma característica de lenda. Tudo isso é causado pela nossa necessidade de compreender o que realmente aconteceu às oito da noite no dia 1 de fevereiro daquele ano trágico.
Mas é provável que nunca venhamos a saber a verdade. Até porque, como dizia o meu professor, “A verdade não existe”.
Mas é provável que nunca venhamos a saber a verdade. Até porque, como dizia o meu professor, “A verdade não existe”.
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