Leonard Cohen sempre foi um criador lento. Exasperadamente lento, nas suas próprias palavras. Certa ocasião, em meados da década de 80, Cohen foi tomar um café com Bob Dylan depois de ter assistido, em Paris, a um excelente concerto do atual Prémio Nobel da Literatura.
Dylan estava especialmente interessado em falar do tema «Hallelujah». A canção espiritual que o formidável Jeff Buckley elevaria à estratosfera do reconhecimento, alguns anos depois, já era intensamente admirada por Dylan.
«Quanto tempo demoraste a fazê-la? — Quis saber. «Dois anos», mentiu Cohen. Na verdade tinha demorado cinco, mas não quis partilhar os solitários momentos passados em quartos de hotel, de pijama, a bater indignamente com a cabeça nas paredes até a dar como acabada.
«Gosto muito da tua canção ‘I and I’» — disse, por sua vez, Cohen. — «Quanto tempo demoraste tu a fazê-la?» «Uns quinze minutos», respondeu Dylan.
Sem comentários:
Enviar um comentário