Governo quer acelerar o processo, mas PSD, CDS, PCP e Bloco de Esquerda colocam muitas reticências à proposta que serve de base à discussão.
Com prego a fundo no processo de descentralização, o governo tem um caminho difícil a percorrer à procura do consenso dos partidos. Nas últimas semanas tem havido várias reuniões entre Eduardo Cabrita, ministro com a pasta, e representantes das diferentes bancadas parlamentares, mas o processo negocial parece longe do fim.
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A jornalista Raquel de Melo explica as negociações entre partidos para a descentralização
A propor um pacote de medidas para assegurar quer a transferência de competências para as autarquias, quer a eleição através dos autarcas dos presidentes das Comissões de Coordenação Regionais (CCDR), o governo conta já com o travão do PSD. Luís Montenegro avisa que, no caso das CCDR, não vai ser fácil um entendimento.
Com quatro projetos de lei sobre descentralização já apresentados, e depois de um primeiro chumbo, o líder parlamentar social-democrata espera que "PS e governo escondam o rolo compressor e estejam disponíveis para viabilizá-los".
Já Álvaro Castelo Branco, do CDS, acusa o executivo de mera campanha autárquica, ao apresentar um projeto com "ideias genéricas" e com a promessa de definir mais tarde propostas concretas para as várias áreas, como a saúde ou a educação.
O CDS é a favor da descentralização e vai apresentar propostas concretas, mas só quando for o debate na Assembleia da República.
Noutra frente, PCP e Bloco de Esquerda reabrem um debate antigo: o da criação de regiões administrativas. Para os dois partidos da esquerda parlamentar, avançar com este processo nestes moldes é redutor e representa um passo atrás na intenção de avançar com a regionalização. Mas para o PSD relançar o debate das regiões agora está fora de causa.
Ainda assim, os quatro partidos não fecham para já portas a eventual entendimento e ficam à espera para avaliar proposta final do executivo socialista.
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