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terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Aproveitando declaração política escrita e não lida


Hoje, foi dia de Assembleia da República. Por razões várias, falhas, imprecisões e erros – de que não importará procurar (aqui, pelo menos…) responsáveis -, a sessão foi convocada como extraordinária. O que levou a que não houvesse período antes da ordem de trabalhos, logo sem declaração política. Daí que este eleito que sou eu -1 eleito pela CDU em 34 – trouxesse para casa o que escrevera para ler. Por isso, a publico:  
DECLARAÇÃO POLÍTICA
(Cumprimentos protocolares)

Caros concidadãos

Da sessão desta Assembleia de 28 de Setembro para a de hoje, 30 de Novembro, nestes dois meses, em Portugal e no Mundo ocorreram factos e mudanças que alteraram situações e perspectivas.
Nesta curtíssima declaração política apenas anoto alguns apontamentos que não podem deixar de se registar num órgão político como este é, certo que muito de factualmente relevante me escapará, e reduzirei ao mínimo o comentário.

A tragédia de Paris merece destaque pelo horror (diria) “à porta de casa” pela proximidade física e cultural, e tantos serem os nossos compatriotas e conterrâneos que ali vivem. Foi o crime sem nome, foi o horror, que marcam o ambiente em que vivemos desde há duas semanas, em que politicamente se dramatiza e especula, colocando dilemas como democracia ou segurança, alterando o xadrez internacional. Mas exige-se que se vejam os antecedentes, a criação de monstros que monstruosamente atacam os seus criadores, repetindo e ampliando o que já conhecemos. 

O chamado Estado Islâmico não pode ser separado do que o criou, da intervenção ocidental directa e indirecta no Norte de África e no Médio Oriente, da intenção de controlar a Síria e chegar ao Irão, com os riscos e perigos agravados com incidentes como o verificado com o avião russo derrubado pela Turquia. 
De amarelo fixo de risco se não se parar, a situação internacional passou à cor vermelha de perigo de guerra global. Esperemos que não. 

Como cidadãos, lutemos para que não!

A mudança verificada em Portugal neste tempo trouxe a política para as nossas preocupações primeiras. Mais do que lamentos pelo estado social, discute-se política na rua. Com as eleições de 4 de Outubro, e os seus resultados, alterou-se uma situação que há quase 40 anos era de alternância dentro do “centro-direita” para uma alternativa “centro-esquerda” com apoio parlamentar da “esquerda” (e não me venham com o fantasma da “extrema esquerda” quando o perigo é de “extrema direita”, de fascismo – na Europa, no Mundo – com efeitos de contágio, de que conhecemos, aqui em casa, meio século de experiência).

Na acta que hoje aprovámos há uma afirmação de um membro que estimo em que diz, responsavelmente, “o voto útil apenas será discutido entre duas forças concorrentes”. Pois bem, as eleições de 4 de Outubro, pelos resultados que tiveram e sequente evolução política, entre muito, vieram dar-nos duas lições, de que é urgente TODOS tomarmos consciência:

·        que as eleições legislativas são para eleger deputados que vão formar a“Casa da Democracia”e não para primeiros ministros;
·        que, sendo todos iguais como concidadãos, todos os votos são igualmente úteis!

Assim se aprende democracia e congratulo-me, como estudante caloiro de ciência política na “Universidade da Cidadania”, de estar a viver esta aula prática.


Via: anónimo séc. xxi http://ift.tt/1Q9CSJI

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