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(Por Estátua de Sal, 04/04/2019)
Estive a ver o debate quinzenal na Assembleia da República. Tendo em conta a sucessão de casos de primos, primos dos primos e outras nomeações para a governação ou gabinetes de apoio à governação que a Direita tem cavalgado nos últimos dias, antevia-se que a tarefa de António Costa não iria ser fácil neste prélio parlamentar.
Escrevi que se antevia porque, na verdade, António Costa passou com uma facilidade inesperada este episódio, já que ontem o PSD, capitaneado pelo defunto ressuscitado Cavaco, ofereceu de bandeja ao PS motivos substantivos mais que suficientes para que este pudesse minimizar a polémica das nomeações familiares.
De uma assentada, com a bênção de Cavaco Silva, o PSD veio assumir que é contra a descida do IVA na restauração, que é contra a descida do horário de trabalho na função pública das 40 para as 35 horas, e que quer que os cidadãos de mais baixos rendimentos, passem todos a pagar um valor mínimo de IRS.
(Ver aqui). Ora, com um bónus deste tamanho, António Costa conseguiu, no debate, “chutar para canto”, as questões das nomeações familiares. Que a direita só empola esse tema porque não quer que os portugueses saibam que o programa do PSD é subir os impostos para os mais pobres como fez o Gaspar e o Passos Coelho – foi ele dizendo.
Na verdade, com uma oposição tão ridícula na sua argumentação e nas suas propostas, com a conivência tácita do BE e do PCP que, na hora da verdade, cerram fileiras sempre que se trata de defender o PS dos ataques da direita, Costa não tem dificuldades em dar e baralhar as cartas, revertendo sempre o resultado do jogo em seu favor.
Costa já concluiu que este tema das “famílias” pode ter consequências eleitorais negativas para o PS e assumiu no debate quinzenal uma postura de abertura à discussão do tema e à aprovação de legislação que defina e distinga o que é legal do que poderá ser tido como abuso e/ou favorecimento indevido. Outra coisa não poderia ter feito.
Mas, perante esse repto, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, limitou-se a assobiar para o ar e a exigir explicações sobre os casos concretos que a comunicação social vai badalando, e que nem sempre são verdadeiros, correspondendo a um processo em marcha de descredibilização do governo através da propalação de fake-news.
A direita especializou-se em fazer horóscopos e estudos mais ou menos esotéricos das árvores genealógicas, ainda que, num país com milhares de cidadãos apelidados Costa, Silva ou Marques, não vá ter uma tarefa fácil. Contudo, parece que é a única arma que lhe resta e a que vai recorrer para prosseguir o seu combate político, tal é o vazio de ideias e ausência de alternativas à governação actual.
Estive a ver o debate quinzenal na Assembleia da República. Tendo em conta a sucessão de casos de primos, primos dos primos e outras nomeações para a governação ou gabinetes de apoio à governação que a Direita tem cavalgado nos últimos dias, antevia-se que a tarefa de António Costa não iria ser fácil neste prélio parlamentar.
Escrevi que se antevia porque, na verdade, António Costa passou com uma facilidade inesperada este episódio, já que ontem o PSD, capitaneado pelo defunto ressuscitado Cavaco, ofereceu de bandeja ao PS motivos substantivos mais que suficientes para que este pudesse minimizar a polémica das nomeações familiares.
De uma assentada, com a bênção de Cavaco Silva, o PSD veio assumir que é contra a descida do IVA na restauração, que é contra a descida do horário de trabalho na função pública das 40 para as 35 horas, e que quer que os cidadãos de mais baixos rendimentos, passem todos a pagar um valor mínimo de IRS.
(Ver aqui). Ora, com um bónus deste tamanho, António Costa conseguiu, no debate, “chutar para canto”, as questões das nomeações familiares. Que a direita só empola esse tema porque não quer que os portugueses saibam que o programa do PSD é subir os impostos para os mais pobres como fez o Gaspar e o Passos Coelho – foi ele dizendo.
Na verdade, com uma oposição tão ridícula na sua argumentação e nas suas propostas, com a conivência tácita do BE e do PCP que, na hora da verdade, cerram fileiras sempre que se trata de defender o PS dos ataques da direita, Costa não tem dificuldades em dar e baralhar as cartas, revertendo sempre o resultado do jogo em seu favor.
É de estarrecer com a degradação mental, com a confusão ideológica e com o tribalismo fratricida que impera nas hostes da direita. Quando o melhor que conseguem é ressuscitar um nado-morto, Cavaco Silva, para caucionar as suas propostas eleitorais e a sua agenda para o país, estão a escrever, em antecipação, a crónica da morte anunciada do seu relevo nos próximos atos eleitorais. Ainda bem, paz à sua alma.Acresce ainda que os casos de pretenso nepotismo que perseguem com fervor, explorando as árvores genealógicas dos membros do Governo até à quinta geração, não são coisa inédita neste Governo do PS, mas são prática antiga – e obviamente censurável -, em todos os governos desde o 25 de Abril, a começar pelos governos de Cavaco, como se pode ver aqui).
Costa já concluiu que este tema das “famílias” pode ter consequências eleitorais negativas para o PS e assumiu no debate quinzenal uma postura de abertura à discussão do tema e à aprovação de legislação que defina e distinga o que é legal do que poderá ser tido como abuso e/ou favorecimento indevido. Outra coisa não poderia ter feito.
Mas, perante esse repto, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, limitou-se a assobiar para o ar e a exigir explicações sobre os casos concretos que a comunicação social vai badalando, e que nem sempre são verdadeiros, correspondendo a um processo em marcha de descredibilização do governo através da propalação de fake-news.
A direita especializou-se em fazer horóscopos e estudos mais ou menos esotéricos das árvores genealógicas, ainda que, num país com milhares de cidadãos apelidados Costa, Silva ou Marques, não vá ter uma tarefa fácil. Contudo, parece que é a única arma que lhe resta e a que vai recorrer para prosseguir o seu combate político, tal é o vazio de ideias e ausência de alternativas à governação actual.
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