AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

terça-feira, 23 de abril de 2019

23 de Abril de 1936: É criada a Colónia Penal do Tarrafal, em Cabo Verde

estoriasdahistoria12.blogspot.com


 Ficheiro:TarrafalMuro.JPG
Muro exterior do campo do Tarrafal
Ficheiro:TarrafalEdificios.JPG


Edifícios das celas colectivas do Campo do Tarrafal


A Colónia Penal do Tarrafal, situada no lugar de Chão Bom do concelho do Tarrafal, na ilha de Santiago(Cabo Verde), foi criada pelo Governo português do Estado Novo ao abrigo do Decreto-Lei n.º 26 539, de 23 de Abril de 1936.

Em 18 de Outubro de 1936 partiram de Lisboa os primeiros 152 detidos, entre os quais se contavam participantes do 18 de Janeiro de 1934 na Marinha Grande  e alguns dos marinheiros que tinham participado na Revolta dos Marinheiros ocorrida a bordo de navios de guerra no Tejo em 8 de Setembro daquele ano de 1936.


O Campo do Tarrafal começou a funcionar a 29 de Outubro de 1936, com a chegada dos primeiros prisioneiros. Pelo terror que inspirou, tornou-se um dos símbolos do sistema judicial do Estado Novo.


Era uma das muitas prisões políticas de que o regime se servia para efectivar as suas medidas de repressão, apoiado na polícia política (PIDE). 


Naquele campo prisional, os detidos eram submetidos a torturas psicológicas e físicas, que podiam levar 

inclusivamente à morte. 



Na sua grande maioria, os seus presos não tinham tido 

direito a julgamento, não havendo qualquer entidade que os defendesse.

Mesmo as directivas emanadas pelo Supremo Tribunal de Justiça não eram aplicadas pela polícia, o que 

colocava a vida de qualquer preso das cadeias de então numa situação muito precária. 


O dia a dia dos presos era regido por uma forte 

disciplina, sendo quaisquer reivindicações contra as
condições existentes refreadas pela "frigideira" (enterrados na areia quente com a cabeça desprotegida
face ao sol escaldante) ou a transportar barris de água 
para depois os partirem, num clima seco e com
sedes terríveis). 

Estes meios de repressão não acabaram com a vida 

coletiva dentro da prisão, com fortes ligações políticas e ideológicas, como é o caso da Organização Libertária 
Prisional (1936 1952),de pensamento anarquista, dirigida por Acácio Tomás de Aquino, ou da Organização Comunista Prisional do Tarrafal, que após a amnistia de 1940 regressou ao país para reorganizar o Partido Comunista, cujas estruturas se encontravam sob suspeita de albergar elementos infiltrados.

Tarrafal. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.

wikipedia (Imagens)



Sem comentários: