José Teixeira da silva nasceu em 1816, no lugar do Telhado, freguesia de Castelões de Recesinhos em Penafiel e morreu em 1875 em Angola.
Alistou-se no exército, em Lisboa, tendo-se destacado pelo seu comportamento militar e pela sua postura destemida ao serviço dos designados "Lanceiros da Rainha". A nível militar ele teve uma carreira de enorme sucesso. Participou na Revolta dos Marechais em 1837 e seguiu o Duque de Saldanha nos combates de Ruivães.
Com o fim da guerra civil, em 1837, e a caminho do exílio, recebeu autorização do seu tio para casar com a sua prima Ana. Regressa então a Recesinhos, onde constitui família.
Com a Revolução da Maria da Fonte, em 1846, José do Telhado integra a revolta popular. Durante os confrontos, chega mesmo a salvar a vida ao general Sá da Bandeira, sendo por este feito, posteriormente condecorado por ele, com a medalha de Cavaleiro de Torre e Espada.
Após a Convenção de Gramido, que ocorreu em Junho de 1847, termina a "Revolta de Maria da Fonte". Por esta altura, a sua família debatia-se já com sérias dificuldades financeiras. É a partir daí que lhe é atribuída a lenda de "roubar aos ricos para dar aos pobres". O tempo que estivera a cumprir serviço militar trouxe-lhe por um lado muito orgulho mas por outro também lhe trouxe muitas dívidas. Assim quando chegou a Lousada (localidade em que vivia) os credores começaram a persegui-lo e naquela hora de nada lhe valeu o seu empenho, coragem e destreza no cumprimento do dever militar, pois ninguém o ajudou neste momento tão complicado da sua vida. Foi neste momento que por desespero tornou-se bandido.
No ano de 1852 José Teixeira da silva já era bem conhecido pelas autoridades durienses devido aos seus famosos roubos e assaltos a casas de cidadãos abastados. Desta forma a sua fama chegava a todos os lavradores da região do Douro.
O bandoleiro mais conhecido do país acaba por ser apanhado pelas autoridades em 31 de Março de 1859 quando tentava fugir para o Brasil. Esteve preso na Cadeia da Relação, onde conheceu Camilo Castelo Branco que se lhe refere nas Memórias do Cárcere.
Em 9 de Dezembro de 1859 foi julgado e condenado ao degredo perpétuo na África Ocidental Portuguesa. Foi-lhe comutada a pena aplicada na de 15 anos de degredo, em 28 de Setembro de 1863. Viveu em Malanje, negociando em borracha, cera e marfim. Casou-se com uma angolana, Conceição, de quem teve três filhos. Conhecido entre os locais como o kimuezo – homem de barbas grandes –, viveu desafogadamente. Faleceu em 1875, vítima de varíola, sendo sepultado na aldeia de Xissa, município de Mucari, a meia centena de quilómetros de Malanje, sendo-lhe erguido um mausoléu, objecto de romagens.
Fontes: Câmara Municipal de Penafiel
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José Teixeira da Silva, José do Telhado e o seu irmão
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