Depois da campanha A Culpa é de Mélenchon, podemos também denunciar a campanha A culpa é de Corbyn, de resto já bem documentada por Agostinho Lopes. Faz todo o sentido. É que há apostas jornalísticas, já com mais de duas décadas, na diluição da social-democracia no consenso euro-liberal que não podem ser perdidas pelos esforços em curso, aqui e ali, para reverter esta diluição.
Ainda hoje na sua crónica semanal no Público Vicente Jorge Silva, cujo principal contributo para o debate público foi um insulto – “rasca” – a toda a uma geração na década de noventa, acusa Corbyn de ter arranjado “álibis” para o ataque terrorista em Manchester. Álibis, repito, vejam bem até onde desce a aposta no ataque ao socialismo que só pode ser democrático e logo anti-imperialista.
Na realidade, a intervenção de Corbyn sobre este tema foi tão clara quanto justa: “Muitos peritos, incluindo dos serviços secretos e de segurança, têm identificado as ligações entre as guerras que o nosso governo apoiou e travou noutros países, como a Líbia, e o terrorismo no nosso país. Esta avaliação em nada reduz a culpa dos que atacaram as nossas crianças. Estes terroristas serão eternamente repudiados e implacavelmente responsabilizados pelas suas acções. Mas um entendimento informado das causas do terrorismo é uma componente essencial de uma resposta eficaz, capaz de garantir a segurança do nosso povo e de combater, ao invés de estimular, o terrorismo.”
Nem mais, nem menos.
ladroesdebicicletas.blogspot.pt
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